WOM Reviews – Omega Infinity / Congruity / Hate Disposal / Iron Flesh / All Life Ends / Maere / Bloodred / Ad Vitam Infernal / Funeral Bitch
WOM Reviews – Omega Infinity / Congruity / Hate Disposal / Iron Flesh / All Life Ends / Maere / Bloodred / Ad Vitam Infernal / Funeral Bitch
Omega Infinity – “Solar Spectre”
2020 – Season Of Mist
Será que há espaço para mais um projecto de metal extremo? Pergunta parva, não é? Principalmente quando se trata de uma bomba de black/death metal. Este duo composto por Tentakel Parkinson (baterista de bandas como Enmerkar e Todtgelichter mas que aqui desempenha todas as funções instrumentais) e Xenoyr (também conhecido como Marc Campbell dos Ne Obliviscaris) é responsável por um trabalho ao qual temos facilidade em definir mas que também temos dificuldade em ficar satisfeitos com essa definição. Black/death metal encaixa como perfeição, mas há aqui toda uma ambiência e misticismo cósmico que não deixa que arrumemos este trabalho na prateleira das coisas que facilmente consumimos e deitamos fora. Apesar de alguma unidimensionalidade, há por aqui bem mais do que aparenta. Algo que se apreende conforme vamos ouvindo e ficando rendidos ao seu poder.
9/10
Fernando Ferreira
Congruity / Hate Disposal – “Two Paths Of Extreme Greatness”
2020 – Bonesaw Entertainment
Split que reúne duas bandas nacionais, com os Congruity a começarem as hostilidades, eles que dois anos atrás lançaram o seu álbum de estreia auto-intitulado. Daí para aqui encontramos a banda mais letal que nunca, com um som ainda mais enegrecido do que na estreia, algo que só favorece a banda. Um bom regresso que mostra também que após uma longa espera pela estreia, que não teremos de esperar muito tempo pelo segundo álbum. Assim esperemos que seja. Já quanto aos Hate Disposal, o seu som já é mais death metal puro e técnico. A banda está a viver a sua segunda encarnação e este conjunto de temas, “Legacy”, seria para ser originalmente lançado em 2013 como “Beyond Damnation”. Tal como muitas coisas na nossa cena, os planos normalmente batem na trave e é difícil não desistir. Ainda bem que os Hate Disposal não desistiram. “Legacy” traz toda essa raça e raiva. Duas bandas diferentes e duas abordagens que mostram o quão o nosso underground extrem é rico.
8/10
Fernando Ferreira
Iron Flesh – “A Necro Dead One”
2020 – Edição de Autor
Vale tudo. Não digo isto de forma negativa, apenas como uma lembrança que apesar de haver fórmulas e procedimentos anteriores, porque não simplesmente fazer o que queremos? É a sensação que nos dá com este álbum ao vivo dos Iron Flesh, cujo álbum de estreia foi lançado apenas no ano passado. O título diz quase tudo no entanto, temos um som podre de uma banda que toca música extrema sem qualquer tipo de expectativas, a não ser mesmo tocar o death metal mais podre possível. E este álbum ao vivo evidencia não só a honestidade da banda como também a sua qualidade. Claro que a qualidade sonora não é das melhores mas ainda assim tem aquele ambiente especial que faz com que se fique rendido. Quem gostar de death metal podre, claro.
8/10
Fernando Ferreira
All Life Ends – “The Plague Of Man”
2020 – Edição de Autor
Estreia discográfica (nos álbuns pelo menos) dos suiços All Life Ends que surgem com um death metal moderno, poderoso mas ainda assim disposto a seguir as regras básicas do estilo. Não é um daqueles trabalhos que vá ofender os fãs da velha guarda mas que também tem o apelo básico para quem pensa que o metalcore foi a génese da música pesada. Apesar de alguma unidimensionalidade, este é uma estreia que deixa excelentes indicações em relação ao que se possa seguir. Ficamos a aguardar.
7/10
Fernando Ferreira
Maere – “I”
2020 – Lavadome Productions
Mais uma estreia apoiada pela Lavadome Productions, desta vez os alemães Maere, que têm o sei primeiro registo neste EP “I”. Espécie de trabalho conceptual onde os títulos de todos os temas começam com a palavra “I”. Em termos estilísticos temos um pedaço de ambiente do black metal, o andamento do doom, e o resto fica por conta do death. Sufocante e algo difícil de entrar, este EP acaba por se revelar um desafio interessante para quem gosta de coisas pouco usuais.
7/10
Fernando Ferreira
Bloodred – “The Raven’s Shadow”
2020 – Edição de Autor
O duo (agora reduzido apenas a uma pessoa) conhecido como Bloodred chega ao segundo álbum, com uma proposta interessante dentro do death metal com algumas tendências melódicas – o mesmo é definido com blackened death metal mas sinceramente não encontro por aqui elementos de black metal. Produção forte e temas sólidos mas que infelizmente carecem de ter dinâmicas mais aprofundadas, fazendo com que ao longo da audição da obra como um todo, se fique a sensação de que se está preso na mesma música. Algo que não melhora com consequentes audições. Para os fãs de death metal com alguma melodia, poderão encontrar aqui prazer auditivo.
6/10
Fernando Ferreira
Ad Vitam Infernal – “Infernal Comedy”
2020 – Lavadome Productions
Este trabalho faz-nos recuar alguns anos. Numa altura em que era mais comum encontrar um death metal levemente enegrecido e bem unidimensional. Um tipo de som que não é fácil nos satisfazer a cem por cento. Acaba por ser o que acontece com esta estreia dos Ad Vitam Infernal. Apesar da violência sónica que despejam em cima de nós, não chega para nos conseguir cativar ou impressionar, tornando-se a cada audição tudo um bocado repetitivo. Para quem vive e respira do que acabei de descrever acima, será perfeito embora ache que existam propostas superiores.
6/10
Fernando Ferreira
Funeral Bitch – “The 80’s Demos”
2020 – Vic Records
Colecção quase definitiva do trabalho dos Funeral Bitch. Quase porque só apresenta as duas demos de 1986 (e mesmo assim, não apresenta as versões diferentes dos dois temas que se repetem nos dois lançamentos) e não faz qualquer passagem pela terceira demo de 1988. Por outro lado traz-nos uma série de temas ao vivo que não estão presentes em mais lado nenhum. Em termos sonoros, há uma diferença muito grande entre os temas da primeira demo e os da segunda, sendo que os da segunda estão espantosamente actuais em termos de sonoridade. Parede de guitarras cheia e bem grossa e uma produção que surpreende – não terá levado uns pozinhos? Já os temas ao vivo, são para lá de podres, mas aí também não se esperariam milagres. Momentos interessantes, sobretudo a segunda demo que acaba por ser o ponto maior de interesse.
5/10
Fernando Ferreira