Dreamarcher – “Dreamarcher” Review
1. Beat Them Hollow
2. Impending Doom
3. Burning The Remains
4. Close Your Eyes
5. Shadows
Duração
2016 Indie Recordings
Quantos àlbuns de estreia tivemos em 2016? Quantos álbuns de estreia de qualidade ímpar tivemos em 2016? Numa altura que ainda estamos a esvaziar o saco de álbuns do ano passado surgem-nos surpresas como este trabalho de estreia auto-intitulado dos Dreamarcher que nos chega da Noruega. Quando estamos a ouvir uma banda pela primeira vez, temos tendência a ir aos extremos em pouco tempo – fruto da nossa ocupação de apreciadores profissionais de música. Se por um lado não os conhecemos, vamos em branco e com curiosidade, mas assim que soam as primeiras notas, temos tendência a marcar logo rótulos definitivos.
Foi o que nos acontecer ao ouvir a música que abre o álbum, a “Beat Them Hollow” que aponta na direcção de um doom metal negro e pesado. E na nossa cabeça dissemos logo, “ok, é doom”. Depois chega o segundo tema (até mesmo antes, quando ouvimos a segunda metade do tema inicial, ouve-se bem que o rótulo é bastante redutor) que nos aponta numa direcção completamente diferente. Algo mais próximo do shoegaze. ” Impending Doom”, apesar do seu título, mostra muitas semelhanças com aquilo que o pós-punk, new wave, shoegaze, rock alternativo já nos apresentou, com as vocalizações a soarem completamente diferente. Confessamos que foi uma mudança que nos deixou perplexos (como se tivessemos a diferença de um “Icon” para “One Second” dos Paradise Lost), mas não desanimamos. Na realidade só serviu para ficarmos mais curiosos.
O peso doom talvez não tenha voltado tão forte como nos primeiros momentos da “Beat Them Hollow”, mas conforme o álbum vai desenrolando, é fácil perceber que cada uma destas faixas, apesar de diferentes entre si, têm o mesmo sentimento que as une e acaba por ir ao encontro da essência do seu conceito, já que é um trabalho que reflecte os contrastes emocionais de cada um dos membros da banda e das suas vivências na altura. Sentem-se esses contrastes, sentem-se esses altos e baixos. É uma viagem que se sente como sendo uma experiência pessoal que o ouvinte acaba por se identificar, mais cedo ou mais tarde.
Nota 8.5/10
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