Review

WOM Reviews – Victorius / Anvil / Celtic Hills / Grave Digger

Victorius – “Dinosaur Warfare Pt. 2 – The Great Ninja War”

2022 – Napalm

Por onde começar? Esta é a questão que mais me perseguiu durante a audição do mais recente trabalho dos Victorius e para a qual não obtive resposta. Não é novidade nenhuma para nós o trabalho dos Victorius, nem o seu conceito alucinado dos últimos anos onde se juntam dinossauros e ninjas, no entanto juntar os dois no mesmo álbum era algo para o qual não estavamos bem preparados. O que isso significa, algo de diferente? Nada, absolutamente nada. Temos o power metal bem happy, melodias bem cansadas e infeccionsas e um conceito que é tão absurdo que acaba por resultar na perfeição. E tem os elementos necessários para ficarmos reféns disto – desde que seja fã de power metal obviamente – mesmo sabendo que estamos carecas de ouvir isto tanto aqui nos Victorius como noutras bandas como Dragonforce ou Freedom Call. Não deixa de ser um álbum divertido para os fãs e para quem gosta desta abordagem. E podemos dizer que conforme se vai ouvindo, o impacto vai ser maior, o que muitas vezes não acontecem.

9/10
Fernando Ferreira


Anvil – “Impact Is Imminent”

2022 – AFM

Os Anvil são um nome clássico do heavy metal. E comos nomes clássicos, foi definhando em termos de popularidade e sucesso conforme a era do rock chegar ao mainstream acabou. Apesar de nunca terem acabado, a relevância foi ficando a um passado que se tornou cada vez mais longínquo. Até que saiu o documentário sobre a banda e parece que conseguiram chamar a atenção sobre si novamente ainda que os álbuns lançados desde então conjugem alguns dos problemas que tinham anteriormente. Alguma falta de inspiração e de álbuns sólidos o suficiente para sobressaírem entre a concorrência. Tendo em conta este sentimento, a notícia de termos mais um álbum de Anvil é recebida com entusiasmo que alguns tinham a ter a notícia de mais um álbum de Motörhead ou AC/DC, apenas mais um, sabendo que os clássicos continuariam a ser insuperáveis. “Impact Is Imminent” até contradiz um pouco esta sensação, com uma série de temas à Anvil mas que não deixam de ser dos mais inspirados dos últimos anos. Não deixa de ser um bocado excessivo termos catorze temas que acabam por desgastar em demasia o impacto conseguido lá para o final do trabalho mas ainda assim, um dos trabalhos mais sólidos dos Anvil nos últimos dez anos.

8/10
Fernando Ferreira


Celtic Hills – “Huldufólk”

2022 – Elevate

Posso estar errado mas o refrão do primeiro tema parece que grita aos quatro ventos “Yes, I am, I am heavy metal man”, o que nos faz questionar imediatamente, Joey DeMaio, és tu? Não, são mesmo os Celtic Hills que regressam pelo terceiro ano consecutivo e demonstram assim ter um alto nível criativo. O que a comparação com DeMaio não ajuda porque todos sabemos como é que anda a inspiração para aqueles lados. Felizmente não é o que se verifica aqui. Claro que “Huldufólk” tem montes de lugares comuns e soluções nas suas composições que não são novidade para ninguém mas isso não os impede de terem aqui um bom trabalho de originais, ainda que uns furos abaixo que “Mystai Keltoy”, que no ano passado chegou ao nosso top 20 dos áluns power metal. Não nos parece haver aqui matéria suficiente para algo semelhante mas não deixa de ser um bom trabalho.

8/10
Fernando Ferreira


Grave Digger – “Symbol Of Eternity”

2022 –  Rock Of Angels 

Vigésimo primeiro álbum dos Grave Digger. Ora aí está uma marca que não se vê todos dias. A banda não desarma do seu heavy/power metal e tenta manter vivas as características que fizeram ter sucesso na sua segunda encarnação – ou seja, a partir do momento em que começaram a fazer álbuns conceptuais. Embora este formato tenha sido adoptado e abandonado algumas vezes no passado, invariavelmente continua a ser porto seguro para a banda apesar de nunca ter atingido o sucesso atingido com a chamada trilogia da idade média. O que nos faz também chegar a outro ponto que começa a ser lugar comum: tentar capturar glória passada. Se com “The Clans Will Rise Again” tentaram repetir o sucesso “ Tunes Of War”, este “Symbol Of Eternity” pode ser visto como uma sequela de “Knights Of The Cross”. E respondendo à pergunta mais evidente, não, não consegue superar o mítico álbum, nem de perto nem de longe, no entanto está longe de ser um mau álbum. Aliás, até é bastante sólido dentro da linha que a banda tem feito nos últimos anos. Só não tem é canções memoráveis (ou tão memoráveis pelo menos) como tinha o álbum de 1998, mas é um trabalho que os fãs não vão se queixar e vão ouvir e que justificará à banda mais umas digressões até ao próximo disco. Destaque para a cover que fecha o disco “Hellas Hellas” onde Chris Boltendahl canta em grego pela primeira vez num tema de Vasilis Papakonstantinou onde ele também participa.

7/10
Fernando Ferreira


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