WOM Tops – Top 20 Black / Death Metal 2019
WOM Tops – Top 20 Black / Death Metal 2019
Já passámos pelo black metal, já passámos pelo death metal e agora, obviamente, teríamos que passar os nossos olhos e ouvidos pelo o melhor de dois mundos. São vinte bandas, vinte álbuns que se destacaram mais entre o cruzamento das duas principais forças da música extrema, aqui no nosso, sempre em crescimento, mundo do metal.
20 – Sxuperion – “Endless Spiritual Embodiment”
Bloody Mountain Records
Depois de um excelente “Cosmic Void”, as expectativas eram altas para este terceiro álbum dos Sxuperion. Não ficamos defraudados, embora se esperasse (ou pelo menos esperava eu) algo um pouco mais acima na escala evolutiva. Ainda assim, a proposta habitual de death e black metal é-nos trazida com um encanto místico arrebatador onde o death metal cavernoso se junta a um feeling mais ambiental do black metal e é nos momentos em que esta fusão acontece em todo o seu esplendor que se fica rendido ao seu poder. Algo que uma música como “Supposition Course” ou até mesmo o épico “Endless Embodiment” conseguem facilmente e é exemplo dos momentos de maior brilhantismo. Não é que a banda se dê mal nos outros momentos mais convencionais mas é mesmo neste aspecto que este álbum é excelente.
Fernando Ferreira
19 – Vortex Of End – “Ardens Fvror”
Osmose Productions
Já não é preciso falar mais nada acerca da cena francesa de música extrema, especialmente aquela que envolve o black metal certo? Os Vortex Of End regressa para o seu terceiro álbum depois de estarem desaparecidos em combate desde o lançamento do anterior álbum em 2015. E a banda volta mais focada e forte que nunca. Aquilo que é masi de admirar no seu som é como conseguem criar todo um ambiente com força e poder incomum e com uma dinâmica extraordinária. Temas com uma duração acima da média mas que mesmo assim não cansam. O toque de death metal também ajuda a coisa a tornar-se mais interessante ou pelo menos não linear. “Ardens Fvror” não só é um bom regresso como também um bom ponto de entrada para quem não os conhecia. É o seu trabalho mais desafiante, de longe.
Fernando Ferreira
18 – Gravefields – “Embrace The Void”
Redefining Darkness Records
É sempre bom quando recebemos metal da Irlanda. Aliás, é sempre bom sair dos fornecedores habituais para termos nova música para analisar. Os Gravefields são um duo, daqueles onde as coisas são praticamente uma one-man band, não fosse o bacano que faz tudo o resto também resolvesse cantar. Death metal enegrecido (faz-nos mais sentido neste contexto do que black metal abrutalhado) que apesar de andar invariavelmente com o pé no acelerador e levando tudo à frente, não deixa de ter as suas nuances e dinâmicas. Bastante denso e não propriamente fácil de interiorizar à primeira, esta estreia supreende pela positiva.
Fernando Ferreira
17 – Non Est Deus – “There Is No God”
Edição de Autor
Não há dúvida que este pessoal têm um problema qualquer com Deus. Mas se não fosse assim como é que haveria o black metal? Num tom mais sério, este segundo álbum é bastante surpreendente. A banda edita o segundo um ano após do primeiro e revela uma estabilidade e regularidade bastante impressionante – falamos em banda mas poderá ser também uma one-man band, não temos a certeza nem informação do quer que seja. Além do óbvio black metal, temos aqui aspectos mais doom e outros mais próximos do death metal melódico. A mistura resulta muito bem e este álbum seria imbatível se tivesse mais uma música. Vá lá pessoal, eu sei que parece que estou a queixar-me sempre do mesmo mas álbuns com cinco músicas e trinta minutos de duração não dá com nada.
Fernando Ferreira
16 – The Scars In Pneuma – “The Path Of Seven Sorrows”
Edição de Autor
O lugar comum de 2018 transita para 2019 (sendo este já, em si, o lugar comum desde o início do ano) ou seja, grandes álbuns de estreia e parece que para já o domínio vai sobretudo para o black metal. Os italianos The Scars In Pneuma poderão não ter um nome atractivo ao ouvido mas sem dúvida que compensam com os ganchos melódicos que o seu black/death debita. Linhas de riffs em tremolo picking altamente eficazes aliados a leads que têm o mesmo efeito na memória. Deixar uma impressão tão boa ao primeiro álbum não é comum (ou não deveria ser expectável, apesar da tendência já referida) e essa é apenas uma das razões pela qual este é trabalho especial. Grandes ganchos, grandes malhas. O único ponto que talvez seja o de Aquiles – não chegando a ser no entanto – é da unidimensionalidade da voz mas neste context acaba por resultar.
Fernando Ferreira
15 – Katechon – “Sanger Fra Auschwitz”
Saturnal Records
Vocês sabem, não escondo, comecei por interessar-me ligeiramente pelo metalcore, para ficar enjoado do mesmo para depois começar a ficar interessado com a forma como algumas bandas (infelizmente uma minoria) conseguem refrescar as coisas e apresentar algo novo, tal como os Next Time Mr. Fox o fazem. Talvez abusem um pouco dos mesmos truques ao longo destes quarenta minutos mas a coisa sem dúvida que resulta. Itália a dominar o que se vai fazendo dentro do metal moderno.
Fernando Ferreira
14 – Dunkelnacht – “Empires Of Mediocracy”
Non Serviam Records
Fantástico trabalho e fantástica banda. Para quem não se lembra desta banda francesa, eles têm andado a evoluir dentro das sonoridades mais extremas e após cinco anos desde o seu segundo álbum, “Revelatio”, regressam com este “Empires Of Mediocracy”, um trabalho bem rico onde o death e black metal se conjugam de forma perfeita. Mais próximo da sonoridade típica polaca do que algo propriamente escandinavo, este é um passo seguro e que temos em crer que elevará muito o alcance da banda.
Fernando Ferreira
13 – Noctambulist – “Atmospheres Of Desolation”
Blood Harvest
E agora uma surpresa, com a estreia dos norte-americanos Noctambulist têm neste álbum uma autêntica bujardona blasfemedora onde o black e o death metal copulam para dar parto a um bastardo imundo mas muito, muito poderoso. Esta será uma banda que certamente vai dar muito que falar pelo que nada mais justo aproveitar o lançamento em cassete para agarrar aquela que será uma preciosidade.
Fernando Ferreira
12 – Arallu – “En Olam”
Satanath Records
Lembram-se daquele primeiro impacto que os Melechesh tiveram a uma certa altura no início milénio? Pois bem, os não só são contemporâneos como também partilham o mesmo tipo de sonoridade e até a nacionalidade. No entanto os Arallu têm estado algo confinados a um estado menos popular embora nos últimos anos se prove que em termos qualitativos evoluíram bastante. Aliás, como prova este álbum que não sendo perfeito consegue facilmente agarrar-nos a atenção, principalmente os primeiros temas. Uma mistura bem conseguida entre o death e o black, sempre com as sonoridades do médio oriente a ilustrar esse mesmo equilibrio. Por outro lado, talvez seja um bocado desequilibrado entre o início e a forma como acaba, faltando talvez no final um épico para finalizar. Seja como for, tal como nos chega, “En Olam” é um álbum fantástico.
Fernando Ferreira
11 – Godhead Machinery – “ Aligned To The Grid”
Indelirium Records
Bastante interessante estes Godhead Machinery. A banda sueca traz-nos uma dose cavalar de black/death metal (ou vice versa) que nos deixam bastante interessados do início ao fim, fruto de uma dinâmica que dota os seus temas de algo mais do que o simples desfilar de blastbeats e melodias de tremolo pickin. Há toda uma atmosfera apreciável que é aquilo que nos conquista verdadeiramente ao longo deste trabalho. Como este foi o nosso primeiro contacto com eles, não temos a certeza se é algo que nasceu aqui ou se veio da estreia editada dois anos atrás mas de qualquer forma, este é um daqueles álbuns que acreditamos que vá ter um bom impacto no underground.
Fernando Ferreira
10 – Altarage – “The Approaching Roar”
Season Of Mist
Os Altarage já são uma certeza mas caso houvesse dúvidas temos o bruto terceiro álbum “The Approaching Roar”. Os bascos já nos tinham deixado à banda em 2017 e agora para que não restem dúvidas lançam a terceira bomba na forma deste “The Approaching Roar” e o título não poderia estar mais bem escolhido. É um rugido mesmo que nos surge assim que “Sighting”. Um rugido em crescendo. Apesar dos primeiros temas serem brutos, directos à jugular, ao terceiro, “Urn”, entra em campo aquela dinâmica que bem conhecemos por parte dos Altarage. Dinâmica que tem apenas um nome: Caos. Mais uma vez temos um álbum que pega no anterior e eleva a fasquia mas como também não esquece o que está para trás.
Fernando Ferreira
9 – Hath – “Of Rot And Ruin”
Willowtip Records
Todos sabemos que certas facções do metal, principalmente as mais extremas, são violentas, apologistas da violência e/ou promovem a violência. No entanto isso não tem que ser negativo já que a violência está dentro de nós e a nossa opinião aqui na World Of Metal, é que é melhor extravasar a violência e frustações que temos através da música do que guardá-la dentro de nós para depois explodir sem controlo e levando tudo à frente. Posto isto, este álbum de estreia dos norte-americanos Hath é o veiculo ideal para isso. Black/death metal violento e épico, que nos dá um enxurro de porrada que até nem sabemos de onde viemos nem para onde vamos. Mas é violência com pés e cabeça e com deliciosos pormenores instrumentais. Grande banda, a ter em conta!
Fernando Ferreira
8 – Infernal Conjuration – “Infernale Metallum Mortis”
Iron Bonehead Productions
É a partir do México que os Infernal Conjuration apresentam o seu primeiro álbum denominado de Infernale Metallum Mortis que, depois de 13 anos após a formação da banda, finalmente vê a luz do dia. No seu repertório, esta banda não se tem demonstrado, pelo menos publicamente, muito ativa tendo em conta que neste espaço de tempo lançou uma demo e dois EP’s todos intervalados por espaços de 3 ou 4 anos, tendo finalmente isto culminado no álbum completo que aqui será examinado. A banda mexicana apresenta um género que deverá ser situado no death metal com uns toques de black que se revelam verdadeiramente concentrados no vocal, que por si se caracteriza como rouco, regurgitado e algo distante, ou seja, os restantes instrumentos sobrepõem-se ao vocal mas não excessivamente. Á partida verifica-se logo que neste álbum há uma predominância de ritmos rápidos que atipicamente conseguem construir de forma poderosa uma sonoridade bastante gloomy, o que de facto configura a este álbum um verdadeiro hibridismo sonoro. A guitarra também se encontra de acordo com estes dogmas através de riffs maioritariamente rápidos e secos, sem grandes floreios à mistura, que ocasionalmente dão espaço a um ou outro solo mais apetecido mas que mesmo assim são caracteristicamente rápidos e/ou simples. Num todo, nota-se que a banda gosta de apostar na ritmicidade e na melodias medianamente cruas (nem demasiado inventivas nem demasiado cruas) algo que conseguem fazer muito bem e que adiciona a maior parte de qualidade a este álbum. Toda a sonoridade deste álbum dá a ideia de uma descida em espiral que apesar de não ser composto por uma verdadeira arritmia é caracterizada por rapidez e ritmos atordoantes e que de facto são dotados de uma beleza muito própria à qual se soma o vocal tão infernal como o restante meio envolvente neste projeto. É sim um álbum infernal que de facto clareia (ou escurece dependendo da posição simbólica de cada um em relação à presença ou ausência de luz no que toca ao sucesso futuro de uma banda de death/black metal) o caminho que esta banda ainda tem a percorrer em esforços futuros.
Matias Melim
7 – 冷 – 海洋 Laang – “Hǎiyáng”
Talheim Records
Bem, aqui vai algo diferente. Banda atmosférica, da vertente mais negra, proveniente nada mais nada menos do que da Tailândia. O seu nome é Laang, palavra que significa “frio” na língua respetiva do local de nascimento deste projeto tão distinto. Há muita lore por detrás deste projeto, que lida com o facto de que o fundador (e único membro) da banda esteve em coma, momento em que a ideia de iniciar uma banda com este tipo de temáticas surgiu; portanto para aqueles que gostam de se envolver nesse tipo de coisas, fica o convite para investigarem as historias. Hǎiyáng é o primeiro álbum com o selo de Laang e foi lançado em 2018, contudo antes deste foi também lançado um EP durante o mesmo período. Relativamente ao álbum, é uma peça extremamente sólida da música mais obscura, por fundir em si não só elementos de música atmosférica mas também elementos mais pesado de death e black metal. O fundador ao denominar a sua musica classificou-a como terror black metal e de facto parece ser um titulo que se pega muito eficazmente a este tipo de sonoridade. Concordantemente com o próprio nome da banda, este álbum consegue transmitir na perfeição a ideia de se estar a meio de uma tempestade de gelo, isto em termos gerais e atmosféricos, e além disso são ainda incluídos instrumentos que facilitam a crença de existir algo mais para alem do tal nevão, coisa esta que se materializa por via do vocal rugido que se aproxima mais dos vocais bons dos “metalcores” ( não é um vocal limpo nem é screamo) do que dos vocais de death ou de black. Excecionalmente, a voz assume por vezes um cariz muito próximo daquele de Carach Angren. Uma excelente experiência de um lado do mundo de onde não se costuma ouvir tanta coisa.
Matias Melim
6 – Ragnell – “Rebirth In Darkness”
Satanath Records
Trio mexicano dos infernos que nos trazem um black/death metal bem interessante. A banda norte-americana surpreende-nos pela forma como trazem uma série de ganchos próprios do black metal escandinavo, nomeadamente o tremolo picking mas nunca deixam de lhe dotar com a força do death metal. A junção dos dois géneros nem sempre é pacífica ou até clara, e de certa forma aqui também é um pouco complicado dizermos para qual os dois pende mais a balança, tendo em conta a voz usada que tanto se enquadra por momentos num ou noutro. O toque de classe são mesmo os coros majestosos que surgem de vez em quando e dotam todo um trabalho de uma dinâmica acrescida. Bem conseguido e uma excelente surpresa para quem os está a conhecer pela primeira vez.
Fernando Ferreira
5 – Hate – “Auric Gates Of Veles”
Metal Blade Records
Depois de um excelente “Tremendum” pela Napalm Records em 2017, os Hate estão de volta, desta vez com uma nova casa, a Metal Blade Records. Isso não mudou em nada a sua abordagem. Continuam tão brutais como sempre e essa brutalidade surge-nos com aquela acutilância metálica que mistura death e black metal embora as coisas actualmente estejam bem mais pendentes para o death metal. Apesar dos nomes sonantes do seu país, os Hate mostram não dever nada a ninguém e cada vez estão mais sólidos no seu papel. Poderoso como poucos, os Hate estão cada vez melhores.
Fernando Ferreira
4 – Sathamel – “Horror Vacui”
Edição de Autor
Quando bem executado, não há estilo musical que esteja demasiado saturado, batido, espremido. Da velha Albion, terra fértil em actos de fazer rodopiar os sentidos a muitos de nós, surgem-nos estes Sathamel para nos dar uma verdadeira bordoada de negritude e bom som. Imaginemos uns Hecate Enthroned na sua versão mais recente, onde a ferocidade rítmica do Death Metal se conjuga com a eloquência atmosférica de contornos vitorianos do Black Metal (a introdução cinemática da faixa de abertura e o seu consequente desenvolvimento é bastante evocativo do que aqui referimos). Agora juntemos-lhe uns Behemoth, na sua seriedade visceral, violência introspectiva, ganchos cáusticos e riffs apimentados pela riqueza das melodias orientais (naquele sentido tenebroso que tanto apreciamos), e ataques de tremolo picking ferozes e quasi-dissonantes e desesperantes de uns Marduk, e temos qualquer coisa de aproximado a estes Sathamel. Com uma produção devastadora e densa, o veneno é cuspido de forma implacável e deixa-nos envolvidos por uma massa (ou missa) negra que nos prende e condena a uma audição verdadeiramente arrepiante. Vozes guturais que alternam entre a fúria do gutural grave e o grito black-metalish desesperado; guitarras que vão buscar a devastação do palm muting de afinações graves, acordes infernais e ataques de tremolo picking mais agudos e penetrantes; tempestades de percussão precisas e de arranjos bem ponderados, dinâmicos e deliciosamente irrequietos – este é um álbum que enche as medidas a qualquer apreciador de Metal negro, vil, sério, e que nunca se desnorteia ou se deixa deslumbrar em exageros nas partes que o compõem. Nada aqui está esgotado, tudo é capitalizado e bem aproveitado e, a partir daí, siga para outro riff, outra secção, outro gancho, outra música, outro passeio pelo marasmo de espessa negritude. O aspecto melódico, sempre lá, não é para meninos. Podíamos enumerar aqui imensos pontos altos, mas seria uma injustiça para com o resto, por isso, destacamos a primeira faixa Libera Me – não num destaque propriamente dito, mas como um exemplo simples e preconizante da trovoada contínua e majestosa que é este álbum. Fechando o círculo – quando não há espaço para grandes inovações, resta conseguir igualar ou até superar os porta-estandartes genéricos. Missão cumprida.
Jaime Nôro
3 – Schammasch – “Hearts of No Light”
Season Of Mist
Os Schammasch são uma banda suíça formada em 2009 e com três álbuns lançados. Após o seu último lançamento, o EP “The Maldoror Chants: Hermaphrodite”, a banda volta à carga com novo trabalho de peso: “Hearts Of Light”, pronto para estrear já no dia 8 de Novembro. Dentro do género do black metal, esta banda caracteriza-se pelas suas temáticas mais transcendentes e espiritualistas, e Hearts of Light volta-nos a confirmar isso mesmo. Contrariando razoavelmente a onda Avant-Garde do último EP, os Schammasch voltam-se de novo para a sonoridade mais pesada do black metal, retendo ainda alguns dos elementos menos ortodoxos que usaram nos seus trabalhos anteriores. Apesar do maior enfoque no peso, este trabalho continua a estar dentro daquele campo de músicas que são feitas para apreciar com calma e com o apoio das letras, visto que estas, mais uma vez, voltam a apresentar ideias interessantes e pouco conformistas, todas eles dentro dos planos mais astrais e metafóricos. Apesar disso, continua a haver bastante oportunidades para a brutalização do mosh pit, sendo frequente o uso de ritmos particularmente acelerados em que as guitarras desempenham a função de criação de ambientes tão enigmáticos como devastadores. É também de notar o facto de que algumas das faixas chegam a fundir elementos de black e death, que de facto demonstram a capacidade que esta banda tem de conjugar os seus vocais únicos (ora limpos do “estilo religioso”, ora como um “rugir calmo”) com sonoridades mais pesadas, sem que se sobressaiam como algo a mais. Bem, é de facto um álbum espetacular que demonstra que os Schammasch têm um lugar muito bem merecido dentro da cena do metal pesado moderno, contudo admito que estava á espera de um álbum mais na linha do EP anterior; apesar disto, os diferentes elementos que os Schammasch apresentam neste álbum, seja pelos vocais perfeitos, pela bateria oscilante, pelas riffadas viciantes e pelas temáticas misteriosas, fizeram-me adorar este álbum de início ao fim.
Matias Melim
2 – Nihility – “Thus Spoke The Antichrist”
Black Lion Records
Jardaaaaa! Em meia hora os Nihility chegam e partem tudo com estes oito temas de death metal enegrecido mas muito bem conseguido. E, perdoem-me a falta de distância emocional da coisa, o facto de ser lançado por uma editora como a Black Lion Records é indicador que não é apenas coisa de orgulho nacional. Um álbum de estreia com uma produção bem bruta – cortesia dos Ultrasound Studios – e que nos faz tê-los em grande conta para o futuro próximo, graças a um equilíbrio muito bem conseguido entre a brutalidade do death, a ambiência profana do black e também o virtuosismo do som sagrado principalmente no que aos solos de guitarra diz respeito. Uma das grandes estreias do ano, senão mesmo a melhor até agora.
Fernando Ferreira
1 – Ruadh – “Sovereign”
Northern Silence Productions
Ruadh é uma one-man band que nos chega da Escócia e apresenta um black metal atmosférico e bem épico que nos aponta para as grandes referências do género. Temos os temas longos, temos as melodias marcantes, o reverb, tudo junto em seis temas que não precisam de muito para conquistar fãs de Windir ou até Bathory da sua fase mais épica, ainda que lhe junte um feeling death metal ao barulho. Somos suspeitos porque somos grandes fãs deste titpo de vertente, mas Ruadh é sem dúvida, e até agora, um dos grandes nomes de 2019.
Fernando Ferreira