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Barbarian Swords, Espectro @ 06 de Maio – Metalpoint, Porto

Em ritmo de digressão, o Metalpoint abre suas portas para mais um sombrio evento para a cena underground black metal ibérica. No palco dois recentes expoentes do Black Metal Pagão Ibérico. A primeira a apresentar-se foi a já conhecida pelo público nortenho, Espectro, seguida a presença catalã dos Barbarian Swords, apresentando seu mais recente álbum, “Worms” que dá o nome à digressão.  
Antes dos Espectro apresentarem-se, já anunciavam que algo de novo. Com o estandarte do antigo Gallaeciae Regnum, surpreendeu a todos e apresentou as novas músicas do seu próximo trabalho sobre o Reino Suevo, álbum ainda está em produção conforme entrevista dada anteriormente (ler aqui) assim dando um prévia para ao público presente do que aí vem. Lembrando as melodias de canções medievais galego-portuguesa, passando para uma Black Metal intenso, genuíno e com toda força o ódio demonstrado na voz de Lord Empalvs. O concerto inicia com essa atmosfera medieval e com prenúncio da guerra com a música “To Forge Thy Copper of Old”. Em seguida “Haunting Fog” não dá descanso, violência e cadência em um vocal multifacetado. Fazendo esta ligação temática, a inédita “Might of the Suebian Shieldwall” é tocada, demonstrando claramente que sua ligação com a música pagã aprofunda-se no novo trabalho. Ligando novamente os temas e sem deixar a brutalidade parar, “Hymns of War” é tocada, marcada pelo seu peso constante de riff marcante, abre para mais uma inédita “Blood For Thy Soils”.  Na sequência a extremidade gélida do norte é demonstrada pelo ritmo forte, sólido e de intensa melodia em “Winter”. Finalizando com uma atmosfera profunda de aparente melancolia a realidade das guerras da Reconquista vem a tona, entre pausas carregadas Iberia transportou o público o ódio às religiões e crenças invasoras, levando todos o público presente um sentimento intenso e genuíno.
Os Barbarian Swords mudam de ratos para vermes em sua mais recente digressão  e álbum “Worms”. O concerto começa trazendo um ambiente soturno, ao som das batalhas travadas pelos bárbaros da península contra as conquistas cristãs. Mostrando um repertório músical denso, onde Black Metal pagão encontra a o existencialismo profundo do Doom em transições suaves e melodiosas de intensa carga sentimental. Com a voz visceral de Von Päx, com uma execução sem margem para erros pela banda, o ódio latente e o desejo de punição verteu em sua primeira música “I’m Your Demise”.

 

O ambiente de violência e revolta aumenta em “Outcast Warlords”, com uma melodia mais compassada, baixo e bateria estabelecendo a base acompanhados de um solo de guitarra em um ritmo fúnebre e de invocação dos antigos senhores pagãos, consegue criar um ambiente visceral ao concerto. Em “Pure Demonology” o ódio aos cristão é anunciado com um uma pegada mais brutal, com  transições mais rápidas e demarcadas pelos vocais. Anuncia-se assim o seu pensamento e um prenúncio do que vinha por aí, com as faixas do primeiro disco, “Hunting Rats” e “Putrid Whore – The Holy Church”, em que mais ódio é adicionado a carga dos espectadores, culminando na faixa que por si só já explica o tema do álbum, “Christian Worms”. Repetindo os versos “Bastards, Liars, Christian, Worms”  possuindo uma atmosfera calma e mais sombria e transitando entre trechos de maior intensidade, termina por acordar a todos os incautos ao desejo de vingança contra todos os santos, e religiosos traidores. 
O ambiente torna-se ainda mais denso à medida que o concerto avança, especialmente em “Total Nihilism”,com um Doom marcado de riffs absortos e um vocal forte e violento, reforçando a força da perenidade da condição humana. Sem dar descanso ao público presente, o concerto muda um pouco de tom com “For My Honor” do álbum “Rats”, com um ritmo mais brutal e acentuado fazendo todos saírem da letargia intimista anterior com um ritmo mais cadenciado e clássico. 
Ainda mais rápida e brutal, inicia-se “Pentecostal Black Punishment” do mesmo álbum, trazendo o público mais uma vez para outra violenta e densa convergência de estilos, em uma fúria constante contra todos os pentecostais. Finalmente em “Ultrasado Bloodbath” ficámos todos imersos em um ambiente introspecto e oblíquo, fortemente carregado de riffs insinuantes, apresenta-se de forma gradual, forte e de solo primordial, demonstrando o crescimento como reflexo ao terror da vingança contra todos os religiosos da terra. Foi uma noite de puro Black Metal pagão que satisfez todo o público presente.
Reportagem por Jhoni Vieceli
Fotos por Sónia Molarinho Carmo
Agradecimentos ao Metalpoint

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