WOM Reviews – Immolation / Therion / Centinex / Coprophilia
Immolation – “Acts Of God
2022 – Nuclear Blast
Quando vi o número de faixas (15!) fiquei de pé atrás, mas a verdade é que o facto de “Acts Of God” ter sido bem recebido um pouco por todo o lado fez com que não ficasse tão preocupado. E logo desde o início se provou que não tinha mesmo razões para tal. A banda já não lançava um álbum desde 2017 e estes cinco anos de ausência não lhe fizeram mal nenhum. Os norte-americanos parece que estão a ficar cada vez melhores, em todos os níveis. Riffs diabólicos, check. Atmosferas macabras, check. Melodias inesperadas mas que fazem com que tudo se torne ainda mais interessante e catchy, check. É um daqueles trabalhos que conforme vamos avançando, vamos encontrando mais uma pérola à nossa espera, o que leva talvez à principal questão, aquela que levantei inicialmente e que não chegou a ser respondida. Ter quinze faixas num álbum de death metal clássico e blasfemo como aquele que os Immolation fazem em quase uma hora de música não será excessivo? Não levará a que se tenha aqui muitos enchidos que poderiam ter ficado na mesa de edição e impedir que um clássico inesquecível de quarenta minutos se torne num “apenas” bom álbum de death metal? Não. Há um momento fraco aqui. Não há nada que pudesse ser colocado de parte. Se é perfeito? Não, mas é bastante próximo disso assim como será um dos melhores álbuns da banda. E depois das quinze faixas, até se quer mais, por isso já será um bom indicador do que se tem aqui.
9/10
Fernando Ferreira
Therion – “Beyond Sanctorum”
1992/2022 – Hammerheart
Os Therion são das poucas bandas que consigo apreciar todas as fases da sua carreira com igual entusiasmo, apesar da diferença gigante entre elas, principalmente entre a mais death metal e as restante. Este é o seu segundo álbum, reeditado trinta anos após o seu lançamento original. Trinta anos é uma marca impressionante ainda para mais quando o álbum em questão não envelheceu nada. Continua a ser death metal tão marcante hoje em dia como no dia em que foi lançado sendo que agora provavelmente ainda lhe conseguimos dar mais valor. As melodias que surgiam aqui era indicativo da inconformidade de Christofer Johansson – “Future Consciousness” é death metal antes de haver death metal melódico, a “Symphony Of The Dead” é provavelmente o primeiro momento onde se notava a ambição do músico em seguir por caminhos mais sinfónicos, principalmente na sua primeira metade. A segunda metade do tema assim como o épico “The Way” é um festim de riffs evidenciando um amor ao lado mais progressivo da música que a banda viria também adoptar em muitas das suas composições no futuro. Este é um álbum que qualquer fã de death metal deverá ter mas também os fãs de coisas mais antigas porque encontram aqui muitas sementes para o som que a banda viria a fazer.
9/10
Fernando Ferreira
Centinex – “The Pestilence”
2022 – Agonia
Quatro temas nopvos de Centinex que trazem, como seria de esperar, aquela dose carinhosa de death metal sueco. Sem grandes novidades e, sobretudo, sem necessidade de as forçar. É death metal puro sem contemplações e com toda aquela energia e raça que se espera. Mesmo com todas as instabilidades que a banda sofreu, sempre soubemos o que esperar deles e isso agora não muda. No entanto, a diferença é que agora a inspiração está do lado deles.
8/10
Fernando Ferreira
Coprophilia – “The Demo Collection 1991-1992”
2022 – Helter Skelter Productions / Regain
Já sabemos que a nostalgia é um negócio rentável e isso é passível de nos deixar desconfiados, no entanto, a vontade de conhecer mais, de aprofundar o nosso léximo metálico é maior do que da de sermos enganados. Os Coprophilia eram uma banda finlandesa que não foi muito longe e que lançou apenas algumas demos que agora são recuperadas pela Helter Skelter / Regain. Sonoridade podre e as ideias ainda bastante primitivas mas não deixa de ser um documento interessante para quem se interessa pelas raízes do death metal na Finlândia.
7/10
Fernando Ferreira
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