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WOM Reviews – The Third Grade / Overlaps / Tvivler / Rick Chain / Yune / Die Kreatur / Solaris / Constance Tomb

WOM Reviews – The Third Grade / Overlaps / Tvivler / Rick Chain / Yune / Die Kreatur / Solaris / Constance Tomb

The Third Grade – “Of Fire And Ashes Pt II”

2020 – Art Gates Records

The Third Grade são uma banda de metal progressivo meio alternativo e melódico, com alguma proximidade a sonoridades góticas e no presente álbum “Of Fire and Ashes Pt2”gostei especialmente dos arranjos ao nível das teclas, bastante harmoniosos, riffs pesados mas não muito inovador dentro do género. Os vocalistas optaram por uma voz limpa em todos os temas (por vezes fica meio imperceptível quando alternam umas entres outras principalmente no refrão, sendo a voz feminina a principal). Gostei especialmente dos temas “ Exilium” e “ Of Fire and Ashes”. Recomendo a fãs de Visions of Atlantis e Exit Eden.

8/10
Nídia Almeida

Overlaps – “In Your Room”

2020 – Time To Kill Records

Este é o rock alternativo que temos hoje em dia, aquele que os Overlaps apresentam neste “In Your Room”. Modernaço, com pujança mas também com uma voz que tem raça e graça suficente para nos cativar sem grandes dificuldades. Para os fãs portugueses, aqueles que permitiram uma banda como Guano Apes voltar cá vezes sem conta, será um som que agradará facilmente e com bons motivos porque temos aqui temas orelhudos – “I Don’t Need” é sem dúvida deles. Segundo álbum que mostra um grande potencial.

8/10
Fernando Ferreira

Tvivler – “Ego”

2020 – Negativ Psykologi Records

Apostados em tomar rédeas dos seus próprios destinos, os Tvivler criaram a sua própria editora (cujo nome é retirado da trilogia de Eps que antecedem este álbum de estreia). O seu som também demonstra que não devem nada a ninguém. Pós-hardcore experimental e noise rock caótico que nos coloca muitas vezes em situações onde não estamos habituados a ser colocados pela música. Intricado e desafiador, é assim que a música deva ser embora admitamos que não é fácil entrar nela. Ou conseguir com que ela entre em nós.

8/10
Fernando Ferreira

Rick Chain – “Heaven Is Black”

2020 – Raging Planet 

Rick Chain dispensa apresentações (Sinistro, Besta, We Are The Damned, TwentyInchBurial, entre outras) e aqui temos um EP que funciona como espécie de continuação do trabalho previamente editado em 2014, “Voyager”. Temos quatro temas – tecnicamente três, já que o quarto é uma versão instrumental de um dos três anteriores – que são musculados e energéticos, dentro do espírito alternativo mas com o peso das guitarras metal por trás. Catchy como tudo, este é um vício que queremos ver ampliado e até onde a versão demo de “Faith Capacity” nos soa bem.

9/10
Fernando Ferreira

Yune – “Agog”

2020 – Crunchy Frog Recordings

Som boa onda para uma altura que precisamos dele. Os Yune trazem-nos sonoridade que é amiga daquela que ficou conhecida em Portugal como da vanguarda, mas depois também lhe juntam uma vibe alternativa que nos faz lembrar de vez em quando nomes como Radiohead (com as devidas distâncias, claro). Este trabalho tem a particularidade de nos apresentar as músicas em formato instrumental, que acrescenta uma dimensão minimalista à coisa, já que a voz acaba por ser um elemento importante no trabalho. Não sendo para todos os momentos, é um álbum que, no momento certo, vai trazer prazer desejado.

6/10
Fernando Ferreira

Die Kreatur – “Panoptikum”

2020 – Napalm Records

Duo composto por dois nomes bem conhecidos da cena alemã. De um lado temos Dero Goi dos (Ooomph) e do outro Chris Harms (Lord Of The Lost), que no final nos dá precisamente o que esperávamos: algo industrial com contornos góticos. Ou vice-versa. E eu sei que é lugar comum. Meu, de exclusividade minha. Em muitos momentos soa a Rammstein. Claro que isso tem tudo a ver com as referências que se têm – poderiam muito bem soar (e de certa forma soam) a Ooomph mas é a tal componente gótica, e uma certa teatralidade que lhes dá esse toque. Dançante, dramático e com groove suficiente para colocar todos a mexer, o grande problema de “Panoptikum” é-se sentir que estamos por vezes presos entre os dois registos sem saber bem qual é o que define os Die Kreatur como entidade musical. Talvez essa indefinição seja mesmo o que os define. Seja como for. Curiosidade para quem gosta de industrial e não se importa desta dualidade.

6.5/10 
Fernando Ferreira

Solaris – “Un Paese Di Musichette Mentre Fuori C’è La Morte”

2020 – Bronson Recordings

Vindos da Itália, como podem ter reparado, os Solaris têm uma forma particular de fazer o seu rock alternativo – e atenção que este alternativo é um rótulo absolutamente preguiçoso, porque do noise a uma certa influência pós-punk ou até pós-rock (muito ao de leve), que depois apresentam músicas completamente épicas na forma como exploram as emoções. “Oro”, épico de oito minutos é um desses exemplos máximos. A estranheza de ser cantado em italiano é real, mas tal como tudo é um detalhe na forma como se absorve a música e a fonética interioriza-se bem – quem interioriza alemão, interioriza até marciano. Estreia mais que interessante de uma banda que não cabe nos moldes que temos disponíveis e que quase nos faz tentar a criar um só para os Solaris.

7.5/10
Fernando Ferreira

Constance Tomb – “Constance Tomb”

2020 – Edição de Autor

Tony Reed, nosso conhecido de bandas como Mos Generator, é um poço de surpresas. Não só nos traz música por diversas bandas e projectos como ainda nos vai buscar pequenas preciosidades ao seu arquivo pessoal. Neste caso concreto, músicas originalmente gravadas em 1988 e que tinham como principal fonte de inspiração a sonoridade pós-punk e de rock gótico do início da década de oitenta. Curiosamente não é muito esse feeling que se tem aqui. Mas até uma espécie de rock alternativo próximo de uns Melvins ou algo parecido. Consta que Reed tentou ao máximo não ir para além das ideias originais e tendo isso em conta… o nosso respeito por ele ainda sobe mais.

7/10
Fernando Ferreira

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