Guia Musical – Under The Doom VI
O Under The Doom é um caso sério de sucesso no nosso underground. Um sonho tornado realidade e que à partida muitos poderiam duvidar que pudesse ter sucesso. Afinal estamos a falar de um festival que junta bandas que à partida não são aquelas que mais se esperam ver num festival, ainda para mais numa altura do ano em que se gosta mais de ficar em casa – embora isso seja algo que infelizmente acontece demasiadas vezes durante todo o ano. No entanto, o Under The Doom tem crescido ano após ano e com nomes que enriquecem a proposta e oferta de nomes de peso das sonoridades mais melancólicas, compassadas e até, de certa forma, exóticas.
A World Of Metal associou-se à Notredame Productions e como um dos seus parceiros, temos o orgulho de apresentar o guia musical para esta sexta edição do Under The Doom que vai ocorrer nos próximo mês, nos dias 7 e 8 de Dezembro, no Lisboa Ao Vivo. Aqui poderás ouvir a nossa playlist criada especialmente para o efeito, o quarto volume do Inferno Negro
Dia 1 – 7 de Dezembro
Os Wyatt E. – que apresentámos recentemente no nosso site através de uma review do seu álbum de estreia – são uma misteriosa entidade de doom metal que muitas vezes entra pelos domínios do drone. Esse álbum, composto apenas por dois temas longos, cada um com uma duração que quase chega aos vinte minutos, é uma viagem à qual é difícil de largar. Se gostam de entrar noutros estados de consciência, este é definitivamente o caminho para tal.
Os The Wounded são um bom exemplo de que quem sabe nunca esquece. A banda completa duas décadas de carreira este ano embora tenham estado doze anos em silêncio editorial, após o seu terceiro álbum. O regresso não poderia ter sido feito da melhor forma, já que “Sunset” é um monomento ao metal gótico com contornos doom. Não só soa clássico, como é de uma qualidade insuperável. Deverá ser este o grande foco da sua actuação.
Desire é um nome que não precisa de introduções. Ou não deveria, embora a banda tenha estado inactiva durante grande parte do novo milénio. Felizmente surgiu das cinzas para a reedição do seu primeiro álbum, o clássico “Infinity” e estão neste momento a trabalhar no seu sucessor. Não só uma banda obrigatória neste cartaz mas como também no nosso panorama nacional, que mais exposição merece internacionalmente.
Os While Heaven Wept ficaram com o seu futuro bastante indefinido pouco depois do lançamento do seu último álbum de originais, “Suspended At Aphelion”, tendo ficado num hiato que durou cerca de um ano. No entanto, ficou a sensação de que faltou a despedida que o seu público merecia. Esta será a última oportunidade para ver ao vivo o alinhamento mais estável da banda, o que ficou registado no clássico “Vast Oceans Lachrymose”. Existem indicações que existe material novo para finalizar, o suficiente para um álbum, embora não se saiba se o mesmo será registado com este alinhamento ou com um outro novo. Uma oportunidade única para ser ver uma grande banda de doom metal.
Regresso dos Draconian ao país é sempre motivo para celebração. A segunda vez no festival para comprovar que estes suecos são mestres na arte de espalhar tristeza através da beleza da sua música. “Sovran” é ainda o seu último álbum numa discografia com uma qualidade enorme que ganha uma nova dimensão em cima de um palco. O do Lisboa Ao Vivo não será certamente excepção.
Os Arcturus são uma banda diferente. Diferente talvez seja eufemismo. São únicos. Uma imagem extravagante, uma música a condizer e sem dúvida que um dos nomes incontornáveis da cena norueguesa de música extrema. Este será o regesso a Portugal depois de uma passagem por Vagos que soube muito a pouco. Com responsabilidades maiores, como cabeças de cartaz deste primeiro dia do Under The Doom, espera-se rendenção na forma de brilhantismo musical.
Dia 2 – 8 de Dezembro
A começar da melhor forma o segundo dia, teremos outra grande estreia no Under The Doom, desta feita de um colectivo na sua maioria português e abrilhantado pela presença da vocalista Natalie Koshinen, dos Shape Of Despair que faz parceria na voz com Carlos D’Agua (ex-Sculpture e Before The Rain). O álbum de estreia da banda “Each Failing Step” é claramente um dos álbuns do ano.
Com os os finlandeses Oceanwake a cancelar cabe aos Kontinuum ocupar o lugar vago. Uma substituição de luxo tendo em conta que estamos a falar de uma das melhores propostas do chamado pós metal/rock – começaram por ser pós-black metal mas as influências black metal já desapareceram do seu som há já algum tempo. A banda não perdeu no entanto qualidade com a evolução, sendo que o seu som continua melancólico e lúgubre o suficiente para justificar a sua presença no Under The Doom.
E por falar em bandas portuguesas, o que dizer de Sinistro? Não só também lançaram um álbum que está na nossa lista dos melhores dos anos como têm tido uma carreira impressionante em termos criativos apenas comparável às suas actuações viscerais em termos sonoros e sentimentais. Qualquer concerto dos Sinistro é uma catarse à espera de acontecer e aqui não deverá ser diferente.
Outro regresso bastante aguardado. Os Antimatter estarão sempre ligados aos Anathema, por ter contado no início de carreira com Duncan Patterson, ex-baixista da banda britânica. Mick Moss construiu uma estrela que brilha por si própria e que nos traz as mais peças melancólicas de música, ora mais acústicas, ora mais electrónicas mas que têm sempre um impacto emocional acrescido. “Black Market Enlighten” é o seu sétimo e mais recente disco.
Um peso pesado para o Under The Doom. Se a sua estética sonora e até de certa forma de imagem aproxima-se mais do black metal, o facto dos Shining serem uma das mais bem sucedidas bandas de black metal depressivo faz com que encaixem facilmente no espírito do festival. Longe de ser consensual, a banda de Niklas Kvarforth é uma daquelas propostas que ninguém consegue ficar indiferente.
Mais uma vez, mais um dia a terminar em grande. Como se não bastassem todos os grandes nomes que falámos anteriormente, ainda se tem para cabeças-de-cartaz, os islandeses Sólstafir que no meio de todas as revoluções sónicas que têm vindo a efectuado nos últimos anos, álbum após álbum (culminando no mais recente “Berdreyminn”), não deixam de ser uma força a ter em conta com o seu metal/rock atmosférico que continua a ter muito do espírito melancólico do doom.
Comprar bilhetes aqui:
– https://bit.ly/2kzdEL9
– https://www.letsgo.pt/pt/evento/under-the-doom-vi-89/
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