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Filhos do Metal – Acontecimentos Determinantes Pt. 3

Por Duarte Dionísio
(Filhos do Metal – À descoberta do Heavy Metal em Portugal)
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Muitos foram aqueles que por este ou aquele motivo se dedicaram e esforçaram em prol do Heavy Metal em Portugal. Quer tenha sido por curiosidade, devoção ou até mesmo só pelo negócio, foram sendo criadas estruturas, mais ou menos profissionais, que tinham na sua génese os sons mais pesados. Estes projetos nem sempre eram profissionais. Nem sempre tiveram sucesso. Mas tiveram o condão de divulgar o Heavy Metal, de dar a conhecer mais bandas e músicos. Nesse sentido, as editoras foram um dos pilares do desenvolvimento do Metal e do aparecimento de mais bandas. Só nos anos 90 surgiram etiquetas dedicadas exclusivamente aos sons mais pesados ou quase. Até então, as poucas edições de álbuns das bandas portuguesas de Hard Rock e Heavy Metal foram da responsabilidade de editoras generalistas. Tudo começou com o tape trading, passando pela distribuição e finalmente a edição, para os mais corajosos.

Hoje em dia existem dezenas de editoras com edições frequentes como por exemplo: Raising Legends, Larvae Records, Rastilho Metal Records, Alma Mater, Amazing Records, Chaosphere Recordings, Firecum Records, Signal Rex, Miasma of Barbarity, Vomit Your Shirt, Altare Productions, Helldprod Records, Lusitanian Music, Caverna Abismal Records, entre outras. Como sempre refiro, este não é um levantamento exaustivo de todos os projetos, serve apenas para lembrar alguns que foram determinantes pelo impacto criado. Aqui ficam alguns nomes que marcaram o Heavy Metal em Portugal pela sua coragem, longevidade, qualidade ou sucesso. Nesta curta crónica não me é possível mencionar todos!

Slime Records – Talvez uma das primeiras aventuras editorais para sons extremos, a Slime Records deixou poucas edições mas logo no início da década de 90 lançou algo de importante – o EP de 7” “Dissolved in Absurd” dos Thormenthor em 1991 e em 1992 o EP de 7” “The Shades Behind” dos Sacred Sin. Dois marcos do Metal extremo feito em Portugal. Estas foram as primeiras edições formais de ambas as bandas.

MTM – Embora não se dedicasse exclusivamente ao Metal, durante um período lançou verdadeiras pérolas de peso nacional. Entre elas a coletânea “The Birth Of A Tragedy”, em 1992, duplo vinil com bandas que se destacavam no underground nacional. Ainda: os dois álbuns de W.C. Noise – “Loud & Mad” de 1992 e “Reality Asylum” de 1994; também em 1994 “Infected Ideologies” dos Gangrena.

Dark Records – Pouca atividade, mas edições importantes – o EP 7” “The Seven Seals” dos Decayed em 1993, a Demo de 1993 “Os Métodos do Pentagrama” dos Filii Nigrantium Infernalium e a estreia em CD dos Evisceration “Hymn to the Monstrous”.

Morgana Records – Pouco tempo em atividade, mas o suficiente para três edições importantes durante o ano de 1994 – Procyon “Read My Lips”, CD single; Shrine “Perspective” em CD; Thormenthor “Abstract Divinity”, CD.

Monasterium – Mais um dos projetos que desapareceu rapidamente, mas deixou legado – em 1993 o CD de Decayed “The Conjuration of the Southern Circle” e em 1995 o CD de Extreme Unction “In Limine Mortis” e o CD EP de Filii Nigrantium Infernalium “A Era do Abutre”.

Outras aventuras surgiram com maior longevidade e consequentemente maior produtividade.

Non Nobis Productions – Logo em 1993 lançou uma coletânea em cassete intitulada “Portugal ‘N’ Brasil, Brothers ‘Till Death”, com as bandas Carniça, Hard Hearted, Insane e Cruel Hate. Ainda demos de Hoth e Netvil e em 1996 o CD EP de Paranormal Waltz “In the Name of Tranquility…”. Depois de longa paragem a Non Nobis continua ativa atualmente.

Independent Records/Grade – Um pouco mais profícua a Independent assim como a Grade lançaram edições de bandas cono Jarojupe, Casablanca, Morbid Death, Web, Buried Alive, In Solitude, entre outros. Em 1995 iniciaram com o CD “Ao Vivo Lisboa Gartejo” dos Jarojupe. A Independent continua ativa embora não seja uma editora dedicada ao Heavy Metal, teve a ousadia de lançar os nomes já mencionados.

Música Alternativa/Plutonium Records/Tornado Records – Baseada numa forte distribuição de diversas etiquetas internacionais, a Música Alternativa também se aventurou pela edição. Com a criação de sub-labels como a Plutomium e a Tornado lançou bandas como: Genocide, Sacred Sin, Sarcastic, Hate Over Grown, Squad, Re:aktor, Gonçalo Pereira, Paulo Barros, entre outros.

Recital Records – Surgiu mais tarde, já no final da década de 90, mas conseguiu um volume de edições superior ao que era comum até então neste espetro da música. Algumas das bandas que fizeram parte do catálogo: Oratory, Black Widows, In Solitude, Demon Dagger, Shadowspere, Pitch Black, entre muitas outras.

Skyfall Records – A Skyfall nasceu dentro de outra editora e distribuidora generalista, a Movieplay. Foi com esta estrutura que lançaram algumas edições importantes na segunda metade da década de 90, entre elas: Decayed “In Lustful Mayhem” CD EP de 1995; Disaffected “Vast” CD de 1995; Grog “Macabre Requiems” CD de 1996; Desire “Infinity… A Timeless Journey Through An Emotional Dream” CD de 1996; entre outros.

Raging Planet Records – Também surgiu já no final da década de 90, mas mantém-se em atividade com um volume considerável de edições. Entre as bandas do catálogo estão: Sinistro, The Temple, The Ransack, Besta, Dawnrider, Equaleft, We Are The Damned, entre muitos outros.

Satanachia & Hades Productions – Editora mais obscura e underground, dedicada a sons mais Black Metal, mas logo em 1995 e 1996 lançou demos de Pyre e Blood Quest, continuando até ao final da década a lançar bandas como: Serpent Lore, Nargothrond, Celtic Dance, Hin Onde, Gods’ Sin, etc. Mais tarde mudou de nome para Satanhades Productions mantendo atividade com bastante regularidade de edições e distribuição.


 

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