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WOM Reviews – Mutant Blast / Sepultura / Sodom / Vexovoid / Prestige / Prophecy / Schizogoat / Scarred

WOM Reviews – Mutant Blast / Sepultura / Sodom / Vexovoid / Prestige / Prophecy / Schizogoat / Scarred

Mutant Blast – “Detonation”

2021 – Wormholedeath

É possível termos uma mistura de death/thrash metal sem que soe a nada do que já ouvimos antes? Eu explico a necessidade desta pergunta. Os Mutant Blast são-nos apresentados como death’n’roll pelo Metal Archives e o som que nos chega em “Enter The Wasteland” soa mesmo a algo desse género e de preferência sueco. No entanto, quando chega a voz em “Break The Wheel” é como se passássemos para algo crossover, com o instrumental a continuar a sugerir death metal. E resulta, resulta tão bem que faz com que este seja logo um grande vício, à partida. Poderá parecer que apenas estou a valorizar a distorção da guitarra cheia de gravilha mas é tudo, a conjugação de tudo que faz com que este seja um EP que é obrigado conferir para quem gosta de thrash (ou death metal) pouco convencional.

9/10
Fernando Ferreira

Sepultura – “Sepulquarta”

2021 – Nuclear Blast

Como se sobrevive a uma pandemia? Os Sepultura deram uma boa ideia. Reunir-se com amigos todas as semanas, e deitar abaixo as barreiras que os separavam dos seus fãs numa altura em que todos estavam isolados. Guitarristas, baixistas, vocalistas e bateristas, um conjunto impressionante de verdadeiras estrelas e grande parte deles também fãs da banda brasileira a tocar temas que se estendem ao longo de toda a sua carreira. O som é algo comprimido e tem aquele tom de ensaio mas que neste caso resulta muito bem e dá um ar mais ao vivo a tudo. Destaques positivos para “Hatred Aside” (um dos melhores temas de “Against”), “Cut-Throat”, “Phantom Self” e “Fear, Pain, Chaos, Suffering”. Sem esquecer a cover “Orgasmatron” dos Motörhead com Phil Campbell na guitarra. Por acaso esperaria que tivessemos mais temas dos últimos álbuns mas até acaba por soar positivo o alinhamento – e para satisfazer todos, três CDs não chegariam. Mesmo para quem já está farto destes álbuns ao vivo registados em casa, os Sepultura foram dos primeiros que conseguiram fazer de forma inteligente e esta compilação torna-se ainda mais apetecível por esse factor.

9/10
Fernando Ferreira

Sodom – “Bombenhagel”

2021 – Steamhammer

É cada vez mais comum termos bandas de black metal misteriosas das quais não há nenhuma informação. Mas no final o que interessa mesmo é a música e no caso dos holandeses Ossaert, o que temos é quatro temas longos, hipnóticos e cruz. Vistas a coisas, não é preciso saber quem são, de onde vieram e para onde vão. Nem é preciso letras nem títulos de música (por muito que seja um chavão termos “I”, “II”, “III” e “IV” como títulos, enquadra-se perfeitamente) porque a música fala por si só. E nem só consegue ser aquele black metal cru e primitivo como também consegue alcançar níveis inesperados de melancolia (conferir a “III”). No geral é um álbum surpreendente que não conseguimos ficar indiferentes.

8.5/10
Fernando Ferreira

Vexovoid – “Call Of The Starforger”

2017/2021 – Black Tears

Para quem se queixa de muito do movimento no mercado discográfico hoje em dia se destinar às reedições, são lançamentos como este “Call Of The Starforger” que calam todas (ou quase todas) essas bocas protestantes. “Call Of The Starforger” é ainda o único álbum por parte dos italianos Vexovoid lançado não há muito tempo (2017) mas que poderá ter passado despercebido a muito boa gente. Esta reedição agora poderá colmatar essa lacuna. A banda tem uma sonoridade agressiva dentro do thrash metal mais técnico e as referências aos Vektor são inevitáveis mas conseguem contagiar desde o primeiro momento até ao último – tendo em conta que estamos a falar de thrash metal ultra técnico, nem é de todo fácil de conseguir. Álbum de estreia sólido que ainda não perdeu o efeito. Não é crível que perca tão cedo.

9/10
Fernando Ferreira

Prestige – “Reveal The Ravage”

2021 – Massacre

Sei de muitos colegas meus cépticos em relação a reuniões e regressos e consigo perceber. Percebo o cepticismo em relação às motivações que por vezes não são as mais claras, mas quando assim, normalmente a música é também reveladora, sem piedade, das mesmas. Ou de como o talento de outrora se tornou obsoleto. Os Prestige lançaram três álbuns de 1989 até 1992, álbuns que até podemos dizer que se tornaram uma espécie de culto obscuro e depois desapareceram sem deixar rasto. Voltaram em 2006 e tirando uma compilação, não fizeram mais nada até… agora. “Reveal The Ravage” é o quarto trabalho que valida por completo o regresso da banda. Thrash metal que tanto soa a old school como tem uma produção moderna que nem parece que estamos perante uma banda que começou a carreira quase vinte e cinco anos atrás. Regressos assim valem sempre a pena.

8.5/10
Fernando Ferreira

Prophecy – “Twisted Reality”

2018 – Metal Domination

Thraaaash! O primeiro álbum dos dinamarqueses Prophecy é daquelas bombas thrash metal que entusiasma qualquer fã. Sim, tem muito do entusiuasmo juvenil e ingénuo que vem com um álbum de estreia, mas isso não é impedimento para ter grandes malhas, num conjunto sólido que fala mesmo ao coração de todos os que gostam de riffs e solos à velocidade da luz. Como podem ter reparado, este é um trabalho que não adianta nada ao que se conhece do estilo – a capa dava logo indicação disso mesmo – e não há qualquer problema nenhum com isso, nem com o facto não encontrarmos nada de novo. É mais uma banda que iniciou o seu caminho, com um potencial imenso. O que há para não gostar.

8/10 
Fernando Ferreira

Schizogoat – “War, Pestilence And Sacrifice”

2021 – Helldprod

Regresso às raízes. Não da banda – e daí provavelmente – mas às nossas, de quem apanhou a música extrema nos primórdios. Temas simples, a roçar o básico, mas com uma grande alma. Gravações/produções precárias mas com um ambiente quase impossível de recriar. Para cada uma das falhas deste lançamento temos algo positivo. Algo que não chega para convencer os que são mais exigentes. Apesar de todos defeitos, há aqui um certo toque especial que não se consegue explicar nem sequer convencer alguém a gostar. Ou se gosta ou não. Sendo o primeiro EP da banda brasileira, tenho curiosidade de ouvir até onde a evolução os vai levar.

6.5/10
Fernando Ferreira

Scarred – “Scarred”

2021 – Klonosphere

Desde a sua formação, os luxemburgueses Scarred lançaram três álbuns. O último, com o nome da banda, foca-se num estilo de groove metal muito reminiscente dos finais dos anos 90 e início de século XXI que infelizmente não é tão apelativo nos dias de hoje como era antigamente. A atmosfera do álbum tende a vaguear um pouco por todo o lado sem se conseguir comprometer com um estilo específico ao longo nem da sua duração, nem de cada uma das suas faixas, o que lembra um pouco aqueles trabalhos experimentais que ocasionalmente vêm à tona (por exemplo: nos quase-meados do álbum há uns momentos dirigidos ao death). Já referi várias vezes que gosto de trabalhos minimamente “fora da caixa”, mas este claramente não é um deles. É um trabalho divisor e acredito piamente que existirão apreciadores, mas para mim é algo que não tenciono repetir nos próximos tempos.

5/10
Matias Melim

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