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WOM Sound Of Thunder – Hills Have Eyes – “Acacius”

A banda setubalense Hills Have Eyes apresentou este passado dia 21 de Julho um novo tema, designado de “Acacius”, tema que vem na sequência de “Trve As Fuck” disponibilizado em Abril e resultado de os mesmos estarem em processo de lançamento de um novo álbum. Gostamos do nome e até gostaríamos de saber o porquê da escolha. Fica para uma outra altura. Como anteriormente já nos tínhamos debruçado sobre o tema “Trve as Fuck” na rúbrica Electric Eye, é lógico que continuemos a acompanhar os lançamentos da banda e a dar a nossa modesta opinião sobre o seu trabalho. Este artigo marca o primeiro na série Sound Of Thunder, onde nos vamos dedicar a analisar temas soltos, à sua música única e exclusivamente. O tema foi disponibilizado em várias plataformas e se num futuro próximo publicarem um vídeo oficial, teremos todo o gosto em dissecá-lo no nosso Electric Eye. Mesmo assim podemos dar uma palavra sobre o suporte visual dado.  O fundo do vídeo assemelha-se a sangue numa poça, sendo talvez uma ligação à arte disponibilizada pelos Hills Have Eyes quando fizeram o anúncio ao tema, umas mãos ensanguentadas, tendo no centro da imagem do vídeo o nome da banda e o nome do tema.

Passando para a análise do tema em si, que dizer? Assim que começa, o impacto que o primeiro som tem, para mim, é quase como que escutar sangue a fluir e um coração em ritmo descompassado. Depois levamos em pleno com o som da bateria, que nos atordoa os sentidos, tal é o seu poder. Martela impiedosamente. Impiedosamente em toda a duração do tema, sentindo-se no nosso corpo os (tenho quase a certeza) golpes de fúria vindos do baterista Nuno Silva, que, desculpem rapazes, é rei e senhor neste tema. Qual “blastbeat” qual quê? Aquilo soa mais a um “Beastbeat” dando uma velocidade, densidade e percussividade ao som que, numa analogia, é semelhante à fúria de um tigre a atacar. E aqui e ali, se fecharem os olhos e escutarem com atenção, sentem também o batuque semelhante a um coração a bater? Acredito que foi um tema cheio de adrenalina para ele tocar, dada a pujança da bateria que escutei através do tema. Tantas nuances. Escutem com atenção que vão perceber.

Reparamos também na introdução de teclas ou pelo menos soam a teclas, dando uma componente eletrónica à música, excelentemente introduzida e dá-nos uma sensação de perigo iminente através do tema. Reforça-se essa ideia com parte da letra, que, apesar de não se conseguir entender tudo, tem ali uma passagem, que, se os ouvidos não enganam “Here I am on the edge of a knife” se possa referir ao facto de talvez estar com uma arma branca apontada, daí a eminência do perigo. Mas, são somente conjeturas que poderão ser desfeitas assim que a banda disponibilizar as letras da canção.

O trabalho feito com as guitarras também é de deliciar, temos ali um “power” enorme, riffs com distorção brutal e um som agressivo e furioso, com um tom grave que quase parecem que rosnam pura raiva a quem as escuta. O baixo funde-se e complementa lindamente a distorção das guitarras. No tema, ali aos 2’35s uma mudança de tom e velocidade e quase que acredito que é Miguel Borrego mais uma vez a dedilhar brutalidade nas cordas da sua guitarra. Apesar de através de todo o tema se sentir brutalidade, ali ela é mais evidente e Miguel é um guitarrista dos diabos. Queiram corrigir se estiver errada. Como sempre, excelente trabalho também de Luís Silva (baixo) e João Cruz (guitarra). Escutei atentamente as vocalizações, não se estranhou o efeito “auto-tune”, vem na sequência lógica de “Trve as Fuck”, onde ali pelo tema temos este mesmo efeito. Fábio Batista é um vocalista com excelentes “growls” e “screamos”, e aqui percebe-se perfeitamente a introdução deste efeito em algumas partes, serve propositadamente para dar o tom futurístico e eletrónico que o tema como um todo pede. Brilhantemente executado e inserido, balançando a harmonia que a voz dele empresta ao tema, quando baixa o seu tom e é mais agressivo nos “growls”, repartindo-se nas partes com tom melódico e mais limpo e ainda nas partes onde se sente o efeito “reverb” conjugado com o efeito “auto-tune”, que dá a profundidade desejada à sua voz, que de si já é imponente e que aqui se torna ainda mais presente. O tema surpreende com as mudanças de ritmo e com “breakdowns” de fazer as delícias para qualquer fã de Metalcore e que não é em nada repetitivo nas melodias e que tem uma fluidez espetacular, sendo muito agradável e gostoso de ouvir, dando azo a alguns pulos e “headbanging” até dos fãs mais reservados e sossegados.

Como nota final à análise, vamos referir naturalmente a componente técnica e de produção. A produção ficou a cargo do Vasco Ramos, produtor conhecido por trabalhar com bandas de grande calibre e Hills Have Eyes não são excepção, foi gravado e editado pelo excelente Tiago Canadas na Poison Apple Studios, que teve ainda mão na mistura, as vozes foram gravadas por Wilson Silva nos WRecords Studios.  A masterização esteve a cargo de Henrik Udd, que tem trabalhado com a banda ao longo destes anos e que deu aqui o “spin” necessário para tornar um tema brutal em fenomenal. Mais uma vez os Hills Have Eyes trazem-nos inovações na sua sonoridade e claro, estamos todos ansiosos pelo álbum que vem a caminho. Parafraseando outras análises dou-lhes um sólido 10/10. Por Sabena Costa / Connecting All Core


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