Máquina do Tempo – Tank / Vinodium / Bat Magic / Prison City
Tank – “Filth Hounds Of Hades”
1982/2022 – High Roller
Quarenta anos deste álbum que é um pequeno tesouro da New Wave Of British Heavy Metal. Aquela classe britânica está aqui evidenciada num álbum que é cru, sim, mas que ainda assim tem uma finesse que nem estava ao alcance de todos nesta época, um equilíbrio perfeito entre a melodia o peso, como uma versão mais melódica de uns Motörhead no início de carreira. E quarenta anos depois, continua a ter a mesma classe, ou talvez ainda mais, já que conseguimos ter uma apreciação completamente diferente em relação à época. Não só é um álbum obrigatório como a reedição é mais que recomendada principalmente por vir cheia de pequenos brindes como temas ao vivo.
9/10
Fernando Ferreira
Vinodium – “Involución Deluxe”
2019/2022 – Art Gates
Reedição do último álbum dos thrashers Vinodium, “Involución”, lançado originalmente em 2019. O álbum foi remisturado e remasterizado e ainda conta aqui com duas faixas bónus, “Aguardan” e “Bueno O Malo”. O álbum em si é thrash metal inspirado como a banda espanhola tem já fama de o fazer. E fá-lo com classe. Não podemos dizer que tenhamos bem presentes no que mudou a nível de som em relação ao lançamento original, apenas de que soa muito bem – assim como os dois temas acrescentados encaixam-se naturalmente neste grupo. Directo ao assunto, cantado em castelhano e um álbum que vale a pena conhecer para quem gostar de thrash metal com alguns momentos bem inspirados – como a instrumental “Esperanza”.
8/10
Fernando Fereira
Bat Magic – “Feast of Blood”
2021 / 2022 – Ordo Vampyr Orientis
Bem, se há algo certo na vida, é que tudo é cíclico. O que hoje está in, amanhã está out; fast forward uma série de anos, e a tendência inverte-se. E, meus amigos, nada escapa. Há uma série já larga de anos que vemos um ressurgimento de temas que fizeram de Cradle of Filth – o exemplo maior, talvez – aquilo que são hoje, sendo o Vampirismo aquele que mais fãs tem vindo a ter. Imensas bandas que se nomeam inspiradas pelo imaginário, escrevem acerca do mesmo, assumem um visual que nos remete para o mesmo, so on and so forth. Não que não seja um tema pelo qual não tenha apreço e com o qual me identifique, mas enough is enough, não? Como tudo, quando é demais, demais é. E que nos oferece Bat Magic que possamos olhar para a sua criação de forma diferente? Musicalmente falando não temos qualquer tipo de worship a Cradle e quejandos; também não temos aquele Black Metal primitivo e podre.
O interessante é exactamente isso: referências não exploradas ad infinitum. Assumo que quando me deparei com a arte gráfica deste trabalho fiquei de pé atrás. Assemelhava-se a algo tão infantil, e ao mesmo tempo reminiscente dos filmes de vampiros dos anos 60 (oh Hammer Film, yes). Na altura não deixou grande marca, mas também não lhe foi dada a devida atenção. Desta feita a postura adaptou-se, e o impacto foi substancialmente diferente. A estrutura geral é bastante interessante, chegando a tocar no Heavy Metal mais clássico, que com o recurso a vocalizações mais ásperas e abrasivas, eleva toda a composição a um resultado final muito positivo. Ainda em linha com aquilo que é o Vampyric Black Metal, atender ao solo de guitarra na malha “Solis Corpis”: Heavy Fucking Metal que lembra de imediato de Mercyful Fate… isso ou outro clássico que não consigo discernir totalmente. De qualquer forma, esta malha é imensa, e só por ela o EP já ganha uns pontos extra. De certa forma é um mish mash muito bem equilibrado de Heavy Metal, Black Metal, Horror & Vampiros, alguns – poucos – pós de Punk, e temos algo atractivo.
Gosto bastante da produção. Soa datada, com corpo e viva, orgânica, e sem cair no erro de muitas banda desta mais recente vaga de revivalismo Raw & Primitive Black Metal, e exagerar numa produção quase inaudível/deliberadamente podre. Overall, um trabalho bem conseguido, diversificado e dinâmico q.b.
7/10
Daniel Pinheiro
Prison City – “Rough Skeletons”
2020 – Edição de Autor
Consta que este é o terceiro álbum de originais desta banda norte-americana que vai buscar muito da inguenuidade no underground da década de noventa no campo do alternativo com piscadelas de olha coisas mais punk/hardcore. Isso não é exactamente positivo mas também acaba por jogar a seu favor porque conquista a nossa simpatia. Algumas melodias vocais interessantes e alguns temas que conseguem ficar mas o resultado final não deixa de ser aquela sensação de que falta qualquer coisa, sendo uma delas talvez mais tempo na sala de ensaios. Claro que ao terceiro álbum não se deveria recomendar isso e por esta altura já terá a sua identidade formada. Mesmo assim, a apreciação final não é má de toda.
5.5/10
Fernando Ferreira
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