Bornholm – “Primaeval Pantheons” Review

Apesar de “Primaeval Pantheons” ser já o quarto álbum da banda húngara, temos que admitir que não tínhamos conhecimento destes Bornholm, mas em boa hora ficámos a conhecê-los já que este álbum é um excelente trabalho de black metal melódico que não abusa em nada nos lugares comuns do estilo – ou se o faz, apresenta-nos músicas tão boas que isso fica sem qualquer importância. Temos aquele sentimento épico de uns Moonsorrow sem termos propriamente músicaas de vinte minutos, aliada a uma sensibilidade melódica de uns Rotting Christ – aqueles leads de “Atavism” não enganam ninguém – e a uma força nos riffs própria dos Enslaved.

Todavia, mais do que grandes referências que evocam, são as músicas o grande trunfo num álbum que poderá não cativar todos os fãs de black metal mais ortodoxo, mas sem dúvida que aqueles que apreciaram a faceta mais acessível do género não encontrarão dificuldades em ficarem rendidos a malhões como a “Runes Of Power” (midtempo gingão, cheio de groove mas que mesmo assim soa clássico como se tivesse sido escrito em 1996). Por falar nisso, poderá sentir-se que este tipo de proposta já não encontra lugar nos dias de hoje, mas desde quando que a boa música fica datada?

Não se trata, no entanto, de algo retro. Apesar de realmente nos transportar para umas décadas no tempo devido à popularidade do género na altura, “Primaeval Pantheons” assume-se como um produto do seu tempo, sem qualquer tipo de saudosismo. E afinal, não é suposto o metal, principalmente o bom, ser intemporal? Ouçam lá a última malha, a “Imperium (Divus Rex)” e digam lá se não estão de acordo. Forte, raçudo, melódico mas acima de (e somando) tudo é um álbum de grande qualidade. Excelente surpresa. Agora com licença que a infecção quer se alastrar e temos que conferir o que raio andam a fazer estes hungaros desde 2001.