Review

WOM Reviews – Red Sun Atacama / Cave In / Woorms / Voimation

Red Sun Atacama – “Darwin”

2022 – Mrs. Red Sound

De Paris, stoner vitaminado. Até parece que é algo que não faz sentido, não é? Como é que algo que é suposto ser pachorrento e puxar ao relaxamento como se estivessemos cheios de cannabis ter energia. Calma, também temos esses momentos bem groove a puxar ao relax, mas a energia também anda por cá e sempre com um feeling que impressiona facilmente. Aliás impressiona a forma como na mesma faixa conseguem oscilar entre os dois de forma extremamente natura e fluída. Sem tretas, facilmente um dos melhores discos dos últimos tempos. Grande revelação que são os Red Sun Atacama, converteram-nos facilmente. E nem para isso seria preciso um lickzinho de guitarra maroto a fazer lembrar a “Shine On You Crazy Diamond” na Antares. Seis faxias (bem, na realidade são apenas cinco porque a “11-CH” é uma curta intro) que nos levam numa viagem inesperada.

9/10
Fernando Ferreira


Cave In – “Heavy Pendulum”

2022 – Relapse

Os Cave In não são um dos nomes mais óbvios do sludge. Aliás, não são um dos nomes mais óbvios para qualquer género. A sua evolução musical tem sido constante a cada álbum lançado mesmo que o ritmo não tenha sido propriamente elevado nos últimos tempos – e sim, para esse efeito não vamos contar com “Final Transmission” para a conta já que se tratam das últimas gravações Caleb Scofield e não propriamente um álbum no verdadeiro sentido da palavra. Do metalcore embrionário (ainda não era uma cena) ao progressivo misturado com pós-hardcore. Os rótulos são mais do que muitos e mesmo assim não nos conseguem satisfazer para ilustrasr o que se passa musicalmente na sua música. Muito menos aqui neste seu álbum que acentua diversas facetas mencionadas atrás mas aquela que se revela mais saliente é mesmo o sludge e até o progressivo. É uma nova era da banda, sendo o primeiro trabalho com o substituto de Caleb Scofield, Nate Newton. É enorme – mais de setenta minutos – mas não deixa qualquer momento de aborrecimento no ar, sendo uma viagem que queremos fazer com a máxima atenção e de seguida. Um dos discos do ano.

9/10
Fernando Ferreira


Woorms – “Fatalismo”

2022 – SuperNova

“Fatalismo” é uma boa forma de baralhar as coisas quando se quer definir o sludge. Porque embora o terceiro álbum dos norte-americanos Woorms tenha o estilo bem à flor da pele, tem muita coisa de stoner, doom e até psicadélico. No final não interessa bem saber o que é, a partir do momento em que deixa uma impressão tão positiva em cima. “Seizure Salad” deixa logo essa impressão desde o primeiro momento, conforme começa a devaneiar por um riff repetitivo e hipnótico enquanto os elementos psicadélicos andam à solta feitos libertinos. E essa não é uma característica limitada ao primeiro tempo. Temos muitas mais vezes réplicas deste sentimento ao longo deste trabalho mas sempre de uma maneira surpreendente. Não é taxativo que esta abordagem seja vencedora entre os fãs de sludges/stoner/doom/whatever, mas quanto a nós, foi particularmente eficaz.

8.5/10
Fernando Ferreira


Voimation – “Profane Vestige”

2022 – Personal

A capa requintada não faria prever a podridão que abunda neste álbum de estreia dos norte-americanos Voimation. Isto porque o que temos é um death/doom cavernoso que vai buscar todas as vísceras aos antepassados do género. Uma podridão que até soa bem orgânica apesar de algum toque moderno no seu som – hoje em dia é quae impossível fugir a isso. “Profane Vestige” vai buscar todo esse encanto que pontualmente surge por aqui e por ali e que tem todo um nicho dentro dos que apreciam o cruzamento entre os dois géneros. A simplicidade é um dos elementos primordiais. A simplicidade do primitivismo. Sendo um trabalho limitado por essa mesma simplicidade, não deixa de ser uma estreia interessante.

7/10
Fernando Ferreira


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