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WOM Reviews – Hranice Abyss / Pestilence / Melting Eyes / Enkhull / Antropofago / “Rebirth Of The Ancient Paths” / “Eurodance – The Metal Way” / Hebefrenico

WOM Reviews – Hranice Abyss / Pestilence / Melting Eyes / Enkhull / Antropofago / “Rebirth Of The Ancient Paths” / “Eurodance – The Metal Way” / Hebefrenico

Hranice Abyss – “Aphagy”

2021 – Edição de Autor

O melhor que podemos ter na música é repararmos que a proposta que estamos a ouvir pela primeira vez não se sente confortável em nenhuma das categorias que vão surgindo. Isto porque é sinal que estamos perante algo minimamente novo e original. Sendo que as categorias neste caso que surgem são death  e thrash metal, até parece impossível surgir algo novo e original. Bem pelo menos surgem-nos sem fazer lembrar ninguém directamente apesar de encaixarem nas prasteleiras em questão. No entanto, há uma brutalidade ainda mais acrescida além de um sentido de melodia acutilante que torna as coisas ainda mais interessantes. Este é o primeiro EP da banda brasileira pelo que poderá haver muito mais a mostrar. E nós interessados à espera.

8.5/10
Fernando Ferreira

Pestilence – “Testimony Of The Ancients”

1991/2021 – Hammerheart Records

O interesse renovado no vinil é essencialmente positivo porque permite apresentar novamente ao público obras relevantes, que as novas gerações potencialmente desconhecem. Este é tido como um dos grandes álbuns da carreira dos Pestilence, embora por vezes surjam vozes referindo que qualquer um dos anteriores é superior. Não vamos colocar isso em questão. Apenas que, sim, “Testimony Of The Ancients” é um álbum para lá de ambicioso tendo em conta o género onde se movia e aquilo que se estava habituado a ouvir. A vertente mais técnica também poderia encontrar-se nos Death e Atheist, mas este álbum tem uma envolvência conceptual que nenhum dos dois anteriores tinham atingido nesta altura. É um álbum que marcou a minha pesquisa pelo death metal clássico uns poucos anos mais tarde e continua a ser um dos meus favoritos desta altura. Um clássico reeditado em vinil que qualquer coleccionador terá que ter obrigatoriamente.

9.5/10
Fernando Ferreira

Melting Eyes – “My Final Resting Place”

2021 – Edição de Autor

Belo início de carreira para os Melting Eyes. A banda holandesa tem um certo tom sueco na sua sonoridade e o ouvido para agarrar as melhores malhas death metal old school. Este é um dos EPs aos quais é muito fácil ficarmos viciados a ouvir. E também a ficar com o nome da banda anotado mentalmente. Da produção às músicas em si, esta é a resposta aos que se interrogam o que há para fazer no death metal quando tudo já foi feito (ou supostamente): Apenas apresentar a sua própria identidade e a sua própria sonoridade. Com talento, saem coisas assim.

8.5/10
Fernando Ferreira

Enkhull – “Misanthropic Ultimatum”

2021 – Edição de Autor

Sabem aquelas ideias que vos fazem pensar “como é que ninguém pensou nisto antes?” mas não o dizem em voz alta porque no fundo não são nada de extraordinário. Foi a reacção que tive com este projecto francês que é uma espécie de mistura de brutal death metal e black metal (há por aqui uma aura negra) e que é instrumental. Nada demais, certo? Música instrumental não é nada de novo. No entanto, neste contexto, até que é. Música instrumental, sem grandes malabarismos de guitarra para encher a coisa ou temas épicos a tentar lembrar música de banda sonora. É metalada bruta (algumas vezes a soar a grindalhada) e inspirada que faz com que seja uma autêntica diversão. Sem voz poderá soar a produto inacabado mas há certas coisas que resultam melhor assim. Excelente surpresa!

8.5/10
Fernando Ferreira

Antropofago – “A Propensity For Violence… Cruelty Enslavement”

2021 – Edição de Autor

Terceiro álbum dos franceses Antropfago que têm uma sonoridade bem forte, com um death metal técnico mas que não esquece a melodia. Principalmente nos solos, extremo bom gosto, com bom uso de harmonias das duas guitarras. Bons detalhes também a nível do baixo, com alguns malabarismos que têm de razão de ser: soam muito bem e trazem uma cor rítmica muito forte e eficaz. Uma qualidade e dinâmica que vamos encontrando ao longo do álbum. Só encontro uma pequena questão em relação a este álbum. Mais de metade dele é composto por temas que já tinham sido lançados num EP em 2018 (intitulado “A Propensity For Violence” e lançado apenas de forma digital), sendo que desses seis, um é uma cover (“Davidian” de Machine Head ) e outro é uma espécie de interlúdio instrumental (“Descent”) e que serve de intro para “Spawn The Teratism”. Apesar de terem sido apenas remasterizados, não se sente que a diferença de som exista entre os temas antigos e os temas novos, pelo que poderia apresentar-se um alinhamento diferente – em vez de colocar os temas do EP, primeiro e depois colocar os quatro novos. Como disse, uma pequena questão e que não é inédita (os nossos Ramp fizeram isso com “Thoughts”) e que não retira o verdadeiro canhão death metal técnico que temos aqui.

8/10
Fernando Ferreira

V/A – “Rebirth Of The Ancient Paths”

2021 – Genocídio /Murder 

Iniciativa luso-brasileira, pelas editoras Genocício Records e Murder Records, onde se reúnem vinte bandas do underground brasileiro, que vão do thrash ao death metal, sem esquecer o black (ainda que misturado com os dois géneros atrás como é o caso dos Cult Of Horror. Uma iniciativa e uma compilação com distribuição digital gratuita e que vale a pena conhecer principalmente para quem for fã da música extrema. O cenário brasileiro está cada vez mais forte e mais rico e temos aqui vinte provas disso mesmo.

7.5/10 
Fernando Ferreira

V/A – “Eurodance – The Metal Way”

2021 – Antichrist Magazine

Demorou algum tempo a surtir efeito – porque infelizmente (ou felizmente) o meu conhecimento da eurodance é bastante reduzido – mas lá consegui perceber que esta é uma compilação de covers de grandes sucessos da chamada eurodance, que teve especial sucesso na primeira metade da década de noventa. Demorou a surtir efeito porque existem certas memórias que ficararam recalcadas. Memórias onde nomes como Ace Of Base e Eiffel 65 ficaram guardados. E também alguns refrões, porque infelizmente o mundo era pequeno demais para se fugir à realidade impingida por alguns humanos. A surpresa foi reparar que conhecia mais músicas aqui do que aquelas que alguma vez esperaria – apesar de à primeira vista os nomes das músicas e bandas me serem (alguns, como já disse) desconhecidos. Algumas versões estão engraçadas mas no geral não passa disso. Alguns estão mesmo sofríveis – como os Everlust e a sua rendição da “Happy Nation” que quase dá vontade de ouvir o original. Em desespero. Para quem gosta de covers, poderão encontrar aqui algumas engraçadas, mas tem mais impacto se tiverem vivido na década de noventa.

5/10
Fernando Ferreira

Hebefrenico – “Vol.2”

2021 – Edição de Autor

Projecto estranho e minimalista nacional (ao que tudo indica) de música extrema. O contacto foi feito por um e-mail apenas com o link para o bandcamp da banda ou projecto. O que não deixa de ser refrescante, termos propostas que por vezes não tentam dizer o que vamos ouvir nem fazer comparações que não se enquadram com a realidade. A música é… desafiante. Para dizer o mínimo. A produção parece ser manhosa de propósito na escola do Rick Rubin com tonturas de fraqueza – volumes no máximo a dar aquele efeito “Death Magnetic” que tanto nos faz querer cortar os pulsos. Qualquer dinâmica que as composições pudessem ter, vão pelo ralo abaixo mas isso não é algo que seja uma preocupação. É um trabalho experimental ao qual podemos ouvir com curiosidade mas confesso que ter experiências destas onde há uma base com potencial para ser algo muito superior não deixa de ser frustrante.

4/10
Fernando Ferreira

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