WOM Reviews – Destrage / Steve Hackett / Swampborn / Hoofmark
Destrage – “So Much. Too Much”
2022 – 3Dot Recordings
Os Destrage são e, dá-nos ideia, sempre serão sinónimo de música fora-da-caixa. Bem, não podemos garantir isto com certeza porque eles serão sempre tão imprevisíveis que até podem voltar a pegar no thrash metal mais groove do início da carreira. O seu anterior álbum, o último pela Metal Blade, passou-nos um bocado ao lado mas este “So Much. Too Much” é mesmo aquilo que esperávamos. E mais ainda. Mantém a tendência moderna, mantém a identidade musical meio esquizofrénica assim como também nos dá repentes de algo mais tradicional principalmente através dos solos de guitarra. Frenético, incomum e daqueles sons que ou se ama ou se odeia mas que se lhe damos a devida atenção, até se pode ficar viciado. Isto mesmo sem ter a certeza se se ama ou se odeia.
8.5/10
Fernando Ferreira
Steve Hackett – “Genesis Revisited Live: Seconds Out & More”
2022 – InsideOut Music
Já por diversas vezes passaram por estas páginas lançamentos de Steve Hackett a revisitar Genesis – aliás, ele deverá ser mesmo o único dos ex-membros da seminal banda de rock progressivo que mais trabalho tem feito em manter vivo o seu legado. Nesta nova proposta o guitarrista decide reinterpretar não um álbum de estúdio mas ao vivo, um dos mais emblemáticos (se não o mais emblemático mesmo) da era Phil Collins. Falamos de “Seconds Out”, originalmente editado em 1977. Também temos algumas canções de Hackett a solo, sendo por aí que começa precisamente o disco/espectáculo registado. Como já tem sido habitual, Hackett tem uma excelente banda de apoio e o resultado é perfeição progressiva que poderá até cativar quem goste do género mas não seja particularmente fã de Genesis. Mesmo sabendo que é um álbum baseado na nostalgia, continua a ser valoroso não só pela óbvia qualidade que tem como também no seu papel de perpetuar música que merece ser perpetuada.
8/10
Fernando Ferreira
Swampborn – “Beyond Ratio”
2022 – Hypnotic Dirge
Trabalho de estreia dos russos Swampborn que surge como uma agradável surpresa. Pelo contornos melódicos, pela forma como consegue misturar o black e o death metal e ainda, principalmente, por conseguir soar verdadeiramente refrescante. Isto tudo num conjunto de temas cuja duração individual é, em média, elevada. Há portanto arte na forma como conseguem cativar a nossa atenção e como a conseguem manter, de forma coerente e natural. Uma banda a conhecer.
8/10
Fernando Ferreira
Hoofmark – “Blood Red Lullabies”
2022 – Raging Planet
Devo confessar que este projecto sempre me causou algumas dificuldades. Primeiro porque tendo sido praticamente aclamado um pouco por todo o lado, nunca consegui encontrar motivos que justificasse tal aclamação. Segundo devido a uma natureza experimental que nem sempre se traduz em música memorável. Até porque a junção do black metal com algo mais natural, nem sempre se traduz em algo facilmente assimilável. Todavia, e apreciando o caminho de “Evil Blues”, o trabalho de estreia (que por mim é sentido como segundo álbum já que “Stoic Winds” é praticamente um longa duração), havia expectativas e curiosidades redobradas em relação ao que iria surgir neste “Blood Red Lullabies”. E posso dizer que a expectativa deu lugar a uma agradável surpresa. Se antes a junção de uma costela seja folk seja country parecia não colar muito bem, aqui a banda/projecto surge pela primeira vez (aos nossos ouvidos) com uma identidade sólida que não é impedimento para termos algo ainda experimental. Continua a ter-se uma ideia de espontaneidade e sim, continuamos a ter um sentimento de estranheza que nem sempre é fácil de assimilar. No entanto, há uma clara progressão no impacto das mesmas, seja pelo som, assim como pela construção das músicas que continuam a ter o conteúdo lírico, nem sempre fácil de assimilar. No final fica-se com a sensação de que este outrora pedaço de carvão se está a transformar aos poucos num belo diamante, sem perder as suas características base.
7.5/10
Fernando Ferreira
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