WOM Reviews – Crematory / Visions Of Atlantis / Asgaard / Nightrage
Crematory – “Inglorious Darkness”
2022 – Napalm
Como com todas as bandas com uma carreira longa, é fácil ouvir comentários de bandas como os Crematory algo como “prefiro os primeiros anos” ou “prefiro a fase intermédia” mas o factor decisivo é tentar perceber se a banda ainda é válida criativamente e a resposta rápida é que sim, como “Inglorious Darkness”. Nem sempre os níveis de interesse foram altos ao longo da sua carreira principalmente na sua segunda vida depois do breve hiato no início da primeira década do novo milénio (e já lá vão quase vinte anos). Este décimo sexto (16!) álbum sente-se como um regresso a uma boa forma. Não a boa forma mais visceral do death metal gótico e melódico de “Illusions” mas ao gothic metal “Act Seven” e “Believe”. A costela gótica sobrepõe-se à tentação electrónica e os temas soam logo clássicos à primeira. O resultado é um dos álbuns mais fortes que a banda alemão lançou precisamente desde 2004, quando regressou ao mundo dos vivos. Já se tinha saudades de um álbum assim tão viciante!
9/10
Fernando Ferreira
Visions Of Atlantis – “Pirates”
2022 – Napalm
Os Vision Of Atlantis têm sido assolados por constantes mudanças de formação e isso normalmente ressente-se criativamente. Como prova disso temos aqui este “Pirates” onde tem a banda com a mesma formação que no anterior álbum “Wanderers” e com um resultado fantástico. “Pirates” é um trabalho bombástico de metal sinfónico – o que não deixa de ser estranho quando não um teclista na formação – que consegue, apesar dos inevitáveis lugares comuns, manter o interesse e apresentar canções às quais fica-se logo cativado sem grandes dificuldades. E acompanhando o trabalho da banda ao longo dos anos, fica-se bem ciente da sua perseverança assim como também da sua evolução. Será necessário mais tempo de amadurecimento deste trabalho mas pelo que pudemos ouvir (non stop, acrescente-se) está aqui o melhor trabalho da carreira da banda, em todos os aspectos.
9/10
Fernando Ferreira
Asgaard – “What If…”
2022 – WormHoleDeath
Asgaard é o grupo musical polaco que deu origem a “What If…”, um álbum que é difícil colocar num subgénero específico. Por isso, creio ser melhor compará-lo a outro trabalho a que, na minha opinião, se assemelha bastante, principalmente devido ao estilo de vocal que adota. Esse outro trabalho é Omega White dos Moonspell, o álbum que contracena e constrasta (em todo o sentido da palavra) com Alpha Noir – o trabalho principal e tradicionalmente pesado. Assim, tal como Omega White, What If… é um álbum de sonoridade bastante nostálgica, com o vocal limpo e melódico e instrumentais a combinar na maioria dos casos. O seu início bastante sintético deixou-me de pé atrás mas este elemento pouco se revela no álbum na medida em que este trabalho se tende a caracterizar mais na veia do hard rock/metal leve que encantará os fãs de sonoridades mais românticas e menos pesadas – já aqueles que não são os maiores deste som, apenas podem apreciar a arte de forma mais abstrata (é esse aqui o caso).
7.5/10
Matias Melim
Nightrage – “Abyss Rising”
2022 – Despotz
Originando na Grécia e agora com um cariz mais internacional, os Nightrage são uma banda de death metal que desde 2000 anda a espalhar o seu tom melódico pelo mundo. Apesar de este ano já celebrarem o seu vigésimo-segundo aniversário, nunca tinha ouvido nada dos Nightrage e não trazia comigo qualquer tipo de expetativa sobre o que seria o estilo desta banda. Assim, quando ouvi Abyss Rising, o nono e mais recente álbum da banda, fiquei surpreendido pela mistura de elementos “puros” de death metal com os do género melódico que neste caso se misturaram mais como “água e óleo” do que água e sal, apesar de existirem alguns momentos de boa congregação. Contudo, no final de contas esta fusão de elementos tornou-se, para mim, um obstáculo demasiado grande para apreciar o álbum devido à junção de vocalizações particularmente secas com uma guitarra de som extremamente conciso. Os seus pontos altos, foram claramente aqueles em que a banda opta só por uma via, sendo esta a do death metal (porque enquanto que o instrumental varia entre o melódico e o death, a voz tende a se cingir ao death, logo não sei como seria se a voz se adequasse mais ao melódico).
6.5/10
Matias Melim
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