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Barishi – “Blood From The Lion’s Mouth” Review

É com bandas como Barishi que chegamos à conclusão que não percebemos um rabo disto. Andamos por aqui todos armados em importantes e com ares de filosóficos, como se estivessemos a agarrar num cachimbo e a dizer “bem, obviamente que isto é metal progressivo porque as suas músicas progridem do ponto A para o ponto B”, ao que se poderia facilmente dizer “também o comboio de Chelas e não dizemos que é progressivo, dizemos que são os transportes públicos”, e depois surgem os Barishi (não exactamente agora, porque este é o seu segundo álbum) com um álbum que nos confunde ao ponto de não saber como classificá-los – como se isso fosse a coisa mais importante do mundo para um crítico de música.
Não é a coisa mais importante do mundo, mas é importante sentir que o leitor se sente minimamente elucidado e sabe do que raio estamos a falar. E depois os Barishi obrigam-nos a dizer que são algo como “sludge, mas ao mesmo tempo tem umas pitadas de metal e até rock progressivo que nos deixam fisgados pela forma como as suas estruturas parecendo que usam a repetição hipnótica, vão usando progressões nas suas estruturas que vão em crescendo sem que isso signfique que chegam propriamente a um climax, podendo atribuir esse climax a toda a experiência sonora em si.”
Podemos embarcar de outra forma, igualmente parva, dizendo que o “som dos Barishi é como se tivessemos os Mastodon, a tocar na sala de ensaios dos Pink Floyd se estes resolvessem tocar covers dos Opeth, na fase imaginária deste escriba quando andavam influenciados pelos Neurosis, mas no fundo estavam era a absorver influências dos Tool“, no entanto a realidade é que os Barishi são uma banda que trazem música que não se esgota, música pesada que poderá ter aqui algumas influências pós-hardcore mas isso é apenas uma forma de limitar o seu som. Por vezes andamos tão limitados por fórmulas e rótulos que surge uma banda destas que nos mostram como a genialidade pode ser mesmo simples. Obrigado por isso Barishi. A propósito, adorámos o vosso som, seja ele qual for.
1. Grave of the Creator
2. Blood from the Lion’s Mouth
3. The Great Ennead
4. Death Moves in Silence
5. Master Crossroads, Baron Cemetery
6. Bonesetter
7. The Deep
8. The Spectral Order
Duração 43:46
Nota 9.2/10

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