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Entrevista – Ódio Profundo

Revage é um nome que dispensa apresentações no nosso underground, no entanto, para não correr riscos de que possam haver dúvidas, é o um dos músicos nacionais mais activos dentro do espectro do black metal e é precisamente Ódio Profundo (cujo álbum de estreia analisámos aqui), o mais recente dos seus projectos, a razão que nos levou a meter conversa com ele.
WOM – Vamos começar por Ódio Profundo. Começaste com o primeiro álbum, mas este projecto já anda na tua mente há algum tempo não?
Revage Boas! Desde já quero agradecer-te esta oportunidade para dizer um pouco do que vai pela minha mente! Ora então… Ódio Profundo surgiu no momento em que comprei a bateria electronica e comecei a gravar o que ia fazendo. Foi daí que peguei nas baterias e comecei a compor. Foi algo que me passou pela cabeça de repente e decidi meter em prática. A primera música do album tem um ano de diferença em relação ás outras sete que foram feitas todas numa semana! Acima de tudo é um desafio que propus a mim próprio… Por outro lado é tambem um protesto por não haver quase ninguém capaz no concelho de Sines para se trabalhar… Principalmente no metal! 
WOM – É uma questão de falta de músicos ou até mesmo falta de apreciadores do género?
Revage – Bem… Publico há. Fiz cá um concerto em Sines e ter cento e vinte pessoas pagantes é algo que pra mim é impressionante e motivador. O que há é falta de musicos capazes e com os pés na terra com que se trabalhar e sitos para se tocar. Principalmente quando estamos a falar de black metal. 
WOM – No que é que achas que Ódio Profundo difere de todos os outros teus projectos, que se inserem no black metal? Quanto a mim é algo mais pessoal e mais próximo do black metal depressivo mas não sei se concordas com esta opinião
Revage – Ódio Profundo… O que é que posso dizer… é mais uma banda das minhas? Sinceramente não acho que seja mais uma. A sonoridade é diferente, a forma de compor… meter mais de duas guitarras para meter complementos mais doentios nas músicas… um som mais doentio… mais odioso. Penso que não entra tanto na melancolia de Bruma ou a raiva de REVAGE…  Acho que é a minha maneira de expressar o ódio que sinto dentro de mim de tudo aquilo e todos aqueles que me fazem sentir mal todos os dias… Nada mais que ódio á Humanidade!
WOM – Sendo um projecto para o qual não precisas de mais nada a não ser a tua inspiração, podemos supor que seja aquele que será mais activo, não?
Revage – Nem por isso… Como sabes, estou activo em muitas frentes. Próximo trabalho a sair vai ser o álbum de Cavemaster durante as proximas semanas, tenho o álbum composto de Bruma… falta o baterista vir pra irmos pra estudio. Artnis tambem está tudo operacional para ir para estúdio. SkyeyeS estou a gravar o album de comemoração dos vinte anos de formação. REVAGE vamos começar a preparar um novo baterista. Acho que não há uma em especial… todas são importantes e necessáras. E Obscvrii Lvnae tambem deve lançar o primeiro álbum este ano e tenho já outro para começar a gravar quando este primeiro for lançado.
WOM – Com tantos projectos e bandas, é fácil separar o que deve ir para um lado e o que deve ir para outro? Ou outros? Sendo que é tudo black metal, vai sendo uma questão de feeling – este riff soa a Bruma Obscura ou este soa a Revage?
Revage – Sim… de certa forma é assim que acontece! E tambem tem a ver com o índice produtivo das próprias bandas em si! E também tem a ver com a temática que queres aplicar a este ou aquele trabalho da banda x ou y ou z.
WOM – Antes de Ódio Profundo, ainda tiveste envolvido com os Cavemaster. Podes falar-nos mais sobre esse projecto e como o mesmo surgiu?
Revage – Eu estou em Cavemaster! Bom… surgiu em Outubro do ano passado segundo o Mário diz nas entrevistas… a composição vem do Mário com temas compostos em 86 e todo o conceito e o material de som foi idealizado por ele para soar antigo!! O Paulo é a maquina da bateria! E eu escrevo umas letras e berro! A demo saiu oficialmente no dia 24 de Dezembro mas já estava tudo esgotado! Agora estamos a ultimar as gravações do album e se correr bem este mês já vê a luz do dia! É uma banda que muito me agrada ter recebido o convite para fazer parte! Dois grandes irmãos que tenho ali e também me ajudam a aprender algo mais sobre as minhas capacidades e limites como músico, vocalista, escritor e executante!
WOM – Tocar ao vivo, é algo que está em cima da mesa seja para Cavemaster, seja para algum dos outros projectos/bandas?
Revage – Epá… Eu gosto do palco. Havendo oportunidade eu não vou ser o rato a abandonar o navio. Havendo possibilidade de concertos, claro que alinho… tem é de ser conciliada a agenda porque tenho mais de uma banda que toca ao vivo! Aliás… todos os membros das bandas onde participo têm várias bandas! É tudo interligado… todos têm de se conciliar!
WOM – Obrigado pela entrevista e força com todos os projectos.
Revage – Mais uma vez um agradecimento a ti Fernando e á World of Metal por esta oportunidade! Apoiem o Underground, as zines que tentam dar toda a informação que se passa dentro da nossa cena, apoiem as bandas que muito esforço e dedicação deixam na sala de ensaios e no palco para que hajam concertos, demos e tudo o mais! Deixem de ficar em casa e apoiem a cena! Saudações Lusitanas!

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