Tiebreaker – “Death Tunes” Review

Há alguma coisa nas águas escandinava que faz com que tenham uma capacidade única para fazer rock inspirado como se estivessem no Texas. Os noruegueses Tiebreaker não são os primeiros nem acreditamos que sejam os últimos a pegar neste som movido a blues e a feeling sulista norte-americano e fazê-lo seu. É precisamente isso que a banda faz com este “Death Tunes” que nos traz rock de classe inegável e insuspeita. O feeling que apresentam aqui em dez faixas é tão clássico que poderíamos jurar que algumas destas faixas (como a “Pan American Grindstone”) já nos foram apresentadas nalgum lado.

Não queremos com isto dizer que os Tiebreaker são um rip-off de outras como Lynyrd Skynyrd ou Blackfoot. Apenas nos parece que frequentam o mesmo salão de inspiração onde este tipo de ideias anda a parar. O que é bom, prova de que não precisamos apenas de bandas clássicas para dar este som boa onda e que outros podem aparecer e continuar o trabalho de todos esses grandes nomes. Embora faça algum sentido, não queremos ir muito pelo caminho de chamar aos Tiebreaker de retro. Clássico é mesmo o termo que melhor se adequa porque, apesar do feeling rock inegável, este é um álbum que não nos parece transportar para uma outra época. Para um outro sítio, sem dúvida, mas isso já é outra questão.

Sem dúvida que este é um daquelas álbuns que vamos pegar daqui a uns bons anos, com o mesmo gosto que fazemos agora e que terá em nós o mesmo efeito. É daqueles trabalhos que são tão simples, tão simples, que é impossível que nos enganem – como muitas novidades que nos hipnotizam após duas ou três audições que quando lhes voltamos a pegar, pensamos “no que raio estive eu a pensar para gostar disto?” Um bom álbum, sólido e que acaba com um épico de dez minutos (“Heavy Lifting”) que, por si só, é razão suficiente para voltarmos cá muitas mais vezes.

Nota 8.6/10