Entrevistas

Entrevista aos Névoa

Entrevista aos Névoa

Os Névoa são um dos grandes novos valores do metal extremo nacional que lançaram um dos grandes álbuns deste ano – caso existam dúvidas, podem conferir a nossa opinião aqui – que já estão a fazer furor lá fora e a justificar a aposta da Avantgarde Music. Adicionados ao cartaz do Reverence Valada 2016 que começa já amanhã, dia 8 (a banda actua no dia 10), mais que se impõe uma pequena conversa com o duo portuense:

WOM – Antes de mais parabéns pelo vosso segundo álbum “Re Un” que, pelo que sei, está a ter uma excelente repercussão um pouco por toda a parte (quinto no nosso top 20 para o álbum do mês de Agosto). Como é que está a ser, está a corresponder às vossas expectativas?
Névoa – Ficamos contentes de ver que as pessoas estão a gostar do disco. Permitiu-nos dar o concerto no Amplifest e por sua vez criar esta nova ligação com a Amplificasom.
WOM –  Há uma mudança de sonoridade (embora na nossa opinião, a identidade permaneça lá), ela surgiu naturalmente ou era um caminho que já queriam seguir depois do lançamento de  “Below The Celestial Abyss”? É-vos indiferente pertencerem ou não ao rótulo/prateleira black metal
 
Névoa –  Referes-te ao single ou ao primeiro álbum “The Absence of Void”? De qualquer forma, sim, temos consciência de que há grandes mudanças neste disco em relação ao que fazíamos antes. Esta evolução foi natural para nós e relaciona-se com a nosso desenvolvimento como pessoas e músicos. Termo-nos afastado do género black metal por causa dessa evolução é-nos indiferente, assim como o é estar ligado a qualquer outro género em específico, neste momento.
WOM –  Uma das referências que apontamos em “Re Un” são os Process Of Guilt. É um nome que vos faz sentido como influência? Que outras têm?
Névoa – Temos bastante respeito pelos Process of Guilt mas não foram de todo um influência para o “Re Un”, no sentido em que nenhum de nós conhece o trabalho deles a fundo. No entanto, serviram de inspiração para este disco bandas como Wardruna, Dark Buddha Rising, Swans, Amenra ou Oranssi Pazuzu.
 
WOM –  A vossa música vive de intensidade e, como é sabido, ao vivo essa intensidade tende a acrescer. É complicado passar essa mesma intensidade para cima do palco ou é algo que para vocês é natural, mesmo tendo que usar músicos exteriores aos Névoa para conseguirem interpretar a vossa música? 
 
Névoa – Não, diríamos que é até mais natural. Aliás, para nós, a “verdadeira” versão do disco e aquela que consegue mais facilmente transmitir o que pretendemos é a que interpretamos em concerto, com o ambiente certo entre nós e o público. No que toca ao Ivo e ao Miguel, não só são obviamente essenciais para tocarmos ao vivo como contribuem para a tal atmosfera de que falamos.
 
WOM –  Têm 2 anos de actividade, um single, dois álbuns, a presença numa editora como a Avantgarde Music, uma editora que garante qualidade, a participação num evento como o Reverence… quando é que vão abrandar? (não que nos estejamos a queixar)
 
Névoa – Desde o início que sempre tivemos objectivos definidos e ambiciosos para Névoa, por isso é uma grande motivação ver que continuamos a cumpri-los e que as pessoas notam isso. Enquanto tivermos inspiração e vontade de criar música, vamos continuar ao ritmo que temos tido até agora.
 
WOM –  Como é para vós tocar ter a oportunidade num festival como o Reverence Valada? Ok, ainda não tocaram mas na iminência de o fazerem… qual é o sentimento dominante?
Névoa – Estamos bastante entusiasmados com o concerto e vamos dar o nosso melhor! É uma grande oportunidade e vai ser uma experiência nova tocar num ambiente um pouco diferente do que estamos habituados.
 
WOM –  Faz parte das vossas ambições tocar ao vivo cada vez mais e em festivais (onde terão a possibilidade de chegar a outras pessoas que não os conhecem e conquistá-las) ou preferem os clubes e recintos mais pequenos?
 
Névoa – Pessoalmente e enquanto espectadores, preferimos salas fechadas mas sendo este o nosso primeiro concerto num festival “ao ar livre”, ainda não podemos ter uma opinião concreta. O material deste novo disco resulta muito bem ao vivo, cria-se uma dinâmica especial entre os músicos, algo que não acontecia nos concertos anteriores e por isso, tocar para pessoas que não ainda não ouviram o “Re Un” ou não nos conhecem é sempre um desafio maior mas precisamente por isso, mais motivante para nós.
 
WOM –  Então… e para o ano, temos outro álbum? Agora a sério… planos para o futuro, passa por apostar em levar mais “Re Un” para a estrada e tentar levar inclusive lá fora?
 
Névoa –  Sim, neste momento o nosso grande objectivo é cobrir mais umas datas em Portugal e depois levar o disco a palcos internacionais. Em relação a um futuro álbum, já temos algumas ideias e conceito, mais ainda é cedo para se falar nisso.
 
WOM –  Obrigado pela entrevista, mais algumas palavras que queiram deixar?
Névoa – Obrigado nós! Tocamos no palco Indiegente às 19:20 de dia 10. Apareçam!

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