WOM Reviews – Raider / Savage Blood / Stälker / Death Nöize / Damnation Gallery / Rear Naked Choke / Vultör
WOM Reviews – Raider / Savage Blood / Stälker / Death Nöize / Damnation Gallery / Rear Naked Choke / Vultör
Warlust – “Unearthing Shattered Philosophies”
2020 – Dying Victim Productions
Formados na Alemanha em 2012, os Warlust são quarteto musical que se encontra parcialmente no black metal e no thrash metal, mas que acaba por corresponder a um estilo muito próprio da banda. O seu mais recente esforço, “Unearthing Shattered Philosophies”, é um álbum de oito faixas que agrada devido a não ser nem demasiado pesado nem demasiado leve, mas sim um equilíbrio bastante positivo dos diferentes valores dos dois subgéneros. O álbum envereda por diferentes estilos de sonoridade, chegando até a alcançar quase o melódico com maior sucesso de que outras bandas que se dedicam especificamente a esse tipo de som. No fundo, este álbum é um throwback a outros tempos em que a barreira entre os géneros não era tão visível, e isso, na minha opinião, é algo bastante positivo já que além de nostálgico, consegue tanto encapsular as qualidades de cada género como neutralizar as limitações que cada um deles demonstra.
8.5/10
Matias Melim
Raider – “Guardian Of Fire”
2020 – Edição De Autor
Formados em 2017, os Raider são uma banda canadiana de death metal que se estreou no passado Março com o álbum Guardian of Fire com um nível de qualidade com que muitos outros desejariam começar. Este é um daqueles álbuns sem floreados ou complexidades, é simplesmente uma obra de death metal athrashalhado que se centra na sua cadência e brutalidade. Apesar do seu caráter quase bidimensional, a verdade é que este é um trabalho que não desilude em nada, prende-se sempre ao mesmo tipo de sonoridade, uma de adrenalina asfixiante, mas faz o suficiente para prender quem o ouve sem fartar.
8.5/10
Fernando Ferreira
Savage Blood – “Downfall”
2020 – Edição de Autor
Tenho de dizer que não esperando nada desta estreia dos alemães Savage Blood, tive uma agradável surpresa. Heavy metal a puxar ao thrash e com grande raça que desde o início consegue cativar graças a riffs que sobressaíem devido a uma produção sólida e poderosa. Os mais exigentes poderão identificar vários pontos genéricos que existem certamente, mas pesando na balança entre o que é ou não déjà vú e aquilo que nos faz fazer headbanging, podemos dizer que este é um álbum que será valorizado muito mais pelo bom impacto que tem aos que têm metal a correr pelas veias. Boas ideias, materializadas na medida perfeita para quem continuou a acompanhar a evolução dos tempos mas não se esqueceu do que é imortal. Coisas como heavy metal. Ou thrash metal.
8/10
Fernando Ferreira
Stälker – “Black Majik Terror”
2020 – Edição de Autor
Regresso dos neo-zelandeses Stälker que após terem deixado uma excelente impressão três anos atrás, demonstram estar cheios de confiança para o segundo. Resta saber se essa confiança é justificada ou não. E é, de certa forma. “Black Majik Terror” tem um travo nostálgico óbvio, tanto na forma como no conteúdo. Sonoridade mais vintage não poderia haver assim como também malhas onde o speed metal (para mim, este rótulo sempre foi uma fórmula diferente de dizer thrash metal) reina em absoluto como se estivessemos em 1985. É unidimensional, claro está, com temas, invariavelmente uptempo. O principal problema – e não é um problema assim tão grave – é o facto destas músicas não serem tão imediatas como antecipava. Calculo que seja um problema pessoal, porque quem for adepto da sonoridade da velha guarda, de certeza que vai ficar nas suas sete quintas. Ah, e o Daif está a berrar como condenado, tal como se gosta.
8/10
Fernando Ferreira
Death Nöize – “Rites, Curses And Spells”
2020 – Bestial Burst
Terceiro álbum dos romenos que nos foi recomendado pelos próprios, gesto o qual agradecemos pela gentileza. As gentilezas acabam logo aí porque em termos sonoros, logo a começar na intro desconfortável da “Haunting Chant” que é uma espécie de profanação do hino fúnebre de Chopin. Simplicidade rítmica como pertence ao black metal mais primitivo e um ambiente necro que nos faz pensar nas propostas de thrash metal proto-black metal de bandas como Sodom e Hellhammer. Não é o que se toca, nem é como se toca, é mesmo como soa e a atmosfera criada. A repetição é um aliado neste tipo de coisas e com os resultados a variarem. Pessoalmente gosto mais dos momentos uptempo (como “Incubus” e “Curses And Chants”) embora os momentos em que ambos surgem conseguem surpreender como no tema título, com uma melodia bem catchy.
7.5/10
Fernando Ferreira
Damnation Gallery – “Broken Time”
2020 – Black Tears Of Death
O som dos Damnation Gallery tem algo de único, mesmo que apresente várias referências dentro da música pesada. A minha atenção foi primeiro para a voz de Scarlet que é um misto da falecida Jill Janus e Cadaveria (que também se encontra a lutar contra um cancro), versátil e bem agressiva. Algo que a música também apresenta, algures entre o heavy metal tradicional e o thrash de uma forma pouco ortodoxa, com o extremo a intrometer-se no caminho de vez em quando e com muitas referências ao oculto e horror, algo que os italianos dominam. “Broken Time” não é imediato mas tem muitos argumentos a seu favor. Bons temas, competência técnica, bons solos e ainda a participação de Steve Sylvester dos míticos Death SS. Para ir descobrindo, com paciência.
7.5/10
Fernando Ferreira
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Vultör – “Visões do Fim”
2020 – Murder Records
Álbum de estreia dos brasileiros Vultör, que mais parece reeditado em 2020 do que propriamente editado em 2020. Isto porque a forma como apresentam o seu heavy/speed metal a roçar o thrash parece-nos mesmo algo que seria comum em 1984. Se formos bem a ver as coisas, também não é tão incomum assim nos dias de hoje, pelo menos para uma facção do underground. Nem tudo está perdido. Primitivo e cru, mas com um encanto muito próprio que soa refrescante, ideal para quem gosta de suspirar a olhar para imagens antigas da década de oitenta.
7/10
Fernando Ferreira
Rear Naked Choke – “Rear Naked Choke”
2018 – Sliptrick Records
A fórmula do groove poderá enjoar. Percebo quem sinta isso, afinal a variação acaba por ser pouca. Remete-nos tudo para Godsmack, Corrosion Of Conformity ou uma versão mais musculada do “Load” dos Metallica. Pelo menos é esse o espírito encarnado aqui ao longo destas faixas. Som forte, que facilita ao groove e uma voz com raça, e que também ajuda a dar tonalidades mais alternativas. Não foi um álbum memorável e de certeza que quem gosta de caminhar por estes campos, mas os outros provavelmente passarão à frente.
6/10
Fernando Ferreira