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WOM Reviews – Svart Crown / Demonical / Night Crowned / Atheos / Skelethal / Septage / Putrid / Black Sun Brotherhood

WOM Reviews – Svart Crown / Demonical / Night Crowned / Atheos / Skelethal / Septage / Putrid / Black Sun Brotherhood

Svart Crown – “Wolves Among the Ashes”

2020 – Century Media Records

Após a oportunidade de os ouvir ao vivo em 2018, admito que tenho esperado pela oportunidade de comentar um dos trabalhos dos Svart Crown. Ora, as estrelas alinharam-se e agora posso admirar a obra que é Wolves Among the Ashes, o último projeto da banda que foi lançado em Fevereiro. Para aqueles que não os conhecem, o quarteto é de nacionalidade francesa e situa-se algures entre o death e o black metal, aproveitando, já agora, para expressar que este país tem uma forte tendência na criação de bandas de metal extremo bastante aliciantes. Em relação a Wolves Among the Ashes, este é um álbum que não se fica por meias medidas e que não aceita qualquer tipo de audição que não seja no máximo volume. É destacado por cadências oscilatórias bastante viciantes e por uma criação de ambiente de teor relativamente depressivo/opressivo que equivalem às bases onde assentam posteriormente os ingredientes deste grande trabalho. O trabalho de guitarra não é particularmente vistoso (positivamente) e opta antes pela colaboração com os restantes instrumentos numa modalidade de som bastante compacta que depois aprecia algumas variações através de outras mudanças ocasionais e relevantes na tonalidade vocal. Em comparação à maioria das faixas que conheço da banda, é sentido o crescimento da banda através da diversidade demonstrada em cada faixa e a uma sensação de existência de sentido profundo em cada uma delas. Para alguns, como para mim, será um dos álbuns de referência deste ano.

10/10
Matias Melim

Demonical – “World Domination”

2020 – Agonia Records

Já perdi a conta as vezes que disse “se há uma coisa que é infalível na vida é o impacto positivo que o death metla tem”. Se calhar nunca o disse antes, pelo menos desta forma mas garanto que já pensei isto inúmeras vezes. “World Domination” vem ao encontro deste meu pensamento porque é simplesmente fantástica a forma como nos deixa completamente reféns perante regras à muito criadas e exploradas. Com uns riffs e leads memoráveis, não vale mesmo a pena mudar aquilo que não está estragado. Neste caso está mesmo melhor que nunca tal como a própria banda que lança aqui um dos seus melhores trabalhos de sempre.

9/10
Fernando Ferreira

Night Crowned – “Impius Viam”

2020 – Noble Demon

Os Night Crowned são uma banda sueca que se estreia este ano com o lançamento do álbum Impius Viam. Formados em 2016, estes suecos decidiram-se estrear com uma magnifica peça de um estilo de híbrido que funde black e death metal através de um melódico bastante atrativo e refrescante neste recanto musical. O álbum inicia-se com uma sonoridade draconiana ao estilo de Therion que se acaba desenvolvendo Dimmu Borgir (em termos sinfónicos) e do nada transforma-se na identidade única desta banda. Num todo, a sonoridade desta banda pode ser caracterizada como bruta e agressiva com alguns requintes melódicos que aligeiram a “extremeza” de toda a experiência, contudo surgem aqui e acolá momento bem mais suaves correspondentes à vertente verdadeiramente melódica. O ponto mais alto do álbum é o ambiente que cria com auxílio dos géneros donde bebe a sua inspiração: desespero maligno e gélido.

9/10
Matias Melim

Atheos – “Words Of Eroding Worlds”

2020 – Niflhel Records

O som dos Atheos tem capacidade para nos deixar intrigados. Isto para quem gosta logo de classificar as coisas bem para ficar tudo arrumado. Há por aqui um caos que nos parece próprio de uma mistura entre o black e o death metal, mas também temos pormenores técnicos refinados e dissonâncias inesperadas. O facto de serem irlandeses também não ajuda a esclarecer nada. Não há volta a dar, este é mesmo daqueles álbuns que é preciso ouvir várias vezes para absorver todo o seu impacto. E após algumas (valentes) audições, as conclusões ainda tardam a chegar. Tão depressa andam na violência super sónica como também reduzem para o ritmo triturador de uma “Embers Obscure The Sun”. Com uma ambiência muito própria, este álbum é exigente mas também dá de volta aquilo que exige. É preciso é ter estofo para ele.

8/10
Fernando Ferreira

Skelethal – “Unveling The Threshold”

2020 – Hells Headbangers

Formados em 2012, os Skelethal são uma banda francesa de death metal que lança o seu segundo álbum em Novembro com o título “Unveiling the Threshold”. É um bom álbum de death metal com ritmos acelerados perfeitos para quem procura uma descompressão rápida do dia-a-dia e com um nível de agressividade proporcional às suas velocidades. Em termos de críticas, não existe nenhum defeito neste trabalho; o seu maior obstáculo é a incapacidade de se soltar da familiaridade da sua audição, causada pela inexistência de qualquer elemento que o distinga de outros trabalhos de death metal. Há solos motivados e motivantes, mas é nisso em que se fica, e para quem procura coisas novas ou diferentes, este trabalho não consegue satisfazer todos os requisitos para se tornar interessante para esse tipo de pessoas (tipo em que eu me enquadro). Portanto, é indiscutivelmente bom, mas deixa a desejar a quem procura algo mais.

7.5/10
Matias Melim

Septage – “Septic Decadence”

2020 – Saco Un Ojo

A capa não deixa mesmo margem para dúvidas. Para quem já tinha saudades de algo old school, algo que englobasse também a apresentação visual para além do som, aqui está o primeiro EP dos Septage. A capa é mesmo old school (pormenore do logo com o fundo branco é impagável assim como a capa em si, cheia de coisas capazes de fazer revolver o estômago mais forte – embora hoje em dia, essa arma já não seja tão eficaz como era vinte anos atrás. Em termos sonoros, o que se tem é igualmente bruto. Sonoridade algo podre e a remontar o período onde claramente se inspiram: década de noventa. Death/grind bem feito e que vai além do básico (e é fácil encontrar básico neste estilo) com bons riffs e boas ideias. Era bom ver isto evoluir para além do reduto em que se apresentam.

7/10 
Fernando Ferreira

Putrid – “Antichrist Above”

2020 – Godz Ov War Productions

Os Putrid são uma banda peruana formada em 2010 que, apesar do sucessivo lançamento de splits e EPs desde a sua origem, apresentam apenas agora o seu segundo álbum, “Antichrist Above”. Este é um álbum que se prende a uma sonoridade típica do black no que diz respeito à “crueza” do som, assim como ao death metal no restante (a banda ainda enuncia thrash pelo meio, mas a verdade é que ameio de tanta confusão, prefiro me reduzir a esses dois já que são os mais óbvios). Este é um daqueles trabalhos que tem em vista um tipo de fã bastante específico, a malta do metal ist krieg, portanto fica já o aviso para os restantes e para mim mesmo. “Antichirst Above” resume-se a: caos musical com poucos fios condutores; várias repetições sonoras (creio que intencionais, de forma a criar uma atmosfera mais atordoante) através de riffs modestos que, quando combinados com a bateria, desenvolvem uma sensação de pânico existencial; e um solo ou outro pelo meio. Para mim é um álbum que quase de certeza demonstra muita mais qualidade ao vivo e naquele ambiente fechado e claustrofóbico. Fora disso, é um álbum médio a apontar para o “algo aborrecido” principalmente quando comparado a outros trabalhos do mesmo género que já me passaram pelas mãos.

6/10
Matias Melim

Black Sun Brotherhood – “God & Beast”

2020 – Metal Blast Records

Estreia dos noruegueses Black Sun Brotherhood, que mais parecem britânicos ou holandeses do final de oitentas ou início de noventas. Pelo menos é a que soa este “God & Beast” que não me impressionou particularmente – isto não quer dizer que não existam boas propostas no espaço temporal e local referido atrás. Pelo contrário. Há um espírito blasfemo, há uma aproximação, algo simplista, devemos referir, ao metal mais primitivo, mas o resultado simplesmente não empolga. Há esperança que isso mude num eventual segundo trabalho, mas por agora, tudo muito bem feito mas sem brilho.

5/10
Fernando Ferreira

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