WOM Reviews – Isole / MDXX / John Diva & The Rockets Of Love / Bai Bang
Isole – “Anesidora”
2023 – Hammerheart
Recebi um email por parte da Hammerheart Records a referir que este “Anesidora” era o melhor álbum da carreira da banda sueca. Mesmo sem conhecer assim muito bem a sua carreira, não são necessárias muitas audições do mesmo para chegar a essa conclusão. Uma classe e inspiração destas não surgem assim todos os dias. Claro que para reconhecer tanta classe e inspiração é necessário haver tanto amor e paixão pelo estilo como aquele que a banda evidencia. Mesmo sem haver essa paixão, é inegável a forma como constroem verdadeiros hinos à melancolia sem nunca soarem lamechas e conseguem ser um álbum de doom metal verdadeiro sem nunca soarem aborrecidos – mais uma vez, pressupõe-se que exista por parte do ouvinte um mínimo de gosto pelo estilo em questão. É um ponto alto que nos obriga a querer conhecer mais sobre a banda, tornando-se irresistível não mergulhar mais sobre a sua música.
9/10
Fernando Ferreira
MDXX – “MDXX”
2023 – No Remorse
Assim até dá gosto. Nascidos em 2020, na Suécia, os MDXX apresentam-se já com um grande álbum de estreia. Heavy metal épico – como quem diz a puxar a brasa à sardinha Doom – que não tem vergonha nenhuma de mergulhar na década de oitenta em buscar de inspiração. Como acontece com todas as bandas talentosas, o que emerge desse lago é algo que não disfarça a inspiração, mas que soa novo e bem refrescante. Peso vintage e old school que nos encanta sem qualquer tipo de dificuldade. E se inicialmente podemos soar cinicamente pouco impressionados com a sua qualidade, isso é algo que vai mudando conforme vamos mergulhando cada vez mais fundo. Estreia de uma promessa que se arrisca a passar já a confirmação antes do segundo álbum.
8.5/10
Fernando Ferreira
John Diva & The Rockets Of Love – “The Big Easy”
2023 – Steamhammer
A capa diz tudo. Pela exuberância, pelas cores e pela feeling non-sense, sabemos que vamos encontrar aqui mais um bom álbum de rock com aquele gostinho ao glam da década de oitenta. Sim, todos sabemos como foi refrescante o alternativo ter dado cabo do beco sem saída criativo onde o rock pesado estava metido, mas também sabemos que este tipo de som nunca foi mau. Apenas foi explorado até ao ponto do sufoco. “The Big Easy” é rock que não é para ser levado muito a sério, que diverte e, acima de tudo, é bom. Bons riffs, bons refrões e bons solos. Não é preciso muito para sermos felizes e são discos como este que nos fazem lembrar disso mesmo.
8/10
Fernando Ferreira
Bai Bang – “Sha Na Na Na”
2023 – Pride & Joy Music
“Sha Na Na Na”? A sério? Já nem falo da capa cor-de-rosa ou do nome da banda, mas “Sha Na Na Na” é onde eu traço o meu limite. Mas como temos sempre que tentar ser o mais imparciais possíveis sem ceder aos nossos preconceitos, lá mergulhámos neste novo álbum dos seucos Bai Bang. E devo dizer que foi uma agradável surpresa. No entanto, tem que se fazer um advertência já… quem for alégico a glam rock, hard rock, sleaze, a resquícios de laca importada directamente da década de oitenta e potencialmente destruidoras de ozono assim como também a, provavelmente, purpurinas, poderá muito bem manter a distância por questões de segurança. O tema-título que inicia o álbum acaba por se revelar bastante infeccioso e fazer lembrar Alice Cooper se este fosse mais Rock FM do que hard rock e mestre do shock horror. E o resto do álbum continua a espalhar as suas influências pelos momentos mais acessíveis do rock e do hard rock. Se é constrangedor por vezes, acaba por também compensar com uma eficácia parva no que diz a fazer grandes temas. Não será algo que nos fará pegar nele novamente, mas sem dúvida tem o que é necessário para passarmos um bom bocado.
6.5/10
Fernando Ferreira
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