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SMSF – Edição de 2018 Cancelada & Opinião Editorial

A organização do Santa Maria Summer Fest anunciou o que se temia: Não haverá lugar para a edição de 2018. Após muitas e longas negociações com a Câmara Municipal de Beja, onde as condições necessárias para realizar o festival não foram respeitadas, não havia outra alternativa senão cancelar a edição deste ano. A organização não baixa os braços e afirma já estar a planear a edição de 2019, com a localização do evento ainda incerta, afirmando ainda estar receptiva a novas colaborações e propostas de outras câmaras municipais e/ou promotores. Os interessados em ajudar em levar o festival mais longe, poderão contactar a administração através do e-mail culturmais@gmail.com.

A organização despede-se no seu comunicado agradecendo a todos os colaboradores, bandas e indivíduos/entidades que ajudaram a tornar este sonho realidade. Assegura que vão continuar a trabalhar para fazer o festival maior e melhor.

Opinião Editorial

É importante referir algo, uma pequena nota pessoal em relação a esta notícia. O SMSF foi desde a sua incepção uma iniciativa para trazer algo de diferente para a zona do Alentejo. Uma zona que além de muitas questões socio-económicas que enfrenta, tal como o resto do país fora dos dois grandes pólos de concentração de habitantes, sofre o problema da desertificação e da falta de capacidade de atrair grandes eventos, eventos a nível nacional que fizessem com que recebesse pessoas de todas as regiões. Que colocassem a região, neste caso concreto, a cidade de Beja nos roteiros dos portugueses.

O primeiro contacto que tive com o SMSF foi em 2011, quando World Of Metal era um programa de rádio na Warfare Radio. Apesar do local improvisado devido ao forte temporal, fiquei apaixonado pelo ambiente familiar e pela música eclética dentro do metal mas exclusivamente nacional. E de borla. A sensação era a de “temos aqui qualquer coisa boa”. E efectivamente tínhamos, como se viu. Sempre com um carácter de apoio a instituições, a estrutura foi crescendo, o número de bandas foram aumentando, a qualidade também, mas sempre o mesmo espírito. Os bailaricos, os stage-divings e a sensação de estarmos no nosso lar apesar, de no nosso caso, estarmos a centenas quilómetros de casa.

Tal como o SMSF, a World Of Metal também mudou e cresceu, passando de programa de rádio a uma rádio com vários problemas e a funcionar 24 horas por dia, depois a webzine e TV (muito humilde com um canal no YouTube e no MEO Kanal) e até chegarmos à revista digital, a qual atinge este mês um ano de edições. E é inevitável sentirmos uma certa injustiça quando temos um festival que trouxe enormes mais valias a uma região seja desta forma tratado pelas autoridades políticas. É um sentimento de revolta sentir que toda a dedicação empregue a algo (muitas vezes sem retorno a não ser a paixão por fazer algo pelo qual se acredita) que tem um impacto positivo real nas actividades económicas – não só o SMSF se tornou uma romaria a nível nacional como também nos trouxe muitos fãs de música pesada do estrangeiro.

Fazer as coisas por gosto, não são favas contadas nem é garantia de facilidades. Diz o povo que quem corre por gosto não cansa mas tudo tem o limite, principalmente quando em vez de união só existe divisão e não existe um real interesse no sucesso de iniciativas apenas por serem diferentes. O povo também diz que quem mais vale só que mal acompanhado. Desejamos ao SMSF que encontre um local e os apoios que vejam o projecto como ele merece ser visto, uma mais valia para qualquer da região onde se realize. A história já deixou isso provado. Desejamos ainda que o mesmo se mantenha no Alentejo não só para nos levar para uma das mais bonitas zonas do país como também como uma prova de que a falta de visão de uns será o proveito de outros – ou como diz o povo, quando uns não querem há outros a morrer à fome.

Por Fernando Ferreira

 


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2 thoughts on “SMSF – Edição de 2018 Cancelada & Opinião Editorial

  • Talvez tenha havido uma certa intransigência da organização.
    É mais simples atribuir o fim do festival ao executivo da Câmara Municipal (que propôs um apoio de 10.000€ e que a organização não aceitou!) do que olhar para os erros próprios… Não foram propriamente expulsos de Beja…

    Reply
    • Consta que a Câmara deu o dito por não dito, passando dos 17.000€ para os 10.000€. Não tendo sido expulsos, certamente que mudando as regras do jogo a meio do mesmo não deixaram muitas opções disponíveis.

      Reply

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