Review

WOM Reviews – Rift Giant / Myopic & At The Graves / Nothing Is Real / Slowshine

Rift Giant – “Cataclysm”

2021 – Planet K

Os Rift Giant até se poderiam chama de Riff Giant, tendo em conta a qualidade e poder que nos vão apresentando ao longo do seu trabalho, sobretudo neste segundo álbum, “Cataclysm”. Groove bruto e fantástico que não dá tréguas ao longo de oito faixas. E ainda bem. Não sendo isso que o torna fundamental, é a sua dinâmica que consegue contornar a unidimensionalidade que poderia estar presente neste tipo de coisa. Claro que quem não gostar de sludge abrutalhado, poderá sempre alegar que soa tudo ao mesmo, mas entrando em cada canção diferente e nas suas nuances, torna-se fácil distinguir a identidade própria de cada tema. Uma tarefa que é especialmente proveitosa ao acompanhar estes quase cinquenta minutos de música. Surpreendente a forma como se afirma rapidamente como um vício obrigatório.

9/10
Fernando Ferreira


Myopic & At The Graves – “A Cold Sweat of Quiet Dread”

2021 – Grimoire

As colaborações são um dos formatos da música pesada que considero mais fascinantes. Ainda mais do que o split onde potencialmente somos confrontados com duas propostas distintas ou semelhantes. Termos duas entidades distintas a colaborar na mesma peça de música traz sempre bons e memoráveis resultados. De um lado os At The Graves, uma one-man band que tem apresentado um nível de qualidade bem acima da média. Do outro os Myopic que trazem uma dose de negritude e peso ainda mais intensa. O resultado são seis temas bem pesadões e de uma atmosfera miserável à qual não conseguimos largar – e é nesse ponto que se consegue ver quão boa é a música. Não só fazem um grande álbum como também chamam a atenção para as respectivas músicas. Ficam todos a ganhar!

9/10
Fernando Ferreira


Nothing Is Real – “Transmissions Of The Unearthly”

2021 – Edição de Autor

Há pouco tempo falei da necessidade de contenção ou a sabedoria de saber quanto tempo uma música deve ter. E em relação aos álbuns? Quando antigamente eram os limites físicos dos formatos que ditavam a forma dos álbuns – a divisão em dois lados, o limite dos cerca de quarenta minutos – haviam regras claras. No mundo digital em que vivemos, o céu é o limite e é basicamente esse o limite que temos aqui e que se calhar até foi ultrapassado. Isto porque temos quase vinte músicas em quase noventa minutos de música. É uma verdadeira odisseia sludge/doom. E antes que sigam em frente sem ler mais, não, não é um mau disco. Na verdade é muito bom, porque consegue capturar uma forma de sludge orgânica e de certa forma pura, sem ser previsível. É um álbum para lá de exigente mas recompensa a fidelidade do ouvinte com temas que nos marcam logo à primeira – “At First Chaos Came To Be” é um deles mesmo que outros possam não ter o mesmo efeito. E acredito que estejam cépticos, a capa é horrível e este é o oitavo álbum de originais desde o primeiro em… 2019 (!), mas acreditem, este é um disco que vos vai surpreender.

8/10
Fernando Ferreira


Slowshine – “Living Light”

2021 – The Lasting Dose

Apesar do feeling retro que a capa emana, o som dos Slowshine remetem mais para a década de noventa do que para a década de setenta ainda que façam bom uso do revivalismo que os setentas tiveram nos noventas, principalmente a nível underground. E falamos de stoner, bom stoner que tem tiques psicadélicos que fazem com que este trabalho brilhe de forma inesperadamente diferente do esperado. Groove hipnótico mas não imediato. As atmosferas estranhas são vencedoras principalmente porque actuam pela calada e deixam-nos completamente agarrados sem que se dê conta. As melodias da guitarra solo é particularmente eficaz neste aspecto. Típico caso onde sem ser vistoso, pelo menos da maneira que se espera que o stoner seja, consegue ser igualmente eficaz.

8/10
Fernando Ferreira


 

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