Álbum do Mês – Janeiro 2021
Álbum do Mês – Janeiro 2021
Havia a dúvida se 2020 nos deixaria transicionar, mas aqui estamos nós e como tal, com mais uma colecção de vinte álbuns que deixam antever um bom ano criativo – algo que 2020 até nem nos deixou mal. Vamos mas é lá dar andamento a isto, mais música e menos palavras!
20 – Dipygus – “Bushmeat”
Memento Mori Records
Das cavernas temos o death metal dos Dipygus, com um amor e paixão que é mais que evidente. “Bushmeat” (o som e a capa) evidenciam logo que este será um death metal primitivo e sem grandes contemplações melódicas – embora as existam por aqui de vez em quando de uma forma mais macabra e com o o reverb na guitarra e voz a ajudar a tornar a coisa mais clássica. Não é vistoso. Pelo contrário, é feio, sujo e até rude. Mas há um encanto neste tipo de coisa que acaba por manter preso todos os que gostam de death metal. Death metal na essência, onde alguns leads e solos bem conseguidos só fazem com que esse sentimento cresça ainda mais – como não sentir isso num tema como “Osteodontokeratic Savagery”. Em suma, a podridão que vos faz falta.
8/10
Fernando Ferreira
19 – Black & Damned – “Heavenly Creatures”
Rock Of Angels Records
Começa-se 2021 logo com uma nova banda a surgir no horizonte. Os Black & Damned surgem-nos da Alemanha e com isso trazem logo um certo som característico. Há um sentido de familiaridade com este estilo de metal, onde o heavy se funde com power metal – na minha percepção, a coisa acaba por pender mais para este último. Poderoso e com uma produção que deixa os melhores elementos ao de cima, mas mantém o som bastante coeso. O núcleo duro da banda são o guitarrista Michael Vetter e o vocalista Roland Seidel. O resto da banda foi contratada para gravar o álbum pelo que não tenho ideia se estamos perante um projecto ou uma banda no verdadeiro sentido da palavra. Seja como for não é algo que se sinta aqui. Este é um álbum sólido, uma estreia que os fãs de power metal vão apreciar.
8/10
Fernando Ferreira
18 – Harakiri For The Sky – “Mære”
AOP Records
Vamos falar imediatamente do elefante na sala, sim? Os Harakiri For The Sky convidaram para participar neste seu novo trabalho algumas pessoas, como o vocalista de Gaerea, Neige dos Alcest (e ex-Amesoeurs) e Audrey Sylvain (Malenuit e ex-Peste Noire e ex-Amesoeurs), esta última que tem uns posicionamentos ideológicos para lá de questionáveis. Quando o público se apercebeu disso, deram-se as esperadas (e justificadas) represálias. O que levou a que a banda sentisse necessidade de cancelar essa mesma participação. Até aqui tudo mais ou menos normal, não fosse o facto da banda enviar uma mensagem privada para Sylvain como que a justificar o fim de colaboração única e exclusivamente por pressões por parte da editora da sua empresas de P.R., afirmando não terem simpatia nem por ideologias de esquerda nem de direita – mas pelos vistos tolerando as de extrema direita. Toda esta confusão não beneficia nada um trabalho que nem sequer foi ainda editado mas evidencia uma ingenuidade e uma deturpação de valores preocupante – afinal são os valores económicos que ditaram a não participação de Sylvain e não os morais. Posto isto fora do caminho a apreciação que se segue é unicamente musical, porque é disto que falamos por aqui.
Mais do que simplesmente black metal depressivo, melódico, este duo austríaco tem sido uma fonte constante e segura de música boa. “Mære” não antecipava nenhuma mudança nesse estatuto mas a cautela é sempre boa conselheira. Bastou as melodias iniciais de “I, Pallbearer” para mandar toda e qualquer cautela pela janela, substituída por uma certeza precoce de que estaríamos perante um grande álbum. Tanto em qualidade como em quantidade, já que são mais de oitenta minutos de música que termina com uma cover de Placebo, “A Song To Say Goodbye”. Além desta cover, todos os temas andam entre os sete e os onze minutos e se é complicado manter a atenção do actual ouvinte por tanto tempo , eles também não se poupam a ter uma série de melodias épicas que se mantém na cabeça, mas essas mesmas melodias não substituem riffs, blastbeats e a agressão metálica que também faz parte da sua génese. É no entanto algo que nos parece levado a um extremo. De qualidade, isto é. E quando até Placebo me soa bem, é porque há mesmo magia no ar.
8.5/10
Fernando Ferreira
17 – Red Cain – “Kindred: Act II”
Edição de Autor
Este não é um álbum normal. A sua sonoridade aponta em diversos caminhos, mais modernos, mais tradicionais, mas é uma aura meio gótica e electrónica que acaba por se salientar, na minha opinião. É um álbum curto mas que faz muito bom uso do tempo que tem disponível. Esse é um dos factores mais impressionantes, apesar de ser apenas pouco mais de meia hora, sente que se faz uma viagem por uma série de géneros diferentes. Poder a rodos mas olho/ouvido apurado para as melodias marcantes, aquelas que nos ficam na memória. O conceito parece também interessante embora tenha de confessar que não lhe prestei muita atenção – também estará relacionado com ser a segunda parte e por gostar de começar pela primeira parte. Intrigante banda canadiana.
8.5/10
Fernando Ferreira
16 – Malakhim – “Theion”
Iron Bonehead Productions
Soa sempre estranho dizer do álbum de estreia a ser editado em 2021 de que estamos perante um som clássico, não é? Não tanto, afinal o metal já é um estilo com muita tradição e grande parte das propostas que temos hoje em dia assenta precisamente na exploração dessa tradição. Se pegarmos no black metal, menos estranho é. Os suecos Malakhim souberam capturar sem espinhas aquela aura mística do black metal, graças aos riffs em tremolo picking e à utilização de melodias que andam tanto por uns Dark Funeral como por uns Dissection. Tudo regado a montes de reverb, claro, mas mais do que ter os valores de produção apropriados, é mesmo ter o dom de fazer temas que nos colocam, se fecharmos os olhos, de volta à década de noventa. Há quem não dê valor ao revivalismo. Neste caso nem creio que seja isso, é apenas um retrato fiel de uma das suas faces mais interessantes. Um retrato fiel e muito bem feito!
9/10
Fernando Ferreira
15 – Sonic Flower – “Rides Again”
Heavy Psych Records
Powa! Stoner powa! “Rides Again” é mesmo o título mais apropriado para este segundo trabalho dos japoneses Sonic Flower que nos chega dezoito anos depois da estreia ter sido editada. Ora se stoner do Japão é daquelas coisas mais inesperadas que poderíamos ter (principalmente por se tratar de um projecto do pessoal dos Church Of Misery que entretantou ficou em hibernação), também é das mais deliciosamente boas. Mesmo que não tenha mais de meia hora e que seja composto apenas por sete temas. Tudo parece ser mini na forma mas enorme no conteúdo. Enorme groove, como apenas o stoner instrumental consegue causar, este é um álbum para ouvir em loop. E também uma excelente forma de começar 2021.
9/10
Fernando Ferreira
14 – Transilvania – “Of Sleep And Death”
Invictus Productions
Old school. É a aura que transmite este trabalho, desde a capa até ao som. Apesar de andar pelos domínios da mistura do black metal com um death/thrash metal, a sonoridade não vai ao encontro do que é mais usual termos na junção destes géneros. Temos assim uma aura old school e primitiva que até tão mais charme a esteste temas que vão mais além do que a mistura simples dos dois estilos em formato porco e javardo – com aquele apelo ao punk. Não, tem-se mesmo um apelo único que consegue colocar aquelas questões estapafúrdias das quais ninguém se lembraria de outra forma como “o que aconteceria se os Dissection fossem ainda mais podres e thrash?” O mérito de “Of Sleep And Death” e dos austríacos Transilvania não é esse, contudo. É mesmo de trazer um segundo álbum que é épico pelo alcance e pela influências que consegue conciliar soando ao mesmo tempo clássico como também refrescante. Com que uma abordagem nova para algo que já vimos e ouvimos muitas vezes. Excelente portanto.
9/10
Fernando Ferreira
13 – Endezzma – “The Archer, Fjord And The Thunder”
Dark Essence Records
O black metal já se tornou tão disseminado que já nos chega de todos os cantos do globo, mas há sempre aquele brilhozinho nos olhos quando nos chega algo da Noruega – não o berço mas sem dúvida o ponto fulcral para a revolução que nos trouxe (bem ou mal) aos dias de hoje. Os Endezzma são uma banda que toca black metal, sem dúvidas, mas que o faz com especial apetência para lhe juntar algo seu. Não conhecia o seu som mas fiquei agradavelmente surpreendido como a forma que conseguem condensar, sem grandes devaneios, tudo em temas pequenos mas altamente eficazes. As melodias em tremolo picking não são debitadas ao acaso e as cavalgadas thrash surgem são criadoras de dinâmicas maravilhosas. O resultado, um álbum que é delicioso de descobrir e redescobrir vezes sem conta.
8.5/10
Fernando Ferreira
12 – Stellar Death – “Fragments Of Light”
Edição de Autor
Esta é uma estreia muito interessante por parte do duo norte-americano Stellar Death. Algures entre o progressivo e o pós-rock, estes oito temas instrumentais poderão ser bastante simples na forma como se movem, mas isso não faz com que não tenham efeito, principalmente para quem gosta de sentir emoções na sua música. Poderá passar despercebido porque tem um dom de quase música ambiente mas garanto que não são precisas muitas audições para se tornar um verdadeiro vício. A sua diversividade também ajuda a isso, a que o interesse ascenda, principalmente nos momentos de intensidade metálica (“Binary Collapse” por exemplo). Mais um excelente nome na música instrumental.
9/10
Fernando Ferreira
11 – Voodoo Circle – “Locked & Loaded”
AFM Records
Este novo trabalho da banda alemã despertou a curiosidade geral, uma vez que marca o regresso à banda do vocalista David Readman (Pink Cream 69), do baixista Mat Sinner (Primal Fear, Sinner) e do baterista Markus Kullman (Glenn Hughes, entre outros).
Acredito que também para o mentor da banda, Alex Beyrodt, tudo isto fosse uma motivação extra e a verdade é que “Locked & Loaded” é um disco ímpar, marcado pela qualidade sentida em cada tema e arrisco a dizer que se trata do melhor disco dos Vodoo Circle.
A partir da abertura, com “Flesh & Bone” e das duas faixas subsequentes, é sentido que a banda apresenta logo ali um conjunto de músicas poderosas, profundamente melódicas com elementos blues, intercalados com referências inteligentes a seus próprios ícones.
10/10
Miguel Correia
10 – Demoniac – “So It Goes”
Edged Circle Productions
“So It Goes” é o segundo álbum dos chilenos Demoniac, mestres da thrashada (e perdoem-me a redundância) demoníaca e negra. Será apropriado chamar a uma banda ao segundo álbum que é já mestre? Bem, se estão com estas dúvidas é porque ainda não ouviram o alto nível em que eles estão neste momento. E não pensem também que estamos perante mais uma sonoridade unidimensional, porque não é só black/death/thrash metal que temos aqui. Temos um brilhantismo técnico e instrumental que a produção crua não fazia prever, com direito até a temas instrumentais com um saxofone pelo meio. I shit you not. É o gozo do metal a poder fazer o que quiser e sem querer passar cartão a ninguém. E nem tem de o fazer!
9/10
Fernando Ferreira
9 – Oceana – “The Pattern”
Time To Kill Records
O nome da banda, a capa, e até a própria música no seu primeiro contacto… tudo isto consegue causar uma sensação de que estamos perante um trabalho especial. E até familiar por se sentir que existem aqui muitos elementos clássicos, do death metal melódico ao Gothic Metal. Até a voz de Massimiliano Pagliuso (vocalista e multi-instrumentista) nos faz lembrar algumas bandas clássicas do estilo. Se inicialmente as melodias de temas como “Tragicomic Reality” parecem ser demasiado adocicadas, o que é inegável é que as mesmas resultam e são apenas um dos elementos deste trabalho, sendo que o seu forte é mesmo termos grandes temas. Soa moderno, soa intemporal até, mas o coração está mesmo na nostalgia que traz – poderei ser o único, admito isso. De qualquer forma, com ou sem nostalgia, este é um grande álbum de estreia que vai conquistando e crescendo cada vez mais.
9/10
Fernando Ferreira
8 – Aethyrick – “Apotheosis”
The Sinister Flame
Terceiro álbum dos misteriosos Aethyrick, eles que iniciam o ano com um excelente álbum de black metal melódico e atmosférico. Para quem está a chegar agora a esta banda, o rótulo “melódico” no black metal não significa que seja algo mais acessível ou polido. Longe disso, aliás, esta produção é bem agreste, a lembrar o underground da década de noventa e bandas como Abigor, por exemplo. Mas depois tem linhas melódicas e uma atmosfera fantástica, muito graças aos riffs em tremolo picking cujo impacto nunca esmorece e nunca cansa. E é algo até, de certa forma, simples, pela forma como conseguem cativar. Seis temas e nenhum momento de aborrecimento – isto quando temos canções longas, é algo que é mais importante do que possa parecer.
9/10
Fernando Ferreira
7 – Aonarach – “I”
Northern Silence Productions
Tom Perrett, dos Ruadh está de volta com (mais) uma nova banda/projecto de black metal. Juntou-se Alex Vogel (responsável pela voz) e o resultado são os Aonarach, uma variante mais crua e bruta daquilo que o multi-instrumentista costuma apresentar nos outros seus projectos. Mais cru e primitivo, fazendo lembrar o black metal sinfónico dos primórdios, algo entre uns Emperor e uns Limbonic Art. O termos Aonarach significa isolamento em escocês e conceito do álbum é resultado óbvio dos tempos modernos mas não soa nada como tal. A atmosfera é fantástica (não tão cósmica como as referências citadas atrás, mas sim, mística) e este é uma estreia que recomendamos. Como quase tudo na carreira do senhor Perrett.
9/10
Fernando Ferreira
6 – Pounder – “Breaking The World”
Shadow Kingdom Records
Poderão estar a pensar, ao olhar para a foto e a verificar o logo da banda, que… “estamos em 2021, estamos naquilo que se espera ser os finalmentes de uma pandemia mundial e será que neste momento da história da humanidade o que precisamos mais é de mais uma banda de heavy metal tradicional?” A resposta é um inequívoco, SIM! Principalmente de uma banda que apresenta um álbum de estreia tão poderoso como este. Poderoso e viciante. Poderá ter apenas pouco mais de meia hora mas sem dúvida que esta estreia faz-me ter esperança em relação ao futuro. É o heavy metal old school a trazer-nos luz nos momentos de trevas.
9/10
Fernando Ferreira
5 – A Stick And A Stone – “Versatile”
Anima Recordings
Assombroso. Toda a atmosfera de “Versatile” é assombrosa. Uma atmosfera minimalista em termos instrumentais mas que ainda assim preenche todo o vazio deixado pelo silêncio. Minimalismo melancólico com laivos de folk embebido em darkwave. Seja o que for, poderá ser um disco para nos dar os blues do Natal ou simplesmente para nos fazer apreciar a chuva, fundindo-se perfeitamente com o som da água a cair e a embater no solo. Apesar do minimalismo, é a voz que faz a diferença e o trunfo emocional que consegue capturar o ouvinte. Ou então entregá-lo definitivamente ao abismo do consciente. Seja como for, é um processo a repetir muitas vezes.
9/10
Fernando Ferreira
4 – Dread Sovereign – “Alchemical Warfare”
Metal Blade
“A Curse On Men” é um bom exemplo de uma boa intro. Misteriosa, e a colocar logo o ambiente no ponto. Mesmo que seja um ambiente que nos leva para algo mais próximo do black metal. Obviamente que quem conhece os irlandeses sabe que o que temos aqui é doom metal. De grande qualidade e dinâmico. Comecemos pela voz – sem necessidades de apresentações, Alan Averill que tem um timbre perfeito para isto. Instrumentalmente também podemos encontrar uma grande dinâmica onde faz com que um tema épico de dez minutos como “She Wolves Of The Savage Season” passe num repente. Pode-se pensar que ao terceiro álbum já não exista grandes surpresas – principalmente numa destas malfadadas super bandas onde o maior interesse costuma nos nomes envolvidos, no anúncio de álbuns do que propriamente na apreciação dos mesmos. No entanto, tenho que salientar a forma como este álbum ressoa para qualquer fã de doom metal. Sujo mas onde tudo soa bem. Clássico mas a soar a algo muito novo. “Alchemical Warfare” mostra que os Dread Soverein são muito mais do que uma super-banda fogo de vista.
9/10
Fernando Ferreira
3 – Meer – “Playing House”
Karisma Records
O rótulo rock sinfónico refere-se, pelo menos em Portugal, a rock progressivo. Julgo que o termo venha mesmo da sumptuosidade do trabalho e arranjos de teclados. Ao ver que este trabalho é rotulado como rock prog sinfónico, o meu sentido de aranha obviamente que disparou. Aqui o termo “sinfónico” é mesmo referente ao facto desse elemento estar bem representado. O segundo ponto forte são as melodias, épicas e cinematográficas mas de forma clássica – sem entrar nos lugares comuns em abundância que se encontra por aí. O terceiro ponto é mesmo a voz. Johanne Kippersund e Knut Kippersund complementam-se de forma fantástica, com tom hipnótico e sensual. “Playing House” é um álbum que não se cansa de surpreender e que nos puxa para si. Posso dizer que esta foi já uma das grandes surpresas de início de ano.
9/10
Fernando Ferreira
2 – Miss Lava – “Doom Machine”
Small Stone / Kozmik Artifactz
O regresso dos Miss Lava. Regresso em grande. Depois de quase cinco anos após “Sonic Debris”, está aqui “Doom Machine”. As cores aguerridas e aspecto caótico da capa reflecte a miríade de diferentes sensações e sentimentos que o álbum traz. Alegria e tristeza, ascensão e perda, criação e destruição, uma dicotomia muito presente em temas como “Brotherhood Of Eternal Love” e “The Fall”. Musicalmente a banda está melhor que nunca, com o stoner a levar pinceladas psicadélicas e a resultar num conjunto de temas que fluem muito bem entre si, incluíndo os curtos apontamentos/interlúdios como “Magma”, “Karma”, “Alpha” e “Terra”. Não estarei a arriscar muito ao dizer que este será o álbum mais ambicioso da banda e também aquele onde essa ambição é atingida e recompensada. E exigente, já que este não é o habitual álbum stoner onde tudo o que nos é pedido é groovar ao som dos riffs.
9/10
Fernando Ferreira
1 – Antigone’s Fate – “Fragmente”
Small Stone / Kozmik Artifactz
Terceiro e fantástico álbum dos Antigone’s Fate. A banda já me tinha sido apresentada, pelo que a expectativa para este terceiro álbum era enorme. Posso dizer que logo ao início fiquei completamente rendido. E julgo que isto é muito fácil de acontecer para todos os que gostam da forma como a música extrema se funde com melodia memorável e épica, embora, tenha que referir, que o facto de ser composto apenas por apenas três músicas (de catorze, vinte e um minutos e seis minutos, mais coisa menos coisa) não ajuda a ser atraente para aqueles que imersos no espírito consumista moderno precisam de algo imediato. Bem, se tiverem a mesma experiência que eu, bastam os primeiros minutos da “Vrika To Thánato” para que isso aconteça. “Den Königen Elend Un Verfall” é o tal tema (ainda) mais épico mas que consegue o feito de passar a sensação de que dura muito menos do que o que deveria. Uma viagem, aliás, como todo o álbum, uma viagem que é difícil de catalogar (a começar pelo rótulo que é difícil de sentir que encaixa perfeitamente mas não é assim com todas as coisas boas da vida) mas muito fácil de se ficar refém. Os momentos acústicos, a beleza dos leads, fantástico!
9.5/10
Fernando Ferreira