Review

WOM Reviews – Melechesh / Viogression / Obselite / Daemonesq

Melechesh – “The Epigenesis – The Instrumentals”

2022 – Nuclear Blast

Conhecem a sabedoria de descobrir a importância de algo quando estamos perante a mesma? Algo que se aplica na perfeição a este lançamento – por enquanto no domínio digital – que não é nada mais nada menos do que a versão instrumental daquele que já é o clássico maior da carreira dos Melechesh. Simplesmente retirar a voz. Bem, não foi apenas isso. Parece que na altura em que foi gravado, eles tinham feito uma mistura sem voz e com algumas das melodias e arranjos a ganharem mais destaque. Parece que essa mistura ficou de lado e agora ganhou vida própria. O que parece inteligente, já que a banda está a gravar o próximo álbum de originais que virá colocar fim ao silêncio de sete anos – oito quando for lançado já que o lançamento está apontado para 2023. O trabalho em si é ainda mais hipnótico que o original e sustenta-se muito bem sem voz, sendo uma audição obrigatória para todos os que ficaram impressionados com “The Epigenesis” em 2010.

10/10
Fernando Ferreira


Viogression – “3rd  Stage Of Decay”

2022 – Satanath

Existem primeiras impressões que não duram. Seja pela positiva seja pela negativa. A primeira para o regresso dos norte-americanos Viogression não foi sólida. Por um lado impressionado pelo potencial melódico, principalmente a nível da guitarra solo. Por outro, aquela sensação de que havia aqui algo “mais do mesmo”. Seja pela aproximação vocal a Donal Tardy dos Obituary, seja até pela piscadela de olho a fórmulas mais atradicionais. Tendo de acalmar a pressa em classificar logo o álbum e ouvindo diversas vezes, depressa vamos sentindo outra coisa. Que este é um álbum de death metal intemporal. Que passa ao lado do que é o revivalismo mas não deixa de parte uma estética contemporânea de apresentar metal extremo, ainda que esse factor seja muito (mas muito) discreto. O terceiro álbum dos norte-americanos e o primeiro em trinta anos é um regresso que vai agradar aos fãs de death metal. Nem do old school ou do moderno. Mas do bom.

8.5/10
Fernando Ferreira


Obselite – “Ghost//Hack”

2022 – Edição de Autor

Directamente vindos dos escombros de Detroit, Michigan os Obselite entraram em 2022 com o intuito de se imporem na complicada área do Industrial Metal/Cyber Punk e para isso trouxeram na bagagem o seu segundo álbum de originais ‘Ghost//Hack’. O Industrial Metal é de facto uma vertente em que não é de todo fácil uma banda conseguir destacar-se, não só devido à forte concorrência mas também porque é subgénero que muitas vezes acaba por ser incompreendido e até execrado, todavia ‘Ghost//Hack’ tem o condão de conquistar uma interessante e exigente plataforma de qualidade. ‘Ghost//Hack’ é um álbum agregador das várias dinâmicas do Industrial Metal, se temas como ‘Hivemind’ e ‘Egovirus’ podem sem grande esforço agradar a apreciadores de Combichrist ou Psyclon Nine, já outros como ‘Ghosthack’, ‘Bloodrunner’ ou ‘Only The Strong Will Survive’ talvez cativem mais fãs de Fear Factory ou Static-X. Contudo a abrangência musical que os Obselite apresentam com ‘Ghost//Hack’ não se fica por aqui, pois o poder dos sintetizadores no tema ‘Autonomous’ prefigura-se como uma aproximação camuflada às sonoridades exploradas pelos excêntricos ‘The Algorithm’. Com um subtil toque a revivalismo do Industrial que marcou em definitivo o final anos 90 os Obselite conseguem conciliar de forma bastante engenhosa as várias ramificações deste particular subgénero.

8/10
Jorge Pereira


Daemonesq – “The Beauty of Letting Go”

2022 – Edição de Autor

Rumemos a Essen, Renânia do Norte-Vestfália, ao encontro deste quinteto que agora edita o seu primeiro EP. Formados em 2020, os Daemonesq são donos de um som interessante. De mencionar que os músicos que compõem a banda são bastante experientes. Quanto ao som, não diria inovador ou revolucionário, mas bastante interessante. Daqueles que cresce quanto mais atenção lhe damos. Desde que comecei a ouvir este EP em loop, para depois o analisar. Cada vez mais sinto que há momentos gregos / suecos pelo meio. Não considero que seja 100% Black Metal, de forma alguma. Há aqui demasiadas linhas melódicas que não encaixam nas directrizes ahahah será, sim, um interessante híbrido de Black Metal melódico com outras coisas. As cadências são quase Hardcore Melódico (refrão da “The Beauty of Letting Go”, por exemplo), e de forma geral há uma preocupação com o “preenchimento do espaço sonoro” que faz com que as malhas soem cheias, mas nunca demasiado densas. É um som interessante, pá. Voltamos ao rótulo dado à banda, que a momentos se adequa, mas que depois já não será o mais indicado. Interessante. “Battleaxe” é uma cavalgada Black Metal, no doubt! Mantém a mesma linha/estrutura de início a fim, não arriscando grandes picos/variações. Muito interessante, e os vocais da Raegina encaixam muito bem no plano geral. Considero que, mais que um exercício em Black Metal, estas 4 músicas são um equilibrado organismo, que vai crescendo ao ponto de batermos ao pé ao ritmo destas. Há melodias quase Alcestianas, sem cairem na categoria de Shoegaze… se calhar fui “arrastado” por um riff, uma melodia, um detalhe… Continuo sem saber se posso – ou devo – catalogar este trabalho de Black Metal, ou dar-lhe outro nome. Ainda assim… go check it.

7/10
Daniel Pinheiro


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