WOM Perfil – Augusto Peixoto – Especial H.O.S.T
Augusto Peixoto é um nome que dispensa apresentações no underground nacional. Fazendo parte da cena há mais de três décadas tanto como baterista de diversas bandas como de ilustrador, o músico do Porto é o nosso mais recente convidado para mais um WOM Perfil dedicado aos H.O.S.T, banda da qual é baterista e principal estratega. – Por Rosa Soares / Foto João Fitas.
Augusto, gostava de começar com um resumo do teu percurso musical.
31 anos resumidos é uma tarefa complicada mas, aqui vai: Em 1988 formei os DOVE e terminei a banda em 1995, entretanto, criei os In Solitude nesse mesmo ano e abandonei a banda em 2001. Entretanto, criei os Paradigma e, recebi um convite dos antigos músicos de Fears Tomb/Karnak e, decidimos chamar a banda de Cycles. Pelo meio o ex-vocalista de DOVE, juntamente comigo, formamos os Headstone, apelidados mais tarde de Head:Stoned.Em 2016 resolvi criar os H.O.S.T nos quais mantenho funções até à data. Com DOVE editei 4 demos, uma compilação e um álbum, editado o ano passado. Com In Solitude lancei dois álbuns, “Eternal” (1998) e “Opus: Universe” (2000). Com Cycles foi editado uma série de demos e, em 2006 o álbum “Phoenix Rising”. Headstone/Head:Stoned foram editados dois EPs, Within The Dark” (2009) e “Present Inexistence” (2013) e um álbum “I Am All)” (2011) e para finalizar, com H.O.S.T foi editado o EP “Bastard of the Fallen Thrones” (2016).
Quais as tuas principais influências musicais?
Como Metaleiro que sou, claro que o Metal é a minha principal influência isto apesar de ouvir outras sonoridades diferentes que vão do Rock Clássico ao Pop. Mas, no que toca ao Metal, o Heavy mais clássico e bateristas como Cozy Powell, Nicko McBrain, Tommy Aldridge, Simon Wright ou passando pelo baterista de Candlemass, Jan Lindh e dos Coroner, Marquis Marky, são enormes influências na minha forma de tocar.
És aquilo que se chama de “monstro” na bateria – a tua atitude e a tua energia fazem de ti um dos melhores bateristas nacionais. O que sentes atrás da bateria?
Se sou dos melhores, não sei, deixo à escolha das pessoas, porque esse assunto de quem é o melhor, além de ser subjectivo, para mim é insignificante, muito sinceramente. Sou, isso sim, dos mais antigos e, orgulhosamente, dou bastante importância a este detalhe. O que sinto atrás da bateria é o mesmo que sinto da vida no geral, na Arte que crio e na forma como me entrego às coisas, Paixão e, dar sempre o melhor que posso e sei, porque nunca saberei quando irá acabar. E, quem aprecia o que faço merece o melhor de mim.
São poucos os casos em que o baterista da banda é o seu porta-voz, o elemento reconhecido pelo público e que reúne os fãs em seu redor. No entanto, nas tuas bandas é o que acontece. Porquê?
Alguém tem que dar a cara, ser aquilo a que eu chamo de timoneiro mas, que muitos apelidam de ditador… Esse alguém é quem tanta levar sempre o barco a bom porto, dar o incremento necessário, trabalhar a promoção, assumir as entrevistas, marcar concertos… Foi algo que me habituei desde sempre e, como considero que estive quase sempre à altura, fui-me habituando a isso. Depois os anos que já levo disto, permitem-me conhecer bastantes pessoas e, muita gente conhecer o que tenho feito, logicamente, que estes manifestos permitem manter uma banda em actividade e, vou controlando de uma forma geral os afazeres das bandas por onde fui passando.
Como é que vês o panorama musical actual, no que respeita ao metal? Ainda há espaço para inovar, criar?
Há sempre espaço quando o que é tocado ou criado é feito com sentimento ou “feeling” e, quando há uma palavra que eu gosto muito de dizer, para vários assuntos, haver sensibilidade. Não sou grande seguidor, actualmente, do que se vai fazendo, como já fui em décadas, por mera falta de tempo mas, do que vou ouvindo, há, definitivamente, muitas coisas interessantes e cativantes.
Consegues ver a tua vida sem música?
Não, nunca, será até ao meu último suspiro, porque me transmite energia, positividade, dá alento, faz-me respirar. Sem música, pouca mais em mim, poderá existir…
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