Entrevistas

Entrevista – Tankard

Foto por Axel Jusseits

Tankard dispensa apresentações, principalmente para os fãs de Thrash Metal. Afinal, a banda faz parte do ‘big four’ alemão e é um dos maiores expoentes do estilo pelo mundo todo. Muito familiarizada no Brasil e em Portugal, tanto pelo amor ao futebol e pela cerveja quanto pelo Metal despojado em si, o grupo teve seu mais novo álbum, “One Foot In The Grave”, lançado no Brasil via  Shinigami Records. Para falar sobre o disco, além de outros temas (inclusive mostrar que a banda faz letras sérias), quem conversou com a World Of Metal foi o baterista Olaf Zissel, que não dava entrevista há um bom tempo, segundo ele mesmo. Por Vítor Franceschini

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Tankard tem uma discografia bem regular e nunca decepcionou seus fãs. Porém, “One Foot in The Grave” parece ser o disco da banda que mais tem chamado atenção nos anos 2000. Você concorda que é o melhor dos últimos trabalhos? Por quê?

Olaf Zissel: Eu não sei se é o melhor, mas estamos felizes com ele e ainda mais felizes se os fãs gostaram também.

O novo trabalho trás o Thrash Metal característico da banda, mas nota-se uma maior influência do Metal tradicional e um pouco mais de melodia também. Isso foi algo intencional?

Olaf: Nós não temos um plano definido de como um álbum deve soar antes de entrar no estúdio. Nós apenas registramos as coisas que fizemos. Andy (Gutjahr, guitarrista) escreveu a maior parte das músicas desta vez e suas influências são mais desse material melódico

“One Foot in The Grave” traz temas sérios como crítica às religiões que exploram a fé alheia, a guerra na Síria e as inverdades que infestam a internet. O Tankard é famoso por seu bom humor, mas aposta em letras críticas também. Fale-nos destes temas e a como vocês procuram abordá-los, enfim, como surgem as ideias?

Olaf: Muitas vezes, somos reduzidos ao nosso lado engraçado, mas fizemos letras sérias em todos os nossos registros. Nós não estamos correndo pelas ruas com baldes em nossas cabeças para evitar ver o que está acontecendo no mundo. Se você apenas assistir 5 minutos de notícias de TV, você pode ter material para mais 5 registros. Populistas recebem mais apoiadores em muitos países europeus, Brexit (saída da Grã-Bretanha da União Europeia), Síria, Turquia, petróleo de diesel e mais um monte de coisas. Alguém construirá uma parede na fronteira mexicana? Nós temos uma opinião sobre tudo isso e uma ótima plataforma para passar nossa mensagem, então por que não deveríamos?

Aliás, como estão as coisas na Europa em relação aos refugiados e o alerta contra o terrorismo, em especial na Alemanha? Qual sua opinião sobre isso?

Olaf: As coisas na Europa também estão ruins. Algumas nações não podem lidar com os refugiados e outras não querem. Minha opinião é que um país que é responsável pela Segunda Guerra Mundial e pelo holocausto tem que mostrar muita humildade e arrependimento, mas as pessoas estão apenas lamentando a perda de dinheiro. Terror aumenta devido à frustração e à ausência de educação e a Alemanha foi atingida pelo terror também. O resultado é que, também na Alemanha, os populistas estão ficando cada vez mais poderosos dia a dia e talvez algum dia tenhamos paredes em todas as fronteiras da UE. O que é foda!

Voltando ao Tankard. O disco traz um trabalho esplêndido de guitarras, mostrando um Andy inspiradíssimo.

Olaf: Como falei antes, o facto de ter muitas músicas de Andy no álbum e ele está fazendo o que ele gosta até que algum de nós diga para ele parar. Mas nós estamos bem com isso, então ninguém o faz.

As músicas também se mostram bastante pegajosas e desde a primeira audição já dá pra sair cantarolando várias faixas do álbum. Essa é uma característica dos Tankard. Vocês buscam isso quando compõem?

Olaf: Será que é porque eu ouço os Beatles e os Ramones o tempo todo?

Alien, a mascote da banda, está de volta e justamente em um disco que vem obtendo uma crítica instantaneamente positiva. Coincidência? Por que ela ficou um tempo fora das capas da banda?

Olaf: Achamos que era hora de trazê-lo de volta e encontramos um artista acessível para desenhá-lo.

A produção de “One Foot In The Grave” ficou a cargo de Martin Buchwalter (Perzonal War). Por que resolveram trabalhar com ele dessa vez e o que podem falar do resultado?

Olaf: Martin fez um ótimo trabalho e não posso dizer nada de ruim sobre ele. Tomamos uma decisão há anos que não gostamos de trabalhar sempre com o mesmo produtor no estúdio, como no passado com Harris Johns, por tanto tempo. Nada mal trabalhar com ele, mas precisávamos de uma mudança. Conhecemos Martin de alguns shows que tocamos juntos com a Perzonal War e ouvimos seu trabalho em seu estúdio dois anos atrás. Nós fizemos uma oferta e ele concordou. Isso foi simples.

O disco saiu no Brasil com um DVD bônus mostrando um show da banda no Rock Hard Festival de 2016. Por que lançar esse material como bónus e a escolha deste show?

Olaf: A escolha foi simplesmente porque não gravamos muitos shows com uma equipe de filmagem profissional e o restante é uma questão que deve ser melhorada pela Nuclear Blast. Eu sou apenas o baterista e não tenho muita ideia dos negócios.

Vocês são torcedores fanáticos do Eintracht Frankfurt e em maio último puderam tocar na final da DFB Pokal, quando a equipa foi derrotada pelo Borussia Dortmund por 2 a 1. O jogo foi transmitido no Brasil (infelizmente o vosso concerto não) e ambas torcidas deram um espectáculo! Como foi para vocês poderem participar desta festa?

Olaf: Os outros caras da banda são grandes torcedores, mas também gostei disso. Nós viajamos para Berlim um dia antes do show com um trem especial e muitos jogadores veteranos do clube. Foi muito divertido. Nosso show de 3 minutos também não foi amplo na TV alemã, mas fizemos um excelente videoclipe de tudo pelo telefone celular que encontramos na web, que acabou de ser lançado neste momento. Mas não sei se será vendido fora da Alemanha. Talvez outra questão para a Nuclear Blast. O transporte para o estádio nos pegou cedo no hotel e o motorista nos disse que não venderiam álcool no jogo, então pedimos que ele parasse na próxima loja para comprarmos cerveja por conta. Ele concordou e paramos, voltamos com os nossos cases de instrumentos cheios de garrafas de cerveja. Passamos pelo ‘check in’ da segurança e tivemos muitas caminhadas extras nos bastidores para reabastecer nossos copos com freqüência.

Tankard tem uma relação muito próxima com o Brasil, quando poderemos ver a banda novamente por aqui?

Olaf: Se tivermos outra oferta para voltar, vamos pensar sobre isso e, com certeza, adoraremos voltar ao Brasil novamente, mas para 2018, estamos com a agenda cheia de shows na Ásia.

Muito obrigado pela entrevista. Pode deixar uma mensagem aos fãs brasileiros!

Olaf: Obrigado por tudo e obrigado pela minha primeira entrevista depois de muito tempo, nem me perguntaram a minha marca preferida de cerveja. Saudações e boa noite!

 

http://www.tankard.org/

https://www.facebook.com/tankardofficial


 

 

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