Jinjer – “King Of Everything” Review
Não somos propriamente os fãs mais fervorosos das “novas” (por esta altura já são tudo menos novas) abordagens do metal mas independentemente de não simpatizarmos com o(s) género(s), conseguimos reconhecer qualidade quando a vemos e não deixamos que o nosso orgulho ou preconceito (ou ambos) se sobreponha à nossa humilde capacidade de ouvir e apreciar música. Com isto dito, podemos afirmar que os ucranianos Jinjer não seriam à partida um grupo que nos despertasse interesse já que temos por aqui momentos que nos remetem para os nu-metal, outros para o metalcore e outros para o que se convencionou de chamar de groove metal (por mais parvo que seja o rótulo).
E sim, confirmamos, a banda tem tudo disto. A surpresa é que até gostamos. E que não se pense que é uma conclusão que se chega sem testar várias vezes como se uma teoria científica se tratasse. A introdução com “Prologue” serve logo para nos deixar de orelha levantada. A voz de Tatiana Shmailyuk apresenta-se forte e melódica, com potencial para estar num projecto com teor comercial mais forte. Felizmente para nós, vemos o seu talento a favor do bem, que neste caso poderia ser apelidado de metal alternativo de alta qualidade. A questão é que logo na segunda música assistimos a uma mudança estilística que aponta para um death metal moderno nos primeiros instantes (com a amiga Tatiana com um vozeirão que até assusta!) e para um nu-metal de seguida.
Inacreditavelmente resulta. Pelo menos para nós. Se este tipo de mudanças e indefinições de identidade servem para dar uma aura de confusão e joga contra a qualidade do álbum, as músicas em si acabam por cativar e por garantir que o ouvinte volte várias vezes, mesmo soando tudo um pouco genérico. Não é definitivamente um álbum que nos lembremos no final do ano e não mudou a nossa opinião em relação aos géneros em questão. No entanto, é um trabalho que se ouve muito bem de início ao fim, mesmo quando acaba com uma daquelas músicas pop que se ouviria num qualquer bar à beira-praia tocada por uma banda de covers dos Três Tristes Tigres.
01. Prologue
02. Captain Clock
03. Words Of Wisdom
04. Just Another
05. I Speak Astronomy
06. Sit Stay Roll Over
07. Under The Dome
08. Dip A Sail
09. Pisces
10. Beggar’s Dance
Duração 43:22
2016 Napalm Records
Nota 6.5/10