Máquina do Tempo – Grog / Ah Nihil / Feuerschwanz / Xavier Bosher
Grog – “Macabre Requiems”
1996/2022 – Helldprod
Não deverá ser necessário dizer muito daquilo que já foi dito daquele que é, incontornavelmente, o mais clássico dos álbuns do brutal death metal/goregrind nacional. Depois de ter sido reeditado em vinil no final de 2018, é agora de uma segunda reedição, desta vez nos formatos CD e cassete em edições limitadas, sendo que neste último será a primeira vez que estará disponível como tal, o que representa uma oportunidade única para todos os coleccionadores. É um trabalho que conserva toda a crueza em bruto do estilo como também evidencia a ingenuidade própria de quem está a realizar um sonho. E todos estes anos depois (quase trinta!) continua a trazer tanta diversão e a ter tanto impacto como a primeira vez em que o ouvimos.
9/10
Fernando Ferreira
Ah Nihil – “No Eternal Truth”
2022 – Addicted Label
Diz o comunicado de imprensa que “No Eternal Truth” (“Нет вечных истин” no seu original) explora o abismo humano a ser arrastado pela civilização e a destruir a cultura e a ser uma influência em grupos de pessoas. Não sabemos ao certo se é mesmo disto que se trata aqui, no entanto, a avaliar pela forma como a negritude se instala de forma sufocante, acreditamos que sim. Desesperança em forma de Doom metal (por vezes a roçar o Funeral Doom) e que vai ao encontro dos nossos desejos masoquistas da busca pela eterna melancolia. Não só ela nos chega como vem acompanhada por uma violência tal que é, também ela, totalmente apreciada. Não sendo um disco fácil de ouvir, por serem cinco faixas em mais de uma hora de música (a primeira é logo quase vinte minutos, só para abrir o apetite. Ou tirar, conforme os gostos), este é um trabalho que surpreendeu pela positiva e ao qual vamos mergulhar, consoante a resistência psicológica da altura.
8.5/10
Fernando Ferreira
Feuerschwanz – “Todsünden”
2022 – Napalm
Forma muito interessante de acabar o ano por parte dos Feuerschwanz, banda alemã de folk metal que tem sabido explorar de forma inteligente a sua carreira. Desta feita temos um álbum de covers que, actualmente e aqui para nós, tem um maior impacto do que um trabalho ao vivo. Não sendo garantido o sucesso, porque isso vai sempre depender do arrojo por parte da banda e de até que ponto querem mexer com aquilo que muitos ficam ofendidos por ser mexido. É um meio termo, os guerreiros alemães acabam por dar uma no cravo e outra na ferradura. Como o trabalho é até bastante longo – porque também contém covers já lançadas previamente – temos um pouco de tudo para todos. Do pop ao punk, sem deixar de parte o metal, a abrangência é bastante grande e se algumas são para consumo interno – como as rendições de Deichkind, Die Artze e Die Toten Hosen – outras são bem fora da zona de conforto (sobretudo dos ouvintes) como “Square Hammer” dos Ghost, sem dúvida o tema mais reconhecível da banda, “Dragostea Din Tei” dos O-Zone e “I See Fire” de Ed Sheeran. É um álbum para ouvir de forma descontraída e que até consegue bons resultados na maioria das vezes, pelo que a missão foi cumprida.
8/10
Fernando Ferreira
Xavier Bosher – “A Part Of Utopia”
2007 – Plaza Mayor Company
Um dos primeiros trabalhos a solo de Xavier Bosher um talentoso guitarrista e compositor francês que os conhecedores da cena extrema poderão reconhecer dos Misanthrope. Viajámos até 2007 onde temos este seu trabalho de a guitarra passa para segundo plano em relação aos teclados, mas que dá um contributo fundamental para que haja um feeling de prog etéreo que percorre todo o trabalho. A haver um defeito existe na forma como álbum não flui da forma desejável, poderia haver uma ligação maior de temas para temas, bastando para isso apenas mudar ligeiramente a forma como os mesmos começam e acabaram. Seja como for, nada que belisque este trabalho para os apreciadores de prog instrumental mais ligado ao ambient e às bandas sonoras.
7.5/10
Fernando Ferreira
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