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Entrevista – Prayers Of Sanity

Os Prayers Of Sanity são um dos grandes nomes do thrash metal nacional, uma das bandas da nova fornada de metal português que conseguiu mostrar serviço e ainda evoluir lançamento após lançamento. A poucos dias do lançamento oficial do seu terceiro álbum “Face Of The Unkown” fomos falar com Tião, vocalista e guitarrista dos Prayers Of Sanity.

WOM – Nas vésperas do vosso terceiro álbum ser editado, qual o sentimento geral nos Prayers Of Sanity?
Tião – Estamos extremamente contentes e orgulhosos por pudermos passar por este processo mais uma vez. Depois deste tempo todo é mesmo isto que estávamos a precisar.
WOM – Sim, foram cinco anos de ausência, calculo que não tenha sido o tempo desejado entre “Confrontations” e o novo “Face Of The Unknown”. O que motivou este período mais longo?
Tião – Não foi mesmo o tempo desejado. Logo após o lançamento do “Confrontations” tivemos algumas baixas no line-up. Isso levou a que ficassemos um ano e tal à procura de baterista e outro à procura de guitarrista. Depois desse tempo finalmente decidimos seguir em Trio e começamos a compor e a gravar o que viria a ser o “Face of the Unknown”.
WOM –  É um formato clássico, o do power trio. Tendo sido por necessidade, não põe de parte voltar a ser um quarteto num futuro que se proporcione?
Tião – Não. Não metemos essa hipótese de parte. Por agora vamos promover e apresentar este novo album como Trio.  Depois logo se vê. Pode ser que no quarto ou quinto album haja uns violinos ou uns oboés. (risos)
WOM – Pegando nisso, e olhando para o que disseste por uma perspectiva de evolução, o que consideras que mudou, além da formação, claro, do segundo para o terceiro álbum? Continua a ser thrash metal, mas qual foi o foco desta vez? Propuseram-se apenas a fazer algo melhor mas sem nenhum rumo previamente definido ou já tinham objectivos que queriam atingir?
Tião – Há sempre mudanças. As pessoas crescem; mudam e a música muda com elas. Apesar de ser Thrash, que é aquilo que nos propusemos a fazer desde sempre, este album tem um feeling mais chegado ao old-school que “Confrontations”, na minha opinião. Mas apesar disso não há, nem nunca houve uma meta extremamente fixa. Vamos estabelecendo patamares e quando os vamos ultrapassando, vamos criando mais. Sem pressões. É como se vive melhor.
WOM – Concordo em absoluto. Terceiro álbum é um patamar sem dúvida que muitas bandas não atingem. Normalmente a vida intromete-se pelo meio, o entusiasmo vai diminuindo. Ter uma banda de metal, seja qualquer o tipo, em Portugal, é acima de tudo uma batalha interior para lutar pelo o que se acredita e para manter a motivação, não?
Tião – Epá…pode e pode não ser. É sem dúvida uma luta mas tudo depende do nivel de prioridade que estabeleces para os teus sonhos. E se conseguires, à partida, fazer com que a tua “vida” e o teu “rock” se complementem e não se sobreponham… ’tás na boa. (risos)
WOM – O equilíbrio como componente fundamental assim como a perseverança. Três álbuns, dez anos de carreira. Como vês hoje a cena no Algarve comparando com a altura que começaram?
Tião – Dez anos! Fonix…DEZ ANOS! Foi ontem pá… (risos) Na altura o metal no Algarve estava bem mais vivo que hoje em dia. Havia mais bandas, sem dúvida. Continuam a haver bandas brutais mas nao tantas como antes. E os jovens de hoje em dia já não têm tanto desejo de aprender música. Ainda me lembro de ha uns anos atrás haver montes de pessoas a ensinar guitarra só aqui na zona de Lagos e hoje em dia nem uma mão cheia há.
WOM – E é um cenário que também transportas para o resto do país, para aquilo que conheces e contactos que tens?
Tião – Se calhar. Não é um assunto muito recorrente numa conversa banal mas penso que é aplicável, sim. Claro que numa cidade maior como Lisboa deve ser mais fácil arranjar com quem tocar e/ou criar banda.
WOM – Voltando a “Face Of The Unknown”, que expectativas tens para o que consigam atingir com ele?
Tião – Primeiro Lagos depois o Mundo. (risos) Temos todos um grande feeling  com este álbum. Não temos expectativas em concreto mas se for possível termos concertos a tocarmos as nossas músicas regularmente já é óptimo. Umas sandes de presunto e umas minis e ’tá safe. (risos)
WOM – Mai nada! E estão a planear presunto nacional ou querem provar o presunto estrangeiro (isto soa um bocado estranho mas acho que dá para perceber a metáfora)
Tião – (Risos) Se estás a falar de pernas, nós não somos picuinhas. (risos) Se houver essa possibilidade, claro que queremos ir além fronteiras. Nós ainda mantemos alguns contactos que nos possam ajudar nesse sentido. Logo se vê. Sem pressões.

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