WOM Perfil – Filipe Moreira – Especial H.O.S.T
Continuando a nossa série de entrevistas sobre aos membros dos H.O.S.T, o escolhido desta vez é o Filipe Moreira, guitarrista da banda de heavy metal do Porto. – por Rosa Soares / Foto por João Fitas
Quais as tuas principais influências musicais?
Iron Maiden, King Diamond, Arch Enemy, Europe, Slayer, Megadeth, JS Bach, Vivaldi… Em termos de guitarristas: Dave Murray, Steve Vai, Chris Amott, Nick Cordle, Dave Mustaine, Alex Skolnick.
Como foi o teu percurso musical até aqui?
Comecei no ponto de partida, virei à esquerda, depois lancei os dados e segui sempre em frente 3 casas até chegar àquela curva, onde travei, vá-se lá saber porquê!!! E é isso!!! Por outras palavras, comecei a tocar guitarra em 1990 e em 1991 estava a formar os Fears Tomb, onde permaneci até a banda acabar, em 2000. Com eles gravei 2 demos tapes, 1 delas publicada, tendo participado em algumas compilações. Em 2001 formei os Cycles, onde permaneci até Fevereiro de 2006 e com quem gravei o álbum de estreia Phoenix Rising. Em finais de 2006, formei os Unfolded Vision, tendo permanecido nessa banda até ao fim da mesma, em 2017, e com quem gravei o EP UV Perspectives. Em Março de 2016 juntei-me aos H.O.S.T, tendo gravado o EP Bastard of the Fallen Thrones. Neste momento estamos a compor/gravar o seu sucessor.
Porquê guitarrista?
Já me ouviram a cantar? Não queiram: é bem melhor ouvirem-me a tocar guitarra… Desde sempre gostei de música e quando tinha 15 anos os meus pais acharam que eu tinha demasiado tempo livre, pelo convenceram-me a ter uma atividade extra. Eu escolhi aprender música, já que não tenho muito jeito para o desporto. Por acaso escolhi a guitarra, pela qual em apaixonei imediatamente… até hoje.
És, talvez, o mais discreto da banda, mas em palco transformas-te e dás tudo! Consegues imaginar-te sem os palcos?
Há duas questões que se levantam, para mim, no que diz respeito aos concertos: por um lado, quando eu vou ver um concerto, quero algo mais do que apenas um espetáculo musical (para isso ouço as músicas gravadas em estúdio). Para mim, um concerto tem de conter a parte musical e uma outra parte, chamemos-lhes performativa, em que os músicos devem desempenhar um papel – de músico ou não – interagindo, de algum modo, com o público, pelo que tento dar sempre algo mais do que a parte musical a quem vai ver um concerto nosso. Por outro lado, e o mais importante para mim, como disse anteriormente, eu gosto mesmo muito de tocar guitarra, pelo que me é natural exprimir-me de uma forma um pouco mais do que estática quando o faço: como dizes, eu dou tudo em palco, mas, no que diz respeito à música, também dou fora dele (às vezes, quando estou a ensaiar, compor, ou só a tocar guitarra, lá vem um pouco dessa expressividade…). O palco é “apenas” o ponto mais alto da minha experiência musical, pelo que, respondendo à tua questão, não, para já não me vejo na música sem os palcos.
Como é que conjugas a tua vida profissional (és professor do secundário, certo?) e a vida musical, ensaios, concertos…?
É simples: meti um requerimento, não me lembro muito bem a quem, para ter um dia com 35 horas… Consigo conciliar estas atividades todas com muita organização, gestão e bom senso nas minhas prioridades e ajuda/compreensão por parte da minha família, sem a qual isto não seria possível. E depois há a vontade de fazer algo de que gosto muito…
Lidas diariamente com jovens. Como é que a juventude de hoje vive a música. Que música consomem os jovens, hoje em dia?
Os jovens continuam a viver a música de forma intensa. Infelizmente, para o Heavy Metal, continuam a preferir outros estilos musicais, mais populares, digamos assim… As modas vão variando, mas sempre à volta da música que a determinada altura “bate mais”… Eu bem lhes vou dizendo que eles não ouvem música de jeito, mas eles não vão muito na minha conversa: continuam a achar o Heavy Metal muito barulhento (?!?!).
Como é que vês o panorama musical actual, no que respeita ao metal? Ainda há espaço para inovar, criar?
No que respeita ao metal, o panorama musical está como sempre esteve: é sempre um estilo de segunda, ou terceira…, principalmente no nosso país: nunca foi e dificilmente será, a primeira escolha. Mas com isso, nós, metaleiros, podemos bem: continuamos a fazer, tocar e ouvir, bem alto, Heavy Metal!!!
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