WOM Reviews – The Dry Mouths / Iatt / Vidres A La Sang / Port Noir
The Dry Mouths – “Thödol”
2022 – Spinda
Que fantástico álbum este dos The Dry Mouths. A combinação perfeita entre o stoner e o pós-rock que encaixa tão bem de um lado como de outro. Totalmente instrumental mas nem nos fazendo lembrar de que falta voz porque na realidade não falta nada. Ambiências muito próprias e que entram por domínios progressivos/psicadélicos e até jazz – aquela “Chikhai” é assombrante como consegue juntar uma série de coisas no mesmo tacho. Um trabalho riquíssimo e ao qual temos (queremos!) dedicar muitas audições para dele retirar sempre mais coisas. Mais uma banda que tem de ficar debaixo de olho aqui no nosso World Of Metal.
9/10
Fernando Ferreira
Iatt – “Magnum Opus”
2022 – Black Lion
Iatt, nome estranho é certo mas ainda assim significativo de uma mistura vencedora entre o black e o death metal, com um carácter progressivo, ainda que esse carácter não seja sinónimo daquilo que se espera quando se fala em progressivo – a começar pela duração dos temas por exemplo. Não, há muitas formas dessa alma prog se manifestar, e a riqueza e complexidade dos temas e da forma como os mesmos se desenvolvem e fluem é sem dúvida aquela que vemos aqui mais presente. Isto tudo aliada à intensidade e agressividade do death metal com a abrasividade e ambiência do black metal. Terceiro álbum e sem dúvida aquele que os vai levar a um novo patamar.
9/10
Fernando Ferreira
Vidres A La Sang – “Fragments De L’Esdevenir”
2022 – Abstract Emotions
Surpreendente esta banda catalã – sim poderá parecer francês mas a banda usa mesmo o catalão como língua para se expremir e aqui neste seu quinto álbum (ou segundo desde o regresso em 2018), fá-lo de uma forma fantástica. Diz que este álbum também marca o vigésimo aniversário da banda, o que o torna logo em várias frentes. Mas é mesmo a música que nos cativa. Um black/death (ou death/black) metal que não tem medo da melodia nem de algumas ambiências mais progressivas que acabam por dar o carácter mais único a estes temas. O facto de ser curto e de as expectativas estarem dominadas pelo rótulo black/death (ou… vocês sabem) poderão fazer com que as primeiras audições não sejam tão acutilantes quanto posso deixar crer pelas palavras que estou a escrever. Mas vai bater. Vão ver que sim.
8.5/10
Fernando Ferreira
Port Noir – “Cuts”
2022 – Despotz Records
‘Cuts’ é o quarto álbum do peculiar trio sueco Port Noir. Peculiar será talvez um eufemismo para descrever os Port Noir, se existe banda que simplesmente desprezou por completo qualquer aparente insolubilidade musical essa banda terá forçosamente de ser os Port Noir. Combinar subgéneros não é de todo novidade mas quando falamos de sonoridades tão díspares como Rock Progressivo, Electronic, R&B, Hip-Pop e Dark-Pop o resultado final tende a ser altamente imprevisível. ‘Cuts’ não se ‘digere’ numa audição mas após várias tentativas vai deixando um travo difícil de explicar, algo entre o melancólico e o suculento que nos faz voltar a ouvir. O fio condutor por entre esta improvável e bizarra amálgama sonora acaba por ser a contagiante e aditiva carga emocional ampliada de forma ímpar pela intimista, límpida e dramática voz de Love Andersson. Temas como ‘Sweet & Salt’, ‘Entertain Us’ ou a enfática e penetrante ‘Emerald Green’ intensificam a poderosa e inextinguível alma de ‘Cuts’ para um patamar que se torna praticamente impossível de ignorar. Um último destaque para a vertente lírica projectada essencialmente através de uma abordagem fortemente pessoal e íntima.
8/10
Jorge Pereira
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