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WOM Reviews – Gloomy Grim / 1914 / Svpremacist / Zmarchrob / Aversio Humanitatis / Autumn, Leaves, Scars / Osiris / Teitan

WOM Reviews – Gloomy Grim / 1914 / Svpremacist / Zmarchrob / Aversio Humanitatis / Autumn, Leaves, Scars / Osiris / Teitan

Gloomy Grim – “Agathonomicon”

2021 – Satanath

O regresso dos Gloomy Grim em 2016 foi fantástico. “The Age Of Aquarius” é um álbum que consegue recapturar toda aquela majestosa ambiência do black metal melódico e sinfónico, de uma forma que a banda nunca tinha conseguido anteriormente. Ao que parece a banda terá acabado em 2019, apenas para voltar no ano seguinte – péssimo ano para qualquer tipo de regresso, dica-se de passagem – e agora aqui temos o novo álbum. Um álbum que surpreende mais uma vez e que até se poderá revelar mais exigente do que se esperaria. Apesar de ter intacta a componente melódica e (algo) sinfónica, a produção é podre. Mesmo podre. Podre daqueles género que parece que estamos numa fábrica e se houve constantemente o barulho das máquinas a trabalhar. Curiosamente, a surpresa é que… resulta! As músicas soam mais agressivas e no geral é um bom regresso. Veremos até onde vai esta segunda vida dos Gloomy Grim.

8.5/10
Fernando Ferreira

1914 – “Where Fear And Weapons Meet”

2021 – Napalm

Impressionante o percurso destes ucranianos. Uma das bandas que mais tem conseguindo evoluir e solidificar a sua posição e identidade a cada passo dado. E como seria de esperar, este sexto álbum não é excepção. A temática continua a ser a primeira Guerra Mundial mas nem isso faz com que este álbum tenha menos impacto ou intensidade dramática. A banda é usualmente descrita como death/doom metal com tiques black metal mas para mim eu diria que é mais black/death metal com toques sinfónicos e alguns tiques de doom. Nada que interesse realmente para validar a sua qualidade. Apenas sinonimo que a sua criatividade não se encaixota assim tão facilmente quanto se pensa. O que para mim é também indicador de que se está perante algo realmente especial. O ambiente é intenso – como deveria ser, já que o tópico conceptual é uma das guerras mais brutais da história da humanidade – e engole-nos por completo, num misto de atracção e curiosidade mórbida. Musicalmente é metal extremo feito de forma imaculada e que é sem dúvida o ponto mais alto na sua carreira. E também a indicação de que esta banda é mesmo uma das grandes do underground europeu.

9/10
Fernando Ferreira

Svpremacist – “Meaningless Death”

2021 – Repose

Muitas vezes digo que a unidimensionalidade faz com que álbuns com enorme potencial acabem por ser desilusões, no entanto para contrariar, é esse mesmo factor que se revela a força principal de outros. “Meaningless Death” dos israelitas Svpremacist tem esse potencial e faz bem uso dele. Black metal com pitadas de thrash metal que castiga sem dó nem piedade mas faz isso com dinâmica mesmo que inicialmente não pareça. A produção crua e old school faz com que se tenha um efeito nostálgico em relação às propostas que surgiam amiúde tempos atrás de black/thrash metal que por sua vez tentavam capturar os primórdios da música extrema. É um olhar para trás mas com uma eficácia intensa que se torna apaixonante. Quem andar à procura de nostalgia cortante, pode começar por aqui. Provavelmente não vão querer mais.

8/10
Fernando Ferreira

Zmarchrob – “Sedmero Hříchů”

2021 – Edição de Autor

Terceiro álbum da carreira e o terceiro desde 2020 – é uma marca impressionante. Já sabemos, muita oferta nem sempre equivale a algo digno de fazer investir o nosso tempo precioso. Neste caso podem ir à confiança, porque é black metal sem tretas, sem engonhar, cru e primitivo mas longe de ser tosco. É mesmo muito curto – não chega a meia hora – mas isso só faz com que seja ainda amis intenso. É o que o torna refrescante. A pureza da coisa não significa que seja algo intragável ou extremo ao ponto de não se conseguir ouvir. É o ambiente criado e as sensações que se passam. Tendo em conta estes parâmetros, missão cumprida.

8/10
Fernando Ferreira

Aversio Humanitatis – “Silent Dwellers – Live MMXX”

2021 – Lunar Apparitions

A ausência de vida que a capa transmite é mais que apropriada para como a música ao vivo foi sentida ao longo destes quase dois anos. Concertos com pouca ou nenhuma gente e uma certa frieza que parte o coração. No caso dos espanhóis Aversio Humanitatis, esse ambiente desolador até que se dá bem com a música e não é algo que se ressinta no produto final. No entanto, não há muita diferença entre o que temos aqui e o que está apresentado nos álbuns, uma questão que já vimos surgir muitas vezes antes, fruto dos tempos em que vivemos e em que as bandas acabam por apresentar algo muito semelhante ao vivo daquilo que está em estúdio. Em defesa da banda, também não há muito espaço para invenções e o resultado vai agradar para quem tem acompanhado os espanhóis, sendo uma boa prenda para os fãs. Black metal intenso e conceptual, com muito para absorver.

8/10
Fernando Ferreira

Autumn, Leaves, Scars – “Unter Dem Füsse Der Trauerd Winde”

2021 – Satanath

Interessante duo romeno que tem um som black metal que consegue cativar facilmente. Isto porque à estética do estilo (de acordo com a segunda vaga escandinava), também lhe juntam alguma melodia pouco como também uns riffs infecciosos que quando se colam torna-se difícil de mandá-los embora – como o riff da “Der Kampf Des Seins”, que tem o seu quê dos momentos mais recentes de uns Satyricon. A capacidade melódica surpreende e também a profundidade e intensidade dramática das composições. Tudo junto faz com que se queira olhar para trás de uma carreira já longe e que promete ter muitos momentos de igual interesse.

8/10 
Fernando Ferreira

Osiris – “Meanders A Soul…”

2021 – Satanath

Eita capa mais manhosa. Os meu olhos não estavam preparados para algo deste calibre. Não em 2021. No entanto a mesma é indicadora de uma certa ingenuidade, própria do primeiro álbum de originais mas também de uma banda que nos chega do Egipto, que não tem uma enorme tradição no metal – apesar de ter lá alguns dos fãs mais fervorosos. No entanto, apesar de ser o primeiro álbum, a banda também não é propriamente novata, já que começou nos anos noventa ainda que tenha apenas durado dois anos, até voltarem em 2014. Curiosamente a sua sonoridade até é mais própria da década de noventa, com aquele feeling sinfónico e melódico que tanto florescia na altura. Bons riffs e boas melodias, algumas previsiveis mas eficazes mesmo assim. Talvez a parte que precisa de mais desenvolvimento são os samples orquestrais que soam demasiado a midi. Um bom e importante primeiro passo dado numa banda que pode vir a dar muito mais.

8/10
Fernando Ferreira

Teitan – “Vákuum

2021 – Void Wanderer Productions/Zwaertgevegt

A one-man band Teitan está de volta com o seu EP “Vákuum”, e apresenta cinco temas que conseguem causar um bom impacto, indo para além daquela proposta que se espera de antemão, principalmente em relação à produção. Sólida que só peca no som da bateria onde se nota demasiado que é programada – se não é, é melhor mudar os triggers da bateria para outra coisa que não “modo bate estacas”. Boa ambiência e bons temas, que brilham principalmente no mid tempo e na criação de atmosferas.

7.5/10
Fernando Ferreira

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