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WOM Reviews – Ricky Warwick / Sister / When Frames Collide / FarCry / Escape / Automatic Kafka / Avi Rosenfeld / Brian Island

WOM Reviews – Ricky Warwick / Sister / When Frames Collide / FarCry / Escape / Automatic Kafka / Avi Rosenfeld / Brian Island

Ricky Warwick – “When Life Was Hard & Fast”

2021 – Nuclear Blast

Gosto da voz de Ricky Warwick. Admito que possa ser por ser bastante semelhante em tom à do mítico e saudoso Phil Lynott, mas ele sempre se assumiu como muito mais que isso – afinal este também já é o seu sétimo álbum de originais que faz a solo, fora do contexto dos Black Star Riders. Apesar de não ser nada de muito diferente daquilo que faz na sua banda, sente-se que aqui há uma maior liberdade para fazer apenas o que sente correcto e não está a preso às expectativas dos fãs em relação à banda (e aos seus próprios membros sobre a direcção musical). É uma celebração da música e para isso também conta com algumas participações especiais onde se incluem Joe Elliot (Def Leppard) e Dizzy Reed (Guns N Roses). É um enorme álbum rock/hard rock que se ouve muito bem, com linhas vocais memoráveis mas também com uma variedade impressionante que qualquer fã de boa música vai apreciar.

9/10
Fernando Ferreira

Sister – “Vengeance Ignite”

2021 – Fick Records

Não os conhecia de lado nenhum mas bastou apenas uma música para ficar completamente fascinado. Sei que os fascínios dos chamados “one song stands” (que tal como os one night stands, podem deixar-nos a sentir bastante sujos e usados posteriormente) não são de confiar, mas felizmente é algo que vamos tendo ao longo do álbum. Um álbum que apesar de não trazer um estilo de música original, deixa-nos em conflito em relação ao rótulo. Se por um lado temos aquele feeling sleazy muito próprio do hard rock, temos refrões e atitude punk numa roupagem heavy metal. E a voz é algo necro, o que resulta tudo numa mistura irresistível para quem gosta deste tipo de coisa. Refrões emblemáticos e um vício do início ao fim.

9/10
Fernando Ferreira

When Frames Collide – “Quattro”

2020 – X Ray Records 

Quando não se tem expectativas é quando as coisas que nos surpreendem (pela positiva, claro está) sabem melhor. Foi o caso deste EP “Quattro”, dos australianos When Frames Collide. Não vou mentir, o som é clássico. Clássico ao ponto de ser algo datado. Não pela produção em si, mas pelas composições. Temos aquele feeling de rock clássico a pender mais para o blues do que para a pop, mas as músicas são de um bom gosto tão grande que é impossível não ficarmos entusiasmados com estes temas que se tivessem sido lançados décadas atrás teriam sido certamente sucessos estrondosos. Hoje ficam confinados apenas às pessoas com bom gosto (peço desculpa pelo ataque de modéstia) e com a certeza de que são mesmo uma grande banda.

9/10
Fernando Ferreira

FarCry – “Balance”

2021 – AOR Heaven

Só o riff inicial do tema-título traz aquele cheirinho a oitentas tão característico. Onde até os temas mais melódicos confiavam na(s) guitarra(s) para serem um dos instrumentos preciosos e essenciais em fazerem as suas músicas respirarem. Os FarCry não são dessa altura – aliás, surgiram até depois do jogo com o mesmo nome – mas trazem consigo toda essa mística e imaginário.  O álbum ouve-se muito bem e é indicado para quem gosta do bom e velho rock FM ou AOR. Um nicho que se prevê ficar muito forte graças a trabalhos assim. Temas fortes, fáceis de memorizar e uma produção fantástica.

8/10
Fernando Ferreira

Escape – “Fire In The Sky”

2021 – AOR Heaven

Regresso dos Escape, algumas décas depois e com uma nova formação. Voltam para o terceiro álbum e não acredito que os fãs tenham esperado mas caso o tenham feito, a qualidade é garantida. Bom hard rock com alguns toques de AOR (ou não fosse lançado pela AOR Heaven) e onde a identidade da banda se mantém mas não é aquele passeio pelo passdo que se antevê neste tipo de regressos. A produção mantém o lado mais orgânico mas tem também o poder  que queremos ver num álbum de rock actual. Convém só referir que o que temos é uma regravação dos clássicos da banda mas tendo em conta que sua actual, a prova foi mais que superada.

7/10
Fernando Ferreira

Automatic Kafka – ”Metamorphosis”

2020 – Discos Fúria/Ataque

Quando o comunicado de imprensa nos diz que existem claras influêncis do som de Seattle (partindo do princípio que estamos a falar do grunge), não esperaria um vocalista com um timbre que faz lembrar (e muito!) o já muito saudoso Chris Cornell. Musicalmente, no entanto, a coisa não se fica apenas pelos Soundgarden – onde podemos apontar o ritmo mais groove e sabbathiano mas a indicação é feita levemente e não de forma tão directa. O stoner e o southern rock norte-americano são as referências ao instrumental, mas a voz… é tão marcadamente familiar e tão poderosa que é difícil retirarmos daí o sentido. Mas quando o conseguimos fazer, consegue-se apreciar um disco com bons temas e com capacidade de explorar muito mais do que apenas as suas influências. E a voz até consegue mostrar outras facetas que demonstram mais do seu potencial e identidade própria.

7/10 
Fernando Ferreira

Avi Rosenfeld – “We Sail”

2021 – Edição de Autor

Álbum número cinquenta e cinco. Qual é a definição de longevidade no novo milénio? Conseguirmos manter-nos activos tempo suficiente para ver Avi chegar ao seu centésimo álbum – que vai chegar e ultrapassar, tenho a certeza disso. Podendo não fazer música que tenha grande seguimento no underground do rock, é importante dizer algo acerca do talento de Rosenfeld. É óbvio. Os seus álbuns por vezes só não são mais eficazes porque as vozes que escolhe nem sempre são fortes como a música exige. Aqui neste álbum temos um desse problema, quando é o próprio Avi a cantar, algo que infelizmente afecta a forma como recebemos este álbum. Também é um álbum mais mellow e isso poderá fazer com que não se receba de forma tão entusiasta como se previa. Para quem gosta de música para relaxar e não é muito exigente, tem aqui uma boa opção.

6/10
Fernando Ferreira

Brian Island – “Brian Island”

1989/2021 – AOR Heaven

Tudo aqui grita pelos anos oitenta. Ou no máximo, oitentas/noventas (no início). A capa, o lettering e, claro, a música. Com um feeling funk onde o baixo é proeminente, não deixamos de ter a sensação que estamos perante música que poderia ter estado num filme ou série gravados entre 87 e 92. O que não admira quando soubermos que o amigo Brian não só teve muitos anos a compor e a tocar músicas para outros artistas como também o fez para séries e filmes. Bem, nada de estranhar o desfasamento temporal já que é um trabalho editado originalmente em 1989. Apesar da qualidade evidente, é um álbum que não esconde (em nenhum dos seus aspectos) o tempo onde foi produzido. A reedição destina-se para um nicho muito reduzido, com o baixo no centro em vez da guitarra (Brian é vocalista e baixista). Passando por cima desse factor, fica um álbum agradável de ouvir.

6/10
Fernando Ferreira

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