Review

WOM Reviews – Aephanemer / Dawn Of Disease / Vagrant / The Meads Of Asphodel / Formicarius / Scimitar / Sarcasm / Equilibrium

Aephanemer – “Prokopton”

2019 – Napalm Records

Os Aephanemer não nos são estranhos – mesmo antes da entrevista que saiu numa das nossas edições já nos eram conhecidos – mas este segundo álbum de originais é de uma qualidade tão gritante que até doi. Ou melhor, não doi quando se ouve. Começa a doer é quando se pára. Death metal melódico com uma pontaria desgraçada para as melodias memoráveis (aquela instrumental “At Eternity’s Gate” é uma coisa do outro mundo) que não nos largam nem que nós quisessemos – e não queremos, o que em si é um exercício parvo. Sem dúvida que este é um enorme álbum e em boa hora a Napalm Records decidiu apanhá-lo (tinha sido lançado em edição de autor em Março) e reapresentá-lo a um público maior.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Dawn Of Disease – “Procession Of Ghosts”

2019 – Napalm Records

Novo álbum dos Dawn Of Disease que regressam em grande. A sua fórmula de death metal melódico continua intocável assim como a capacidade de fazer grandes canções onde o peso e aquelas memoráveis leads de guitarra continuam a marcar presençara para nosso agrado. Quando este tipo de coisa começa a ser cada vez mais raro, pelo menos com esta classe, ter este conjunto de temas é um verdadeiro luxo. Definitivamente um dos álbuns do ano de death metal melódico com uma banda que não consegue fazer má música.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Vagrant – “The Rise Of Norn”

2019 – Black Lion Records

Falando de culturas nórdicas/germânicas, vamos pôr os ouvidos nos Vagrant, banda alemã formada em 2016 que lança agora o seu primeiro projeto para o campo de combate do metal pesado. Claramente focados no paganismo germânico, estes alemães dedicam este primeiro álbum ao importante tema das Nornas – as entidades femininas mitológicas que controlam os destinos mortais e imortais – tudo com a ajuda do seu death metal melódico. O álbum em si é relativamente curto (35 minutos) e ao longo da sua duração apresenta uma boa construção sonora que, infelizmente, demonstra um caráter pouco explosivo e épico que seria de esperar de uma banda dedicada a este estilo e cultura, isto é, é um death metal mais ambiente (a componente mais pesada é a do vocal), o que estranha por ser tão relaxado ao abordar uma das culturas que, erroneamente ou não, é considerada como uma das mais brutais que existiu. Contudo, note-se que também é muito difícil dizer que foi feito um mau trabalho neste álbum: não faltam solos de guitarras melodiosos, riffs mais ou menos épicos frequentes, uso de instrumentos acústicos para sustentar de forma mais organizada a transição de ritmos e um vocal que se encontra na linha do expectável. Porém, é pena que a parte da bateria pareça estar bastante distante daquilo que efetivamente deveria ter estado neste álbum, ou seja, fala aquele “boom” para complementar os restantes sons apresentados. Isto e o facto de que de início ao fim, não encontrei numa sonoridade que fica-se encalhada no cérebro. Infelizmente, para mim este é um álbum que fica muito na linha do gosto e do não gosto, devido à tal ausência de força suficiente que já referi (e que para mim é uma falha que me condiciona muito o disfrutar do som), contudo está extremamente longe de ser uma aberração que mereça uma coleira com um panfleto a dizer “Não Oiçam”. Simplesmente, pouco memorável e pouco explosivo, provavelmente uma forma de solucionar isto seria um maior investimento na parte melodiosa para que esta domine o álbum totalmente, isto é, para dar um maior sentido de direção do álbum.

Nota 6/10
Review por Matias Melim


The Meads Of Asphodel – “Running Out Of Time Doing Nothing”

2019 – Godreah Records

Já é mais que sabido que os The Meads Of Asphodel são do tipo de bandas que deveriam vir com o aviso “esperar o inesperado” mas há sempre aquela esperança de saber o que vamos encontrar. A espécie de intro “Bug Splat” em todo o seu esplendor assegurou-nos que não. Embora não seja pela nossa aversão nem sempre compreensível da música electrónica, é mesmo pela salganhada intensa que por aqui anda – até porque os arranjos electrónicos no geral, não estão assim tão presentes. Dá vontade de pegar no comunicado de imprensa que diz que “tem tantos géneros que se tornam um só”, e mudar para “tem tantos géneros que se tornam uma só salganhada”. Somos adeptos da salganhada mas preferimos que exista uma linha condutora ao longo da mesma, algo que aqui temos mas que está muito disfarçada com muitas distracções. Não é um mau álbum, não é má música, apenas bastante mais exigente para aquilo que estamos preparados para encarar. Há por aqui momentos sublimes como a “Like Blood Shaped Flakes Of Snow” que acabam por nos fazer querer voltar a repetir experiência para ouvir a coisa com outros olhos. Nem sempre ajuda mas é uma conquista em progresso.

Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira


Formicarius – “Rending The Veil Of Flesh”

2019 – Schwarzdorn Production

O black metal sinfónico e melódico está nitidamente de volta após a razia da década passada. No entanto, o que é importante de salientar é que a falta de ideias que levou ao lento definar do género, parece que não se verifica agora. Ok, admitimos que enquanto os Formicarius poderão não ser a banda mais original do mundo apresentam argumentos que fazem com que a sua música não nos soa a algo requentado de outrora ou sequer a algo requentado de agora. É um tema onde a melodia se enquadra por completo no ambiente e ajuda a criar imagens mentais que também ajudam a que o ouvinte se embrenhe mais fundo.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


Scimitar – “Shadows Of Man”

2019 – Edição de Autor

Os canadianos Scimitar foram uma boa surpresa com este death metal melódico e com ligeiros toques folk (ou talvez apenas o suficiente para serem considerados pagan metal). Este segundo álbum apresenta-se nove anos após a estreia e talvez para muitos, tal como a nós, pareça que se trata de uma banda nova. Há por aqui um pouco daquela sensação old school em relação ao death metal melódico (apenas despistado pela sonoridade meio western – curiosamente semelhante ao folk escandinavo) e que já nos é bastante familiar. Esse sentimento de familiaridade acaba por impedir que o impacto seja maior, embora não haja propriamente nada a que possamos apontar em relação à qualidade. Os fãs do género ficarão certamente bem impressionados e talvez a banda possa usar este regresso aos álbuns para ir um pouco mais além criativamente.

Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira


Sarcasm – “Esoteric Tales Of The Unserene”

2019 – Chaos Records

Mais um nome do passado que está a ter uma segunda vida de qualidade acima da média. Os Sarcasm começaram em no início da década de noventa e lançaram uma série de demos que ganharam o estatuto de culto. A banda nunca chegou a passar desse ponto antes de acabar, tendo lançado só álbuns a partir do seu regresso em 2015. Desde então tem estado bastante presente e este é já o seu terceiro álbum, onde evidenciam o gosto pelo death metal melódico, estilo sueco claro, mas também uma aproximação ao black metal melódico. O resultado é  surpreendentemente bom já que não nos soa a algo requentado do passado embora tenha sem dúvida esse doce toque da nostalgia.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


Equilibrium – “Renegades”

2019 – Nuclear Blast

Os Equilibrium são uma banda de folk metal particularmente explosivo (alguns apelidam o seu género de “epic folk metal”) formada na Alemanha  logo no início de 2001. Para muitos este pode ser um nome bastante familiar, visto que ao longo dos seus vários anos de existência já lançaram vários albuns, além de já terem tocado em eventos de renome mundial (Wacken Open Air, por exemplo), contudo esta review do mais recente álbum desta banda, Renegades, seguirá o caminho isolado e abstrato, não se baseando no típico “ah o último álbum era melhor” ou então “mudaram demasiado o seu estilo em relação aos projetos passados”.

Contrariando a faixa de entrada, o resto de Renegades foi uma experiência pouco disfrutadora para mim, principalmente por começarem num tom que é definitivamente caracterizado por uma aura épica e gloriosa que do nada se transforma numa sonoridade que se traduz apenas em pop-rock, nu-metal, metalcore e uma pitada de eletrónica (nada contra estes géneros que isoladamente têm o potencial de serem bons, mas que neste caso, a sua fusão parece uma grande gemida musical). É um álbum muito estranho deveras, anda um pouco por todo o lado sem se definir ao certo, sendo ainda pior a falha de que o vocal “demasiado” limpo acaba por roubar protagonismo total deste álbum, ao ponto de que se me pedirem para me lembrar dos ritmos de bateria ou um solo mais memorável, não vos consigo responder. Outro elemento particularmente negativo é o da relevância do teclado (que simula mais sons eletrónicos, que folk) em toda a composição da música deste álbum… podemos definir que a música/melodia deste álbum é composta pelo teclado enquanto que a bateria e a guitarra (e o baixo já agora) apenas servem para fazer ruído de fundo (coisa que efetivamente fazem em 70% do álbum). Não sei sinceramente se é de mim, mas de facto, pelo que vi na restante comunidade online, as opiniões parecem se dividir entre “não é mau” e “ é horrível, nem há folk” (e de facto, não há), a segunda mais evidente por parte daqueles que seguem a banda há anos. Seja como for, para um novato em Equilibrium como eu, este álbum não foi definitivamente bom, nem esta será uma banda a revisitar no futuro. Mas, como sempre, não há nada como experimentar por vocês mesmos.

Nota 3/10
Review por Matias Melim


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