Para encerrar esta nossa passagem pelo Festival Músicas do Mundo de Sines, ficaram os A Jigsaw & The Great Moonshiners Band, um colectivo de músicos que podemos dividir em dois. Por um lado temos os Jigsaw, compostos por João Rui no banjo, na guitarra acústica e voz e por Jorri no orgão e piano. Por outro temos os The Great Moonshiners Band compostos por Paula Nozzari na bateria e percussão, Tracy Vandal na voz, Victor Torpedo na guitarra eléctrica e Pedro Antunes no baixo sendo que ainda tiveram a participação de Guilherme Pimenta na bateria e percussão e de Maria Côrte no violino e no harmónio que dava uma toque de classe à sonoridade da geral do grupo.
Aquilo que mais nos fascina neste projecto de Coimbra é o imaginário que nos desperta. Todo um imaginário cheio de imagens e histórias que nos são projectados tudo graças às dinâmicas de um conjunto de músicos verdadeiramente excepcional e, principalmente, da voz de João Rui – mais vozeirão, para se ser totalmente justo – e da sua interactividade com Tracy Vandal, também ela dona de uma voz de assombrar, nos temas em que participaram. As referências às murder ballads de Nick Cave não são descabidas, assim como a Leonard Cohen e a Tom Waits, mas há todo um imaginário próprio que vive através da música do projecto.
A música da banda, a promover o seu quarto registo, até pedia um ambiente mais intimista do que aquele que é dado por aquele que domina nos concertos do palco na Avenida Vasco da Gama, mas o que é certo é que não encontrando o ambiente propício, a banda foi capaz de o criar e impôr perante uma plateia que se mostrou rendida e hipnotizada perante esta capacidade de nos fazer visualizar histórias de crime, de morte, de esperança e ao mesmo tempo desesperança, histórias que sentimos como nossas graças a uma interpretação perfeita, onde nem mesmo quando uma corda se parte é beliscada – facto que João Rui brincou ao dizer que o público batia muitas palmas, de tal forma que até as cortas se partiam. Pediu então para que os elementos do público passassem a abraçar-se uns aos outros em vez de bater palmas. Não adiantou. Nada mesmo, até porque foram “obrigados” a um encore. Mais um projecto nacional obrigatório acompanhar de perto e mais uma aposta ganha do FMM.
Reportagem por Fernando Ferreira e Sónia Ferreira
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A "espécie de acordeão" terá sido um harmónio? 😉
Era isso mesmo, obrigado! Vou rectificar!