WOM Reviews – Hammerfall / Trick Or Treat / Tygers Of Pan Tang / Inhibidor
Hammerfall – “Hammer Of Dawn”
2022 – Napalm
Os Hammerfall são uma banda clássica de heavy metal, quer se goste ou não. Até quer se considere que para entrar nessa categoria terá de ter tido origem na década de oitenta. Numa altura em que o heavy metal não era procurado, o seu álbum de estreia provocou uma verdadeira revolução que instigou uma série de novas bandas (e outras não tão novas) a seguirem o caminho quer no heavy, quer no power metal. Isso não lhes impediu alguns passos em falso, algumas tentativas de modernização que depressa foram largadas. O que é certo é que quase trinta anos depois, aqui está o seu décimo segundo álbum que apresenta uma vitalidade impressionante. Não se enganem, a banda não mudou o seu estilo, nem tentou voltar às origens, apenas soa aquilo que os fãs querem, a Hammerfall. E isso não seria possível sem uma mão cheia (ou duas) de temas orelhudos e de refrões que vão implorar para ser cantados ao vivo pelos seus fãs. Não tendo nada de diferente, o que distingue este álbum dos outros onde até nós próprios sentimos algum cansaço da fórmula? Simples, a inspiração. É um álbum que soa especialmente inspirado, como há muito não ouvíamos por parte da banda. Não é essencial para esse efeito a participação de King Diamond – que até passa um bocado despercebida no tema em que participa, “Venerate Me”. Apenas aquele heavy metal antémico por parte de uma banda que é referência no género. Todos os defeitos e virtudes estão aqui tal como anteriormente. Só por dizer que aqui os defeitos até são vistos como virtudes e “Hammer Of Dawn” é o melhor álbum da banda em duas décadas. Ou mais até.
9/10
Fernando Ferreira
Trick Or Treat – “Creepy Symphonies”
2022 – Scarlet
Fabuloso, fabuloso, fabuloso! Yeah, uma forma original de começar uma review, mas o que poderia eu fazer se isto foi amor à primeira vista? “Creepy Symphonies”, é o sétimo álbum de estúdio e estabelece o regresso dos Trick Or Treat, numa demonstração de domínio total sobre o caminho a seguir, cheio de maturidade musical, traduzido em dez faixas sublimes que não me canso de ouvir. Entre temas de cunho speed power metal passando por baladas, poderosas, emocionantes rumo a um final monumental de doze minutos que não cansa ninguém, “The Power Of Grayskull” apresenta o conhecido personagem He-Man e os Mestres do Universo e é um deleite para os nossos ouvidos. Que seja este o disco que vai fazer da banda uma referência no género!
10/10
Miguel Correia
Tygers Of Pan Tang – “A New Heartbeat”
2022 – Mighty Music
O novo EP da mítica banda inclui duas faixas regravadas do álbum que marcou a estreia dos Tygers em 1980, “Wild Cat”, que são “Killers” e “Fireclown”, que curiosamente ainda guardo em vinil. Lembro esse tempo em que comprei o disco, um pouco por impulso de colecionador, na altura não fiquei muito entusiasmado com o que me era dado a ouvir, fruto das influências da época estarem em outra direção, mas ficou comigo até hoje e naturalmente, com outra maturidade vamos aprendendo a apreciar música que na nossa adolescência nos passava um pouco ao lado.
Mas ok, falar deste Ep e concretamente dessas duas faixas, que soam mais modernas, mas com toda aquela energia musical da banda bem marcada, no restante, “A New Heartbeat” é um disco de uma banda que tem a sua história e que apesar de alguns hiatos não foi e não será esquecida pelos seus fãs.
8/10
Miguel Correia
Inhibidor – “Vértigo”
2022 – Edição de Autor
Álbum de estreia desta banda que é mais um projecto a solo de Alberth Paez do que propriamente um esforço conjunto. Não é, todavia, uma one-man band já Paez é o guitarrista e compositor, sendo que tudo o resto é feito por músicos de sessão. E antes que se possa pensar, não se trata de um álbum shred, embora tenhamos aqui níveis técnicos longe de serem banais. Cantado em castelhano, este músico argentino demonstra ter um talento tanto nas cordas da guitarra como na composição. A produção tem um tom mais moderno mas qualquer fã de heavy metal vai apreciar este conjunto de temas. Um bom álbum de estreia.
7/10
Fernando Ferreira
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