Review

Máquina do Tempo – Therion / Lucifer’s Children / Disembody / War Ripper

Therion – “Vovin”

1998/2022 – Hammerheart

E aqui começa a terceira fase dos Therion – podemos dizer que a primeira é a de death metal e a segunda de transição). Lembro-me que na altura quando ouvi o álbum pela primeira vez não deixei de sentir desilusão. Afinal ainda estava completamente fascinado e viciado no “Theli” e obviamente queria algo no mesmo sentido. Mas aos poucos “Vovin” assumiu-se perante os meus ouvidos aquilo que é, um álbum maduro e adulto que materializa de forma perfeita todas as ideias que antes eram apenas hipóteses. É o verdadeiro primeiro álbum da banda, onde aos coros de “Theli” se junta agora orquestrações reais – sem recurso a qualquer samples. As piscadelas ao power metal que a banda iria repetir muitas mais vezes no futuro, as melodias e temas verdadeiramente belos e épicos, tudo num álbum intemporal e verdadeiramente mágico. Um álbum ao qual não se pode deixar de se considerar como pioneiro de todo um género – ainda que as bases já tivessem sido lançadas anteriormente pela própria banda e por outras.

10/10
Fernando Ferreira 


Lucifer’s Children – “Signs Of Saturn”

2021 – Fallen Temple / DHU

Excelente banda vinda do Paraguai que nos dá doom metal de extremo bom gosto. Som podre (mas no bom sentido, bem orgânico a reforçar o elemento mais clássico) com o peso e o groove metálico bem assente que nos prendem desde o primeiro momento. E depois temos a voz de Lidi Ramirez que tem um timbre meio anasalado como o Ozzy mas em bom. Foi lançado em edição de autor pela banda e depois reeditado em CD pela Fallen Temple e em vinil pela DHU Records. Recomendado para todos os fãs de doom, vale a pena conhecer.

8.5/10
Fernando Ferreira


Disembody – “Reigniting Hellfire”

2021/2022 – Helldprod

Apesar de ter sido lançado no ano passado em formato digital e em cassete, a Helldprod pegou neste trabalho de estreia dos finlandeses Disembody e para apresentá-lo a um público mais extenso. Death/thrash metal sujo e porco (e também javardo, caso restem dúvidas ao que vêm) que é básico mas tem um feeling do caraças, um feeling que muitos tentam criar ou recriar e ficam sempre pelo caminho. Muitas das vezes parece que falta uma guitarra por trás mas não interessa, isto é o som dos infernos a abrirem-se e dos seus demónios a saírem todos. Cru como tudo, é assim que o death metal deve soar.

8/10
Fernando Ferreira


War Ripper – “Strength In Numbers”

2020/2022 – Dying Victims Productions

Reedição em vinil do segundo EP dos norte-americanos War Ripper, um EP que impressiona pela forma como consegue reduzir o heavy/speed metal e punk às suas raízes mais primitivasa e ainda assim soar como um passo em frente. Principalmente pela sensação de ambiência que deve muito ao espírito mais necro do black metal. Reedição num 7” que não chega a ter dez minutos e que para muitos poderá servir apenas como peça de colecção. Ouvindo, não temos como censurar o ser apetecível.

7/10
Fernando Ferreira


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