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WOM Reviews – Goratory / Of Feather and Bone / Hell-Born / Hammathaz / Obsidian Mantra / Insidious Disease / Infected Humans / Deformed Slut

WOM Reviews – Goratory / Of Feather and Bone / Hell-Born / Hammathaz / Obsidian Mantra / Insidious Disease / Infected Humans / Deformed Slut

Goratory – “Sour Grapes”

2020 – Everlasting Spew Records

Bruto. Esta pérola do brutal death metal técnico quase que nos escapava mas felizmente ainda chegamos a ele em 2020. É o quarto álbum da banda, mas o primeiro desde o regresso em 2016. E que regresso. A brutalidade está presente mas a mesma também vem com um alto nível técnico que torna tudo muito mais interessante e cheia de detalhes– a homenagem a Cannibal Corpse na “Back to The Grinding Machine” é um pormenor deliciosa. Este tipo de sonoridade tem um público muito restrito e por vezes isso pode levar a uma certa preguiça, algo que definitivamente não assiste aos Goratory. Excelente álbum e excelente regresso.

9/10
Fernando Ferreira

Of Feather and Bone – “Sulfuric Disintegration”

2020 – Profound Lore

Hoje temos mais um projeto de death metal americano dos bons: Of Feather and Bone com o seu último lançamento, Sulfuric Disintegration. Formada em 2012, esta banda tem um historial de trabalhos iniciado em 2014 e sobre o qual Sulfuric Disintegration ocupa o lugar de terceiro álbum. Num estilo de death metal relativamente extremo, este álbum vence devido à sua carga de agressividade que não se deixa levar em euforias descontroladas/desorganizadas com outros tanto o fazem. Em muitos aspetos, é um álbum daqueles sobre os quais os não letrados na cultura da música pesada aplicam os seus estereótipos de: “é só gritaria e barulho satânico”… evidentemente, há muitos “gritos”, muita intensidade cíclica proporcionada pelo trabalho malévolo de guitarra e pela gattling com que substituíram a bateria na maioria do álbum e temas de cariz paródico em relação a tradições cristãs. É, portanto, uma mistura bastante apetecível! De todos estes elementos, o que mais se sente é, sem sombra de dúvida, o do caráter cíclico dos riffs deste álbum já que lhe proporcionam uma atmosfera bastante específica de agonia e desespero; a ser honesto, só me lembro de variações/solos mais “divertidos” numa das faixas do álbum (Consecrated and Consumed). Portanto, toca a andar e a chatear o padre da aldeia com os nossos ritmos satânicos que só nós apreciamos.

8.5/10
Matias Melim

Hell-Born – “Natas Liah”

2021 – Odium Records

A simplicidade, para já, parece ser o que melhor está a definir os primeros trabalhos de 2021 que nos estão a chegar. Os polacos Hell-Born evidenciam logo essa simplicidade pela sua capa e título, construída de forma, lá está, simples mas bem eficaz. É a forma como podemos também definir o seu som que tem uma óbvia base no black/death mas que depois se rege em elementos de thrash metal que não disvirtuam, em nada, a blasfémia que por aqui vai. Esta poderá ser uma surpresa para muitos fãs deste tipo de sonoridade, afinal já era um silêncio editorial que diz respeito aos álbuns que durava há mais de doze anos. Não acredito que tenham havido expectativas – nos dias de hoje, doze anos sem lançar um álbum é uma eternidade – mas a haver, a simplicidade (a eterna) vai conquistar o favoritimso. São nove temas, bons riffs, boas melodias, será que é preciso mesmo mais para fazer Satanás feliz?

8/10
Fernando Ferreira

Hammathaz – “The End”

2020 – Edição de Autor

Excelente estreia por parte dos brasileiros Hammathaz que trazem uma sonoridade forte e moderna dentro do seu death metal. Já sei, já sei, fala-se em moderno e death metal pensa-se em algo mais metalcore. Não é o caso, a houver algum termo mais vítima das modas teria que falar no groove mas diria que nem assim o mesmo encaixa perfeitamente. Forte ritmicamente e com a capacidade para sacar leads e solos muito interessantes esta é uma estreia curta e grossa. Notei alguma diferença de volumes entre algumas faixas – fiz esta review através do Spotify – por isso não sei até que ponto esse reflecte a produção do álbum e sim apenas uma questão menor ao fazer upload. De qualquer forma, esta é uma banda a ter em atenção no metal brasileiro.

8/10
Fernando Ferreira

Obsidian Mantra – “Minds Led Astray”

2021 – Edição de Autor

Mais uma banda que 2020 me apresentou. Não esperava esta pujança forte perante a capa que me indicava algo talvez mais tradicional. Seja como for, as expectativas não saíram furadas já que esperava boa música. E sim, ainda é importante para mim uma capa como prelúdio para a música que vou ouvir. Death metal modernaço mas com personalidade própria. As dissonâncias, que nem sempre me entram bem, são parte dessa personalidade própria e também criam um groove fodido para quem gosta de mindfucks musicais. Aqui resulta muito bem embora tenha que admitir que é um tipo de fórmula que faz com que a dinâmica seja sacrificada. Nada de muito grave contudo, nada que o poder do groove (que é imenso) não resolva. É um segundo álbum poderoso e que merece o nosso reconhecimento e respeito.

7.5/10
Fernando Ferreira

Insidious Disease – “After Death”

2020 – Nuclear Blast

Eu, que gosto muito de super-bandas, nem me tinha apercebido que esta existia. Insidious Disease junta Marc Grewe (ex-Morgoth), Shane Embury (Napalm Death e cento e quinhentas outras bandas), Silenoz (Dimmu Borgir), Cyrus (Susperia) e Tony Laureano (ex-Nile) e este é o seu segundo álbum – o primeiro passou-me completamente ao lado, mas fica a curiosidade para ouvi-lo. Gostei do ambiente, gostei da produção, gostei do feeling death metal old school mas não há nada que tenha que o faça destacar. É daqueles álbuns que se ouve muito bem, mas que depois se arruma na estante e assim é capaz de ficar esquecido. Dito isto, não é mau. Apenas não é excelente. O que irrita, porque o entusiasmo inicial parece mesmo sugerir o contrário.

7/10 
Fernando Ferreira

Infected Humans – “Unexpected Traumatic Experiences

2021 – Gore House Productions

Do Equador, death metal técnico, bruto e sem dúvida nenhuma, esquisito. Os Infected Humans trazem neste álbum de estreia um conjunto de temas que andam entre o brutal death e o death metal mais técnico, com alguma criatividade e engenho, algo que é fundamental ter. É pena é que a produção não ajude e colabore a que esse lado se sobressaia mais. Desde a tarola estridente – sei que este tipo de som de tarola é clássico neste género mas nem sempre o que é clássico é bom – até uma equalização deficiante há de todo. Fica a indicação de que a banda, com os elementos técnciso de produção à sua altura, poderá trazer grandes coisas ao estilo.

6.5/10
Fernando Ferreira

Deformed Slut – “Ruthless Malignancy”

2020 – Deflowered Records

A one-man band levada a cabo por Alexandre Nunes, multi-instrumentista brasileiro, está de volta com um EP lançado no final do ano passado de forma digital. Death metal bruto mas com alguns pormenores melódicos bem interessantes e até inesperados. O som da bateria é que infelizmente não convence, não escapando o estigma de bateria programada – algo que até é bastante comum neste tipo de coisa. Ainda assim, dois bons temas de death metal agreste e boas perspectivas para o futuro.

6.5/10
Fernando Ferreira

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