WOM Reviews – New Hate Rising / Zurrapa / Mr. Miyagi / Horas Vagas / LaCasta / Wictims / Resposta Simples / Death Whore
WOM Reviews – New Hate Rising / Zurrapa / Mr. Miyagi /
Horas Vagas / LaCasta / Wictims / Resposta Simples / Death Whore
New Hate Rising – “Miles”
2020 – Swell Creek Records
Bem, há algum tempo que não me chegava nada dentro do estilo hardcore e “Miles” é um autêntico pontapé ou soco no estomago para ser mais ligeiro.“Roll The Dice” são 51 segundos estranhos e que me fez por momentos pensar, há algum problema com este ficheiro? Mas não, a cena salta logo para “Miles”, rasgada, pesada, com todos os ingredientes do género e bem que disco!Passei a ser fan dos NHR e logo eu que não sendo um típico apreciador do género, fiquei completamente rendido a esta audição.“Black And White”, mais soft, mas ainda bem porque logo de seguida surge “Pain” um total arraso!Ficaria aqui a o resto do tempo a falar nas restantes faixas, que são 13, mas não o vou fazer, porque quero que sejam vocês a sentir o impacto que senti ao fazer esta review!
10/10
Miguel Correia
Zurrapa – “(Des)Governo No País Das Maravilhas”
2020 – Edição De Autor
Finalmente álbum de estreia dos Zurrapa, após os dois Eps (“Na Taberna do B.A.” de 2017 e “Zurrapa Som Sistema” de 2018). A banda de Viseu é mestre na arte de fazer punk rock (ou como os próprios dizem, punk n’roll xunga) e este álbum de deixa que a fasquia se baixe. Acutilantes como nunca (aquela “Cavacú” é uma obra-de arte) e sempre com cânticos que queremos ver repetidos ao vivo. Cru, rude mas brutalmente honesto e realista. É retrato fiel do país que temos e do talento que temos em colocar o dedo na ferida graças a agentes como Zurrapa.
8.5/10
Fernando Ferreira
Mr. Miyagi – “To The Bone”
2010 / 2020 Infected Records
Nada como aproveitar esta altura para ficarmos a conhecer alguns essenciais da nossa música. Os Mr. Miyagi são sem dúvida um deles. Com uma abordagem furiosa à mistura do (thrash) metal com o punk/hardcore, “To The Bone” é um daqueles prazeres que temos a cada nova visita. E já não vínhamos aqui há algum tempo. Irreverente e intemporal, nem acusa o peso de ter dez anos em cima já que soa agora tão pujante como na altura. Uma boa oportunidade para apresentar a uma nova geração de (potenciais) fãs. PS – esta review foi feita antes da notícia do falecimento de Jaime “San” Coutinho, guitarrista da banda. Descanse em Paz e obrigado pela música.
9/10
Fernando Ferreira
Horas Vagas – “Nada de Novo”
2019 – Edição de Autor
Esta foi uma grande surpresa positiva. Depois de os ver ao ver na segunda edição do Vai D’Embute Punk Fest, tive que arranjar este álbum – que foi tocado praticamente na íntegra no concerto que deram no RCA Club – e é uma excelente proposta de punk rock nacional, algo melódico e lembrar bandas como K203, Censurados e os primeiros tempos dos Xutos & Pontapés. Vintage por um lado mas bem actual por outro, principalmente a nível lírico, bastante crítico e acutilante. Há muita coisa boa no nosso underground, é só estar atento.
8/10
Fernando Ferreira
LaCasta – “In Æternvm”
2020 – Argonauta Records
Os italianos LaCasta apresentam-nos o 1.º Longa-duração desde a sua formação em 2015. “In Æternvm” chega-nos depois de 1 EP e 1 Single, ambos em 2015. À semelhança dos seus conterrâneos The Secret, os LaCasta são uma espécie de híbrido: uma base que vai do Hardcore mais negro e pesado (pensem essencialmente em Integrity e demais bandas associadas à Holy Terror) a uma suave aproximação ao Black Metal. As vocalizações mais agrestes e agressivas, e as guitarras, aqui e ali, aproximam-se do referido género.
Há violência e muita melodia. Por debaixo de uma manta de intensidade e estrago está um trabalho repleto de melodia. As vocalizações, sofridas e gritadas, apoiam-se na bateria – essa sim, mais próxima do Black Metal – que são ladeadas por guitarras mais próximas das bandas acima referidas. É um híbrido, lá está. Vive em ambos os géneros, entrelaçando-os para criar vários momentos de agradável equilíbrio.
A questão que se coloca é: tal como o Metalcore mais genérico (e não falo de Earth Crisis ou Vision of Disorder), é-me difícil absorver algo que não tem uma identidade… própria; ao invés, retira pedacinhos de um lado e pedacinhos de outro.
No caso destes italianos a coisa até se dá, sim senhor! Conseguem que a “belicosidade” que existe em cada um dos géneros se funda bastante bem. As guitarras são maioritariamente Hardcore (negro como o breu), mas fundem-se muito bem com os momentos mais Black Metal. Dá-lhes outro dinamismo e flow. E os momentos mais lentos e arrastados?! Oh yeah! Pessoal fã de Integrity… just go for it!
Ao longo dos anos tenho vindo a perceber que álbum que passe da meia-hora já me custa “digerir”. É culpa da “relação do imediato” que temos com a maioria das coisas, na nossa Sociedade. Este, está no limite ahahah
É um bom trabalho, de uma banda totalmente desconhecida para mim. Gostei, tem pujança e garra! Não se assustem com labels ou designações, dêem uma hipótese!
8/10
Daniel Pinheiro
Wictims – “Lorn Echoes”
2020 – Slovak Metal Army
Brutalidade é evidente assim como os assomos de deathcore, de acordo com as regras daquilo que entendemos como deathcore. Exactamente como se esperaria. A banda não é de agora, mas não faz com que isto soe menos a déjà vú pelo motivo de antiguidade. Um trabalho que tem os seus méritos para os fãs da sonoridade mas que não será capaz de atrair todos os estranhos ao seu som.
5/10
Fernando Ferreira
Resposta Simples – “Sonho Peregrino”
2008 / 2020 – Infected Records
Como sonhar é recordar, nada como irmos até à primeira década do presente milénio e apreciar o álbum de estreia dos Resposta Simples, banda de hardcore açoriana já nos era conhecida desde os tempos da Dungeons Records (onde participou com um tema na compilação Metal Legions) mas acabámos por perder o rasto. “Sonho Peregrino”, editado em 2008 demonstra o poder do seu punk/hardcore, bem português. Corrosivo e mordaz, sempre com o dedo na ferida, este é um belo álbum que a Infected Records fez bem em relembrar. Continua actual, em todos os sentidos.
8/10
Fernando Ferreira
Death Whore – “Death Whore”
2019 – Edição de Autor
Os franceses Death Whore iniciaram a sua carreira no ano passado da melhor forma. Mistura explosiva entre death/crust (com um certo cheirinho sueco, com aquela distorção cheia de gravilha) com hardcore resulta neste EP auto-intitulado bem interessante que nos trouxe boas referências em relação ao futuro. Mesmo sem nunca os termos visto ao vivo, por esta pequena amostra dá para ter bem a ideia de que se tratam de concertos onde ninguém pára quieto. É o chamado som para partir a casa toda, recomendado a todas as equipas de demolição que por aí andam.
8/10
Fernando Ferreira