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Filhos do Metal – Acontecimentos Determinantes Pt. 4

Por Duarte Dionísio
(Filhos do Metal – À descoberta do Heavy Metal em Portugal)
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Determinante para o Heavy Metal em Portugal foi a imprensa escrita. Embora na atualidade tenha deixado de ter relevância, tempos houve em que os metaleiros desesperavam por uma revista dedicada ao Som Eterno, escrita na língua de Camões. Nem sempre foi tão fácil, como hoje, aceder a informação sobre Metal. Com ligação à internet e poucos cliques temos um mundo de peso à nossa frente, como a nossa World of Metal Magazine. No passado, paralelamente às fanzines, apenas chegavam até a alguns escaparates em Portugal, revistas estrangeiras com meses de atraso. Mas mesmo assim eram religiosamente lidas e guardadas. A Metal Hammer em alemão e a partir de 1986 em inglês, a francesa Hard Rock, do Brasil surgia a Rock Brigade, a inglesa Kerrang, a também inglesa Metal Forces, mais tarde a ainda inglesa Terrorizer, entre outras mais esporádicas. Passados muitos anos de exasperação, finalmente chegou o dia em que Portugal pode exibir revistas dedicadas ao metal escritas em português!

Loud! – Foi sem dúvida a que mais se destacou devido à persistência. Iniciou as publicações no ano 2000. Passou por diversas fases até ter deixado de ser impressa, mantendo atualmente a componente online. Logrou atingir duas centenas e meia de edições e foi durante anos a principal referência da imprensa “metaleira” em Portugal. Deixou de ser impressa em janeiro de 2022.

Riff – Foi a primeira totalmente nacional, com artigos originais. A Riff abriu as hostes em 1998/1999 e trouxe esperança e alegria ao espetro metálico nacional. Demorou, mas conseguiu surgir das brumas. Foi a pioneira, mas não esteve isenta de falhas o que eventualmente ditou o seu final, quando a mais profissional Loud! apareceu. Mas todo o mérito para o esforço. Merecia que algo mais se escrevesse sobre esta revista, infelizmente está muito esquecida.

Ancient Ceremonies – De fanzine a revista, foi um passo arrojado em 1999. Uma revista com personalidade, talvez um pouco mais underground e com mercado mais específico, foi, no entanto, importante para engrossar as publicações portuguesas.

Blast! – Foi uma tentativa de ser alternativa, talvez mais underground. A Blast! Lançou poucos números e não foi muito regular. No entanto, foi uma aventura para oferecer algo mais, tentando preencher os espaços que a Loud! deixava. Infelizmente ficou pelo caminho.

Rock Power – A Rock Power surgiu em 1991, mas era uma revista internacional. Embora tenha sido a primeira, os conteúdos não eram totalmente originais. A ideia foi trazer a marca para Portugal e lançar uma revista de qualidade reconhecida. Obviamente que a exigência foi muita, principalmente ao nível das bandas que deveriam constar na capa e no seu interior. Isto porque, esta revista tinha uma filosofia mais comercial que as anteriores. Ainda conseguiu lançar diversos números, mas não teve a duração desejada no início.

Rock Sound – Uma revista muito competente, mas mais abrangente em termos de géneros musicais abordados. No entanto, dedicou bastante espaço ao Rock mais pesado. Também ela uma marca internacional, teve estreia no final de 2002 em Portugal e publicou bastantes números.

Metalegion Magazine – Esta magazine é a única em Portugal que continua a ter uma versão impressa, paralelamente à digital. Não tem uma periodicidade regular e é escrita em inglês, mas é escrita em Portugal. Pode-se considerar um projeto resistente, embora com poucos números publicados, o último recentemente lançado é o nº13.

Jornais Nacionais – De mencionar que houve jornais nacionais que mantiveram, com maior ou menor duração, espaços dedicados ao Heavy Metal, graças à dedicação de alguns fãs mais ligados à escrita. À cabeça o Blitz, com o “Blitz Metálico”, que durante muitos anos foi a única fonte de informação escrita em português de âmbito nacional para amantes dos sons pesados. Mais tarde veio a chamar-se “Arame Farpado”, com a mudança de autor. A Capital abriu espaço ao Metal com uma página semanal durante um tempo significativo que teve duas denominações, de diferentes autores, “Riffmania” e “Hard’n’Heavy”, esta úktima página veio do “Diário Popular”. O Correio da Manhã também ofereceu um espaço semanal dedicado ao Metal durante algum tempo. O início, no entanto, aconteceu no Portugal D’Hoje com a rúbrica “Música D’Hoje” e depois do final deste jornal, o seu autor inaugurou outra rúbrica no jornal O Dia, isto ainda durante os anos 80. Neste início tudo era muito incerto e difícil. Houve ainda jornais como o Se7e, o LP, Raio X, Inside que esporadicamente escreviam sobre Metal. Nas revistas Música & Som, Super Som, Ritual também se escreveu sobre o Rock mais pesado

Outros projetos houve que não passaram da ideia ou pouca acuidade tiveram, mas para um país com um número sempre duvidoso de consumidores, houve vitórias e conquistas neste campo ao longo dos anos. A realidade atual é diferente. A aposta é no digital, existindo diversos projetos que divulgam o Heavy Metal através de sites e blogues, uns com mais qualidade do que outros. É importante não esquecer que são estes meios de divulgação que espalham a palavra sobre edições, concertos e notícias diversas para promover as bandas.


 

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