Máquina do Tempo – Finnegan’s Hell / Smoke / Cousin Betty / Draft Rabbit
Finnegan’s Hell – “One Finger Salute“
2022 – Wild Kingdom
A capacidade de contar histórias, além das melodias inesquecíveis, sempre foram as principais características que o punk rock celta tem que nos atraem, características que os Finnegan’s Hell têm para dar e vender. As melodias são daquelas que convidam logo a um passinho de dança (e isto de alguém que abomina dançar) e as letras conseguem ter um impacto ainda maior, seja de uma vertente de puro deboche (como o tema-título tão bem ilustra) como de algo mais profundo (como a “Oh Death”) mas sem nunca perder a boa disposição. Diversão como só estes suecos alucinados sabem provocar. Parar de ouvir é mesmo o maior desafio, um que vamos demorar algum tempo até conseguir superar.
9/10
Fernando Ferreira
Smoke – “The Mighty Delta Of Time”
2022 – Argonauta
Apesar de não sermos jornalistas – somos profissionais em sermos amantes de música, mas apenas isso – a questão dos rótulos é importante para nós. É assim que conseguimos estratificar as coisas de forma a também tentar deixar claro a quem é que a música se destina. No entanto, de vez em quando surgem bandas como os Smoke que nos deixam perplexos, e isso é bom muito bom. Apesar da toada meio stoner e meio alternativa (mais stoner que alternativa) “The Mighty Delta Of Time” tem o dom de ser psicadélico sem propriamente o ser. Consegue ter os mesmos efeitos chegando lá por outros caminhos, inesperados, mas totalmente eficazes. E com isso, lá nos vamos afastando desta realidade que até nem tem assim muito que nos atraia ultimamente. A não ser, claro, por nos apresentar música hipnótica assim.
8.5/10
Fernando Ferreira
Cousin Betty – “Overs”
2021 – Golden Robot
Banda australiana que foi uma boa surpresa sem termos grandes expectativas. Os Cousin Betty tocam um som alternativo, mas sem soar muito ao quer que seja, e são muitas as referências neste subgénero do rock. Aliás, o seu som alternativo tem até um pouco de stoner, pela forma como as guitarras soam e pelo groove gingão que debitam. O resultado são quatro temas que recomendamos conhecer e uma banda australiana que surpreenderá quem vier, tal como nós, sem grandes expectativas mas à procura de boa música.
8/10
Fernando Ferreira
Draft Rabbit – “Kinetic”
2021 – Satanath
Banda estranha para estar no catálogo de uma editora como a Satanath Records que, no entanto, não deixa de apresentar uma sonoridade alternativa bem interessante e que nos traz algumas lembranças de coisas que já andamos a ouvir desde o final da década de noventa. O efeito déjà vú é capaz de ser mesmo o principal contra que vamos encontrando, que normalmente é ignorado perante as melodias e canções interessantes. Lugares comuns com fartura que os fãs da sonoridade, que ainda os há por aí espalhados, poderão achar interessante.
7/10
Fernando Ferreira
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