WOM Reviews – Strigoi / Vittra / Dharma / Five Finger Death Punch
Strigoi – “Viscera”
2022 – Season Of Mist
Não deixa de ser interessante ver como um músico como Gregor Mackintosh tem vontade e criatividade para alimentar este projecto paralelo, quando podia estar muito bem quieto no seu canto dedicado aos Paradise Lost. A sua inquietude já se tinha manifestado nos Vallenfyre, mas após findado o propósito desse projecto, nasceu Strigoi, com uma capacidade mais violenta e directa do death metal, com algum uso do doo metal. Essa vertente mais agressiva sempre esteve na ordem do dia mas agora aqui assume contornos mais dinâmicos, seja em utilizar mais melodia – podemos ouvir alguns teclados ainda que apenas para reforçar o mood e não assumam um papel principal – seja em intensificar o peso através de passagens mais doomy que também estão na génese criativa do músico. Será também de salientar como em termos vocais, Mackintosh está melhor que nunca e “Viscera” beneficia e muito disso mesmo. Um álbum à antiga, negro e denso mas com bem mais dinâmica do que se poderia esperar. E isso faz com que faça toda a diferença. O interesse reside principalmente na música e não apenas por ser a outra banda do guitarrista dos Paradise Lost.
9/10
Fernando Ferreira
Vittra – “Blasphemy Blues”
2022 – Edição de Autor
Fantástica e promissora estreia por parte destes Vittra que nos chegam como perfeitos desconhecidos vindos da Suécia. A primeira sensação de reconhecimento foi com aquele tipo de death metal melódico a la Kalmah (que por sua vez era uma versão mais thrash metal dos Children Of Bodom), no entanto, não é preciso muito deste curto álbum para ver que há aqui uma identidade própria apesar dos lugares comuns que são quase impossíveis de evitar. É diversão death/thrash metal que está longe de ser revolucionário mas a diversão que oferece surge como o grande chamariz. Um entusiasmo que é não é assim tão comum. Primeiro álbum e um nome a guardar para o futuro.
8.5/10
Fernando Ferreira
Dharma – “Treasury of the True Dharma Eye 正法眼藏“
2022 – Edição de Autor
Esta foi inesperada. Álbum de estreia dos Dharma que nos chega de Taiwan, isto quando o que nos chamou até eles foi o seu segundo álbum, editado apenas escassos meses após a estreia. Como gostamos de começar qualquer história pelo início (o EP editado em 2021 também não vai escapar), tivemos que iniciar o percurso por aqui. Ora o que temos é um death metal sinfónico bastante interessante. Muito mesmo. Faz-nos lembrar a época de ouro do death metal melódico, onde as aproximações ao gótico eram uma constante – ali por volta da década de noventa. Aqui temos esse espírito mas também um rigor sinfónico que não deixa de impressionar, rigor que se manifesta sobretudo através de coros que acabam por se diferenciar daquilo que os Therion fazem desde 1996. E soa bem, soa muito bem, podemos talvez apontar o facto de não ser tão memorável quanto isso mas não deixa de ser um trabalho de estreia bem sólido já que esse problema vai desaparecendo conforme vamos tendo a vontade de continuar a ouvir repetidamente.
8/10
Fernando Ferreira
Five Finger Death Punch – “After Life”
2022 – Better Noise
Os Five Finger Death Punch são um fenómeno engraçado. Têm um sucesso estrondoso nos E.U.A. que tem alguma timidez em passar para o resto do mundo, um pouco como grande parte dos desportos norte-americanos, onde existem os campeonatos do mundo que estão restritos aos 50 estados – porque o resto também não existe, não é verdade? Certas coisas só resulta mesmo lá e os Five Finver Death Punch são uma delas. Não é que a sua música não tenha potencial para transcender para outros lados, até porque os ganchos aqui disparados a torto e direito podem agarrar muitos que ainda estão presos a 1999. O problema é que soa a plástico. Apesar de haver algum virtuosismo, o mesmo acaba por estar tapado por uma camada de plástico que torna penoso para qualquer fã de música pesada e orgânica. Haverão muitos fãs deste tipo de proposta por entre os revivalistas do nu-metal ou os que gostam de metalcore, no entanto, mesmo para estes últimos haverão melhores propostas por aí. Para os primeiros, talvez esta seja a vossa big thing, mas não acreditamos muito nisso.
5/10
Fernando Ferreira
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