WOM Reviews – Invaders / Mikael Åkerfeldt / The Scum / Sodom
Invaders – “Beware Of The Night”
2022 – Fighter Records
Não existem dúvidas que o som tradicional corre nas veias dos nuestros hermanos e caso restasse alguma, bastasva ouvir este “Beware Of The Night” que é de uma classe incrível para um álbum de estreia. Como muita coisa tradicional, parece-nos que é de outra era mas não apenas como soa, mas à qualidade e até própria inocência que a maior parte dos seus temas exploram. Um álbum cheio de dinâmicas e que as explora como um bom heavy metal deve explorar, temas marcantes, outros compassados, um (excelente) tema instrumental e até uma épica power ballad. No final, sei que haverá alguém que dirá “não percebo a excitação, é apenas heavy metal” e é precisamente daí que vem o entusiasmo, é heavy metal como aquele que nos puxou para o estilo anos atrás e que ainda poderá fazer o mesmo, ainda que em menor escala provavelmente, com as novas gerações. Excelente álbum
9/10
Fernando Ferreira
Mikael Åkerfeldt – “Clark (Soundtrack From The Netflix Series)”
2022 – InsideOut Music
Mikael Åkerfeldt já é um velho conhecido no heavy, death e hard metal, sendo um dos ícones obrigatórios e o comandante dos fantásticos Opeth. O seu talento e a sua polivalência são inegáveis, mas a realidade é que a criação de uma banda sonora faz surgir novos obstáculos instrumentais e criativos, aos quais nem todos os artistas são capazes de escapar. “Clark”, para além de uma excelente série de seis episódios, conta com óptimas interpretações e uma narrativa realista que, juntamente com uma banda sonora rica e atmosférica, a torna num dos lançamentos da Netflix de maior sucesso dos últimos anos.
Sem dúvida, Mikael Åkerfeldt faz aqui um excelente trabalho na interpretação da série e na sua continuidade para um mundo envolto em mistério, acção e alguma comédia. Apesar de o talento de Åkerfeldt não surpreender ninguém, esta sua abordagem a um caso real e verificado da realidade sueca, consegue abrir a boca de espanto até aos mais acérrimos fãs de Opeth. As vertentes atmosféricas e progressivas deste disco de “Clark” fazem recordar os velhos anos 70 de Pink Floyd, Camel e um pouco de sonoridade espacial, apesar deste último ser muito ténue. Instrumentalmente, o álbum não apresenta grandes surpresas nem desempenhos, mas faz um belo trabalho na apresentação de estilos variados e de diversas influências internacionais. Estas 34 faixas jogam bem sozinhas, sem a série a acompanhar, mas tornam magníficas aquando da visualização de “Clark”, na Netflix.
8.5/10
João Braga
The Scum – “The Hunger”
2022 – Satanath
Da Colômbia em 2022 como também poderia ser da Suécia em 1993. “The Hunger” soa bem, com uma produção moderna e cheia mas também com algumas características que nos fazem lembrar uma das melhores épocas para o estilo. Esse facto nostálgico terá especial impacto para quem anseia por algo assim volte a acontecer. Temos a certeza de que não será possível ver a história a repetir-se, até porque a passagem do tempo fará com que o que passou seja romantizado e empolado de forma irrealista. No entanto, os méritos de “The Hunger” é pegar no que já foi e tentá-lo melhorá-lo há sua própria maneira, é o que motiva qualquer fã a fazer algo – seja o que for. Temos essa paixão verdadeira pelo género que resulta num álbum que dá gosto ouvir, com o death metal a ser reduzido à sua forma mais primitiva e inocente, mas onde também existe talento de sobra para se traduzir em bons riffs e excelentes solos.
7.5/10
Fernando Ferreira
Sodom – “40 Years At War – The Greatest Hell Of Sodom”
2022 – Steamhammer
Apesar de ser sempre fã deste tipo de iniciativas, confesso que as minhas expectativas eram baixas. Isto porque esta mais recente encarnação dos Sodom apesar de se ter mostrado competente em estúdio, ao vivo não tem conseguindo convencer. Então esta ideia de regravar os clássicos tinha tudo para não satisfazer. Curiosamente, não foi o que aconteceu. A banda decidiu pegar em cada um dos seus álbuns e escolher um tema para regravar – e sim, contam com o EP “In The Sign Of Evil” como álbum porque inicialmente seria mesmo para ser um álbum. Apesar da uniformidade do som de tema para tema e de era para era, dá para ter uma boa ideia da evolução da banda e apesar da escolha não ser perfeita, temos que aplaudir o ir para temas que não são aqueles em que pensamos dos álbuns em questão. Temos, por exemplo, em vez de um “Nuclear Winter”, temos um “Electrocution”, ou em vez de um “Agent Orange” (que a banda já regravou há pouco tempo de qualquer forma) ou de um “Remember The Fallen”, temos um “Baptism Of Fire”. Existem escolhas que não impressionam principalmente quando nos aproximamamos dos tempos mais actuais, onde as regravações se tornam redundantes – até se tem uma regravação de “Euthanasia”, tema de “Genesis XIX”, lançado apenas dois anos atrás. É uma forma diferente de fazer uma compilação que não impressionará os que são fãs mais antigos da banda mas que poderá surpreendê-los se derem hipótese para isso assim como também poderá servir como forma de introdução ao som da banda e ao seu rico passado. Serve para esse propósito e pouco mais.
7/10
Fernando Ferreira
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