Review

Máquina do Tempo – Véhémence / Crusade Of Bards / Cobra Cult / Kadaver/Listing

Véhémence – “Ordalies”

2022 – Antiq

Terceiro álbum dos Véhémence que já começam a deixar de ser o mais bem guardado segredo do black metal francês, pelo menos é essa a nossa previsão após este “Ordalies”. A inspiração continua forte na sua música que continua a ir mais além do que o que se esperaria, com um a mistura entre o black metal e alusões a um folk medieval, fórmula que continua a ser a grande base do seu modus operandi. Um sentido melódico único que não se coloca à frente do seu lado metal. Não se sente que tenhamos duas facções a combater uma com a outra, mas sim as duas unidas, tornando a sua proposta extremamente apelativa. A parte folk está muito reduzida aos coros (tirando excepções como o interlúdio “La Danse Des Pluies” ou a passagem em “Au Blason Brûlé”, só para citar dois rápidos exemplos) e resulta na perfeição, sendo uma forma mais subliminar e interessante de apresentar uma proposta original. E não é gimmick, porque as canções são mesmo memoráveis.

9/10
Fernando Ferreira


Crusade Of Bards – “Tales Of The Seven Seas”

2022 – Rockshots

Segundo álbum dos espanhós Crusade Of Bards que representa um passo em frente na sua carreira, um ambicioso passo em frente. Em termos vocais, há por aqui alguma lembrança dos Therion enquanto musicalmente a base anda algures entre o power metal e o gótico, sendo que são os elementos sinfónicos luxuosos que têm um maior impacto. Aliás, a forma como conjugam diferentes aspectos da música pesada faz com que sejam algo bem mais do que “apenas” metal sinfónico, sendo que até são as vozes que mais fazem este disco triunfar e consiga salientar-se perante uma vasta panóplia de propostas dentro deste género.

8.5/10
Fernando Ferreira


Cobra Cult – “Don’t Kill The Dark”

2022 – Edição de Autor

Regresso dos suecos Cobra Cult com o seu hard’n’heavy altamente eficaz. As melodias vocais  de Johanna Lindhult são o primeiro grande ponto de destaque, melodias que se encaixam perfeitamente com as guitarras, seja nos ritmos ou nos leads bem melódicos. É um disco que pisca o olho à nostalgia mas quando o resultado é de alta qualidade, nem nos importamos – aliás, o importante é mesmo a música ter um impacto positivo. Verdadeiras canções às quais conseguimos afeiçoar com grandes ganchos melódicos. Depois de provar isto, fica complicado voltar a outra coisa, seja pela honestidade, seja pela sua (elevada) eficácia.

8/10
Fernando Ferreira


Kadaver/Listing – “Kadaver/Listing”

2021 – Aesthetic Death

O noise não é para todos, definitivamente. E sendo um mundo onde já permaneci algum tempo, tenho que reconhecer que os meus níveis de exigência são bem altos. Algo que percebi imediatamente assim que ouvi este EP colaborativo. São três faixas em mais de quarenta e cinco minutos onde temos um drone ao fundo, um barulho que parece o barulho da água a correr totalmente distorcido e uma voz a urrar lamentos como se fosse um urso a acabar de perder a cria – Isto no primeiro tema “Aquatic Demonic Death Vox Mix”. O segundo é um drone de qualquer coisa mascarada de white noise enquanto a terceira são vinte e dois minutos de ruido de que é o equivalente a um jogo a carregar num Spectrum mas que ficou num loop durante mais de vinte minutos. Em suma, é capaz de ser interessante para os aficionados do som dos aspiradores, mas para os comuns mortais…

1/10
Fernando Ferreira


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