Report

WOM Report Red Fang, Dollar Llama @ Lisboa Ao Vivo, Lisboa – 30.06.19

A expectativa era para uma noite épica de rock’n’roll. Não que os Red Fang e os nossos Dollar Llama toquem necessariamente rock’n’roll mas o stoner/sludge musculado de ambos acaba por ser a melhor representação dos tempos modernos do género que temos por aí. Simplicidade e efectividade, com o principal foco na música e naquilo que ambos trazem para cima dos palcos: pura energia crua e visceral. Quando há tanta música de plástico a vingar nesta era,  por si só a visita dos norte-americanos ao nosso país e a junção dos Dollar Llama seria razão suficiente para  este fosse um concerto imperdível. E memorável. Assim foi mas comecemos pelo início, sim?

Dollar Llama, uma banda que não tem nada a provar – quanto a nós, World Of Metal, que já os vimos tantas vezes, que acompanhamos os seus trabalhos discográficos – que nos continuam a surpreender pela energia a cada actuação. No Lisboa Ao vivo não foi excepção. Quando o seu concerto começou à hora certa, a sala ainda estava a meio gás. Algo que não se reflectiu em nada na forma como as bombásticas malhas “Semigod” e “Knucklehead” foram entregues, cheias de raça. Tiago Simões, enorme frontman, levou a sério a tarefa que a sua banda tinha em mãos e não se cansou de pedir ao público energia para, como ele disse, “mostrar aos Red Fang como se faz aqui na Tugalândia”.

“Juggernaut”, o excelente último álbum de originais da banda lusitana foi o centro de actuação, com apenas “Grand Union”, o tema título do segundo álbum, a ser a excepção à regra. O orgulho que Tiago afirmou ter em estar a pisar naquele palco era visível na energia que ele e toda a banda debitavam a cada tema – poderíamos jurar que Pedro Cardoso na bateria fazia estremecer o edifício a cada batida. E se antes essa mesma energia era suficiente para encher a sala, conforme o alinhamento prosseguia mais e mais pessoas iam chegando e vibrando elas também. O que motivou Tiago a ir para o meio do público, para o circle pit e até terminar a actuação de forma épica, com um crowdsurfing. Épico é eufemismo para descrever o que se passou. Da banda ao público, passando pelo som, nota máxima.

É assim que deverá ser em qualquer concerto. A banda de abertura a retirar o máximo de energia do público e o público estando presente para o efeito. Os níveis energéticos ficaram assim bem altos e até fizeram que o tempo de espera para os Red Fang tivesse quase passado despercebido. No entanto assim que entraram em palco, a sua presença não passou despercebida, ouvindo-se logo uma grande ovação. E com um começo como “Blood Like Cream”, foi garantida logo a atenção de toda a gente – e por toda a gente entenda-se um LAV a abarrotar e imparável na recepção aos norte-americanos. Na maior parte das vezes bastava um riff inicial para o frenesim começar como foi o caso com “Malverde” ou “Wires”.

A banda apresentou alguns temas novos como “Antidote”, cujo single foi editado poucas semanas atrás e “Arrows” que se presume que seja do próximo trabalho, mas o grosso do alinhamento concentrou-se, curiosamente, mais no álbum “Murder The Mountains”, de 2011. Desde cedo que se evidenciou que os Red Fang estavam rendidos ao público no Lisboa Ao Vivo e que este estava completamente em êxtase com constantes movimentações, de crowd surfing a mosh, até a cantar os refrães e riffs de temas como “Cut It Short” e “Dirt Wizard”. Aaron Beam referiu que este era o final da digressão da banda e que não poderia haver melhor para o fazer. Quem lá esteve, sabe que não foi mera simpatia.

Aaron não deixou também de agradecer aos Dollar Llama e como foi bom partilhar o palco com eles, algo que a actuação da banda portuguesa sem dúvida mereceu. Com uma setlist definida, a banda chegava ao final e o sentimento partilhado por todos é que tinha sabido a pouco. Justiça seja feita, poderiam ter tocado o dobro e teria sabido igualmente a pouco. No entanto, o público pediu, chamando (gritando) pela banda desde que ela se tinha despedido do palco até que voltasse alguns minutos depois para mais dois temas, sendo que foi com com “Throw Up” que se acabaram a noite, perante um público completamente rendido em mais uma noite monumental. Nada nos dá mais prazer do que assistir a um concerto onde a banda estabelece uma ligação especial com o seu público, numa casa cheia. São daquelas noites que ficarão para sempre nas nossas memórias.

Texto Fernando Ferreira
Fotos Sónia Ferreira
Agradecimentos Amazing Events


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