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WOM Report – Inferno das Febras – Dia 2 @ Parque de Lazer de Casais, Lousada – 30.08.25

O segundo dia do Inferno das Febras continuou o padrão do dia anterior, logo ao início, aquecendo o calmo com os Verbian. A banda tinha uma certa fusão que de vez em quando me fez lembrar Mastodon, mas em versão instrumental e mais relaxado, boa onda, perfeito para começar mais uma maratona de concertos.. Sendo Sábado, já estavam muitas mais pessoas pelo recinto e pelas bancas que na Sexta-feira, dia anterior.

Já não fiquei surpreendido quando entraram os BAD!, com muita mais energia, e músicas curtas que puseram todos a mexer. Foi um vendaval que causou as primeiras movimentações a sério no Inferno das Febras.

Imediatamente de seguida vieram os Ideal Victim, cuja música é intitulada de Punk Psicadélico. O que acaba por ser uma descrição perfeita para o caos que foi criado no palco, conforme a vocalista dançava e saltava da esquerda para a direita, com o cabelo a voar e uma energia aparentemente inesgotável.

Só fazia sentido continuar com os Fear The Lord, puro Hardcore direto da Margem Sul, se a intenção era um crescendo de intensidade.. Geraram bastante energia e tremendo mosh que teve um impacto tal que mal acabou o concerto, o recinto ficou quase vazio pois foram todos jantar.

E claro que, para ninguém apanhar uma congestão, a melhor continuação foram um stoner blues que me fizeram lembrar uma das minhas bandas favoritas, Earthless. Black Bombaim deixou-me bastante impressionado, apesar de tocarem no meio de nevoeiro e quase sem luz. Nitidamente o seu foco não era o aspecto visual, mas sim a experiência musical. Encaixaram-se bastante bem apesar das outras bandas serem muito mais agressivas.

E foi mesmo a repetir a receita do dia anterior, com mais reviravoltas no enredo estilístico, pois subiu ao palco The Chisel mais uma banda de punk classicamente britânico, proveniente de Londres. Apesar de um pequeno percalço devido a uma corda de baixo partida, deram um bom concerto, e o vocalista fez questão de saltar do palco para cumprimentar a plateia toda..

Apesar da chuva que se intensificava, estavam todos ansiosos pelos suiços Coilguns (Suíça), cuja biografia os descreve como tendo começado na cena de hardcore DIY, começaram a construir a sua identidade musical através da mistura de punk zangado e noise-rock extasiado. Tiveram um começo bastante calmo e em escuridão, mas transitaram radicalmente com uma energia impressionante, quase não conseguia seguir a ação do palco, com saltos constantes e outros shenanigans. Não esperava que, para a final, após uma forte mensagem política “CHEGA é merda”, o vocalista se fosse enfiar num caixote do lixo para fazer crowd surf, julgo eu, pendendo o microfone pelo caminho.

Dos Cancer, pouco tenho a dizer, e menos precisam de introdução. Um clássico britânico de metal extremo, ironicamente proveniente de uma vila chamada Ironbridge (ponte de ferro). Tal como previsto, partiram metaforicamente tudo, com um circle pit constante que contava com o seu próprio guarda sol (chuva) cor de rosa para a chuva quase torrencial que não pareceu incomodar ninguém nem foi impedimento para que o death metal fluísse.

Depois de tremendo espetáculo, não sei onde é que o público ainda foi buscar energia para receber os Nagasaki Sunrise à uma e meia da noite de forma energética. Nagasaki Sunrise que sempre prometem um grande espetáculo, e mais uma vez não falharam. O som estava perfeito, as guitarras em sintonia, a bateria forte, espantaram qualquer pinga de sono e cansaço que houvesse.

Dito isto, estava mais que pronto para regressar a casa quando acabaram, mas tivemos uma pequena surpresa, com mais uma actuação extra. Por parte de quem, não sabemos. De qualquer forma, o público gostou e depois debandou por completo, porque a chuva foi implacável. O saldo final é extremamente positivo para este evento que está a tornar-se obrigatório no panorama dos festivais nacionais.

Texto e fotos por Luís Balsa
Agradecimentos Inferno das Febras / LSD Bookings


 

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